Mercado de criptoativos deve bater US$ 24 trilhões em 2027

Popularidade de ativos digitais abre oportunidades para serviços de custódia entre instituições financeiras tradicionais, indica Capco

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4:35 pm - 24 de maio de 2022
Imagem: Shutterstock

O mercado de criptoativos deve passar dos cerca de US$ 2 trilhões atuais para US$ 24 trilhões em 2027, segundo estimativa compartilhada pela Capco, consultoria de serviços financeiros do Grupo Wipro. Este potencial, na análise da Capco, abre espaço para um novo mercado a ser explorado pelas instituições financeiras tradicionais: o da custódia, em especial mirando clientes de varejo.

“Essa será, portanto, mais uma das mudanças que blockchain e esses ativos farão nos serviços financeiros nas próximas temporadas”, destaca a Capco no estudo “Capco Intelligence: Considerações sobre custódia de ativos digitais para empresas do mercado de capitais”.

Os ativos digitais podem ser definidos, de forma ampla, como moedas digitais ou tokens que circulam em redes descentralizadas como de registro distribuído (DLT) e blockchain. Há somente cerca de cinco anos, existiam menos de 15 milhões de carteiras digitais. Hoje há registro de aproximadamente 60 milhões de carteiras digitais, segundo a consultoria.

“Os ativos digitais estão crescendo em popularidade e há uma oportunidade para as instituições financeiras serem um balcão único para armazenar esses ativos”, explica Alexandre Bueno, gerente sênior da Capco e head do Capco Digital Lab São Paulo. “A principal oportunidade é que sirvam de custodiante para o cliente de varejo que não tem o conhecimento técnico para gerenciar suas próprias chaves”.

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Além disso, segundo o especialista, o crescimento projetado da adoção global de ativos digitais e do consequente serviço de custódia cria uma janela única para as instituições financeiras oferecerem seus serviços a clientes em todo o mundo.

“Uma pesquisa recente mostra que 60% dos proprietários de criptomoedas usariam sua instituição financeira para investir em criptomoedas. Outros 32% disseram que poderiam fazê-lo. É uma oportunidade clara para os bancos de varejo desenvolverem custódia digital para os consumidores”, afirma o executivo da Capco.

Entretanto a Capco chama a atenção para a questão da regulação de custódia, em especial para as instituições financeiras que querem prestar esse serviço em diferentes mercados. “Com o crescimento do setor de ativos digitais surgem oportunidades, riscos e desafios. Os depositários devem cumprir com o cenário regulatório em evolução global. Não só precisam entender as leis domésticas, mas também precisam seguir regulamentações internacionais para atender clientes de outros países. Estruturas Anti-lavagem de Dinheiro/Conheça Seu Cliente (AML/KYC) devem ser muito rigorosas. É imprescindível que os guardiões estejam cientes desses desafios e ofereçam soluções para beneficiar seus clientes”, explica Bueno.

Da mesma forma, a custódia de ativos digitais tem diferenças importantes da custódia de ativos tradicionais. Uma delas é que envolve centenas, ou até mais, de criptoativos e cada uma delas em sua rede blockchain. “Isso é bem mais complicado do que a armazenagem de um número limitado de ativos tradicionais, como acontece hoje”, destaca o estudo.

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