Como a Covid-19 está acelerando a inovação tecnológica na área da saúde

Setor tradicionalmente sempre se manteve atrás de outros no que diz respeito à transformação digital. Pandemia mudou este curso

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6:15 pm - 02 de fevereiro de 2021
transformação digital

Há quase um ano os hospitais estão sobrecarregados de trabalho e pressão por conta do aumento no número de internações devido à COVID-19. Se, por conta disso, uma crise global foi iniciada e uma onda de procedimentos não essenciais ou eletivos foram adiados ou cancelados em todo o globo, por outro lado, processos digitais tiveram que ser implantados do dia para a noite por um setor que, originalmente, não estava tão familiarizado com a digitalização, como é o caso da saúde.

Os profissionais deste setor tiveram que se adaptar e garantir que qualquer demanda que não precisasse de uma reunião presencial entre médico e paciente pudesse ser conduzida remotamente. Uma pesquisa realizada pelo Gartner estima que, no início deste ano, apenas 22% das organizações estavam preparadas para se transformar digitalmente e que 63% enfrentaram interrupções graves por motivos que incluem mudanças organizacionais internas, pressão de custos, regulamentação e conformidade, financiamento ou mudanças nas demandas dos consumidores.

A pandemia Covid-19 mudou esse cenário mais rápido do que qualquer outro evento na história. Em questão de semanas, vimos organizações migrarem rapidamente para serviços de telemedicina para limitar o contato presencial não urgente e introduzir registros digitais de pacientes, a fim de fornecer acesso a médicos que trabalham ou atendem pacientes remotamente.

A mudança para o trabalho remoto e o contato com o paciente foi além da simples adaptação da forma como o atendimento é prestado. A partir do momento em que os bloqueios e a quarentena foram introduzidos, enfermarias de hospitais não prioritários, escritórios e clínicas ficaram vazios e a tecnologia que os apoiava localmente ficou parada, trazendo dúvidas sobre os investimentos feitos em hardware e aluguel de dispositivos.

Por outro lado, os serviços em nuvem mostraram seu grande valor durante esse período. As organizações que já haviam passado pela transformação digital ou que já usavam ativamente a nuvem foram capazes de manter e se beneficiar totalmente dos investimentos anteriores, incluindo a facilidade de gerenciamento das informações por meio de soluções de Inteligência Artificial e Analytics habilitadas para a nuvem.

Enquanto isso, os esforços para transformar digitalmente a área da saúde, uma discussão que já havia se tornado histórica, cresceram significativamente. Médicos que começaram a atender a partir de suas casas para casos classificados como não essenciais ou fornecer consultas remotas precisaram digitalizar todas as suas anotações e registros de pacientes, migrando o gerenciamento para ambiente totalmente digital e centralizado, capaz de avaliar os processos e entender possíveis gargalos.

Há algum tempo, fala-se de IA e Analytics como a próxima grande novidade para transformar a saúde, e este ano já vimos algumas dessas tecnologias implementadas na forma de aplicativos de rastreamento dos casos de Covid-19. No entanto, em um nível mais simples, eles também podem fornecer soluções eficazes para os desafios do fluxo de trabalho, como medir o quão bem a nova tecnologia está melhorando o atendimento ao paciente ou reduzindo as jornadas que os membros da equipe devem fazer para acessar os recursos.

Com a equipe de saúde no atendimento de emergência sob pressão, as análises têm sido usadas para garantir que os sistemas continuem a funcionar com eficiência e seguindo os processos em execução. Na parte de impressão, por exemplo, os volumes de uso de papel podem ser comparados aos fluxos de trabalho dos profissionais para identificar as áreas que precisam de mais ou menos capacidade instalada ou onde a tecnologia existente não está sendo usada em sua capacidade total – o que permite que as equipes de tecnologia intervenham por meio de treinamento ou suporte no local.

Outro ponto: organizações que investem em ofertas de nuvem e impressão como serviço, que podem ser ativadas e desativadas conforme a demanda, estavam em melhor posição para economizar recursos e manter a flexibilidade em sua resposta à pandemia. Quando essas equipes retornarem a um ritmo de trabalho presencial, também serão capazes de aumentar rapidamente o consumo à medida que a demanda crescer, sem necessidade de nenhum investimento de capital significativo.

Em geral, podemos afirmar que a adoção de tecnologia na área de saúde simplesmente melhorou. Aquela certa resistência ou a dificuldade em separar recursos financeiros para o avanço teve que dar lugar a investimentos rápidos e eficazes, gerando resultados que oferecem benefícios como:

  • Visibilidade em tempo real para apoiar a melhoria contínua;
  • Economia ao permitir que recursos escassos de TI e informática se concentrem em áreas mais estratégicas;
  • Agilidade no nível de serviço de suporte alinhado ao volume de negócios;
  • Uma ponte no movimento para um ambiente totalmente digital, agilizado e alinhado as necessidades reais.

Resumidamente, como a pesquisa comprovou, a saúde tradicionalmente sempre se manteve atrás de outros setores no que diz respeito à transformação digital – principalmente por ser amplamente utilizada para a sociedade. Embora a pandemia de Covid-19 tenha provado ser um período estressante e preocupante para todos, ela trouxe a transformação na forma que usamos a tecnologia, gerando um desenvolvimento positivo e muito bem-vindo em todo o setor.

*Patricia Campos é Diretora de Enterprise Sales & Services da Lexmark Brasil

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