Corporate Venture Capital cresce mais de 30% no Brasil
Modalidade de investimento contribuiu com 1 a cada 5 aportes em unicórnios nos últimos 6 anos, segundo estudo da Bain & Company

Estudo realizado pela Bain Innovation Exchange (BIE), braço de inovação da Bain & Company, aponta que o volume de Corporate Venture Capital (CVC) no Brasil deve seguir ganhando espaço nos próximos anos. A pesquisa mapeou um total de 61 CVCs ativos no País, e mais 13 em processo de desenvolvimento. O crescimento anual no número de fundos CVC está na ordem de 30% nos últimos seis anos.
“O número de CVCs no Brasil cresce rapidamente, especialmente em setores com muita interação com os consumidores, como é o caso de serviços financeiros, varejo e bens de consumo, sendo players que possuem diversos instrumentos de inovação”, avalia Andre Fernandes, sócio da Bain e head Global do BIE.
A atividade de CVCs no Brasil cresce de forma mais acelerada do que nos Estados Unidos: de 2015 a 2021, o crescimento no volume de investimentos dos CVCs brasileiros foi de 19% ao ano, contra um crescimento de 12% do montante destinado pelas organizações norte-americanas no mesmo período.
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Outro ponto observado na pesquisa foi a relevância da participação dos CVCs, que atuaram como investidores em 20% das rodadas em startups com status de unicórnios (com valor mínimo de mercado de US$ 1 bilhão) ou que devem atingir esse estágio em breve (soonicorns) nos últimos seis anos. Entretanto, 70% dos investimentos apoiados pelos CVCs ainda são em estágio inicial, principalmente em series A.
Na avaliação do estudo, o espaço para desenvolvimento dessas iniciativas pelas grandes corporações brasileiras ainda é muito grande e deve ganhar maturidade. Entretanto, apesar do crescimento e interesse das organizações nessa modalidade de investimento, na análise da Bain, empresas ainda estão aprendendo a lidar com os desafios inerentes a esse tipo de investimento e não aproveitam dos potenciais benefícios de estabelecer um fundo de capital de risco.
Dentre os principais desafios estão falta de consistência na estratégia de CVC devido à falta de clareza em sua criação e no alinhamento interno, especialmente nos cargos de alta liderança. Somam-se a isso processos burocráticos que minam negócios que estão na esteira de lançamentos.