Conheça as mulheres protagonistas no segmento de TI de Maringá e região

Apesar da ainda baixa representatividade de mulheres no setor, as profissionais acreditam que há espaço para todos e que o aumento da diversidade gera inovação

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9:18 am - 26 de julho de 2018

Maringá é apontada como um dos pontos mais efervescentes num mercado em plena ebulição como o mercado de TI. Mesmo em se tratando de um ambiente de vanguarda, mesmo com a tendência da exclusão da diferença de gêneros nos mais diversos setores, os números ainda apontam uma baixa participação de mulheres no mercado de tecnologia como um todo.

Estudos recentes da Universidade Estadual de Maringá apontam, por exemplo, que no TICNOVA, evento realizado pela associação das empresas de TI de Maringá e região em 2017, houve a participação de 565 pessoas, sendo que apenas 83 eram mulheres (14,7%). Dos 27 palestrantes, apenas dois eram mulheres (7,40%). Em outro evento realizado pelo Departamento de Informática da UEM, dos 44 palestrantes, oito eram mulheres (18,18%). Com relação ao número de participantes, havia 283 pessoas, sendo 40 mulheres (14,13%).

Na frieza dos números, é fácil imaginar que os cargos mais altos nas empresas sejam ocupados por homens (se tem mais homens no mercado, tem mais homens em cargos de chefia), mas é possível detectar a participação feminina como PROTAGONISTAS nas empresas. O título, ou o cargo, nem sempre significa que as mulheres atuem apenas em papéis menos importantes.

Tão qualificadas e competentes quanto os homens, mulheres podem e devem ocupar cargos importantes, pelo bem do desenvolvimento do mercado.

Esta linha de pensamento encontra concordância no que diz Regina Acutu, diretora da Paraleloz, empresa que atua tanto nos mercados de comunicação como de TI na cidade de Maringá. Com formação em arquitetura, mestranda em inovação e atuações em fotografia e moda, Regina entrou para o mercado de TI há dois anos, “mudando a cara” do setor de gestão de pessoas e processos da empresa, que inclui o gerenciamento de tecnologia.

Para ela “diversidade de gêneros, culturas, origens, formações, em todos os níveis, são essenciais para um ambiente de inovação. Então torna-se muito importante a participação de mulheres, pessoas com formações diferentes das dos profissionais que atuam no mercado em cargos protagonistas, já que a inovação é um dos combustíveis do mercado de TI”.

Regina reconhece que a participação de homens e mulheres em TI ainda é desproporcional, mas acredita que todos, ou todas, podem “abrir seu espaço”. Ela mesma quando chegou a este setor procurou participar com intensidade de eventos promovidos pela maior entidade de empresas de TI da região, a Software by Maringá, onde passou a trocar experiencias que a fizeram crescer.

A própria Software by Maringá, que reúne mais de cem empresas de software, hoje, é presidida por uma mulher, Rafaela Campos, que também exerce as funções de vice-presidente da aceleradora EVOA, diretora do Instituto Cultural Ingá, Presidente da Câmara Técnica de TIC e diretora de fomento da Noroeste Garantias.

O perfil empreendedor de Rafaela a inseriu no mercado de TI. Em 2005, um projeto liderado por ela. em parceria com amigos, que seria oferecido a uma determinada empresa, tornou-se a própria empresa. Os sócios a “elegeram” dirigente. Atualmente, além de presidir a Software by Maringá, ela é CEO da Accellog Global Technology, empresa de atuação em âmbito nacional neste mercado.

“Aprendi a ser empresária convivendo com empresários”, diz. A partir de seu “empreendedorismo natural” percebeu que a cooperação leva ao crescimento. Este conceito a fez se envolver cada vez mais com a entidade, cresceu e viu crescer o setor de TI na região. “Pelo fato de possibilitar o trabalho remoto ou em horários flexíveis, a carreira em TI é ideal para mulheres por possibilitar a conciliação da vida familiar à profissional”, complementa.

“Acredito que é nosso papel incentivar a participação feminina no mercado de TI, seja pelo nosso próprio exemplo ou por meio da promoção de palestras e investimento em capacitação técnica”, finaliza Rafaela.

Nos dois casos o protagonismo chegou a partir de iniciativas pessoais, sem deixar que a noção de ambiente tipicamente masculino influenciasse em suas atuações e mostrando que diversidade é igual a Inovação e que protagonismo não depende de gênero.

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