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Com supercomputador, Petrobras salta em eficiência em área de exploração

Antes de chegar no setor de energia, o engenheiro eletrônico, Marcelo Carreras, Gerente Executivo de TIC da Petrobras, precisou optar pelo caminho da tecnologia. Embora ele tenha atuado desde o início da carreira na área de tecnologia, em automação e manufatura, com empresas como Gerdau e Siemens, na empresa alemã que ele precisou decidir claramente “se seria um engenheiro com conhecimentos de TI, ou seria um cara (sic) de TI com conhecimento de engenharia”. Pensando nas melhores oportunidades para o futuro, Carreras apostou na segunda opção.

Há 24 anos, Carreras iniciou outra caminhada que o levaria à Petrobras, ingressou no setor de energia. Uma área que lhe rendeu grandes oportunidades em empresas como Rio Grande Energia (RS), Light (RJ), e CPFL Energia (RS e SP). Todos os projetos e desafios únicos que enfrentou nessas empresas o preparam para assumir a transformação digital e a atualização da tecnologia adotada na segunda maior empresa do Brasil.

Petrobras e os supercomputadores

A Petrobras foi uma das primeiras empresas a investir em supercomputadores, segundo Carreras, desde as décadas de 1980 e 1990, construídos para auxiliar as áreas de exploração e reservatório. Então, periodicamente, a empresa incrementa a sua capacidade computacional, à medida que as áreas exploratórias e o movimento da empresa para fazer mais descobertas e análises das áreas para exploração cresce.

Recentemente, a companhia vem investindo em computadores de alto desempenho e, em menos de dois anos, já colocou em produção nove supercomputadores, inclusive os dois maiores da América Latina (Atlas e Fenix), que também têm como função o processamento de dados geofísicos.

Com o “Projeto Plataforma Integrada de dados e Dragão, o maior supercomputador da América Latina”, a empresa busca responder à altura a demanda de capacidade de processamento da companhia, com equipamento otimizado para algoritmos geocientíficos e com um ambiente de armazenamento capaz de prover informações para os diversos tipos de uso requeridos pelas áreas de negócio da companhia. Pelo projeto, Carreras foi reconhecido com o prêmio Executivo de TI do Ano 2021, na categoria Vantagem competitiva.

Cabe ressaltar, diz Carreras, que boa parte dos algoritmos geocientíficos ainda estão sendo pesquisados e desenvolvidos e só são possíveis de serem executados em supercomputadores com a escala do Dragão. “Então o grande objetivo dessa iniciativa é que a gente consiga gerar imagens de superfície com uma precisão cada vez maior, que são fundamentais para a nossa busca por novas áreas de acumulação de óleo e gás, bem como para podermos otimizar a nossa produção”, diz. O supercomputador tem capacidade equivalente a mais de 4 milhões de smartphones modernos.

Gestão de dados volumosos

Com a evolução das tecnologias de aquisição de dados geocientíficos, o volume de dados obtidos por empresas da indústria de petróleo tem crescido de forma exponencial. A jornada de construção de uma Plataforma Integrada de Dados foi, então, uma escolha estratégica da empresa para habilitar e alavancar soluções digitais que contribuíssem com a estratégia de negócios da empresa.

“Somente com uma forte integração entre as equipes da Exploração, Tecnologia da Informação e Suprimentos, com foco em um objetivo estratégico da companhia, possibilita a entrega de empreendimentos desta magnitude em prazos altamente desafiadores”, afirma Carreras.

Além disso, outro desafio do projeto foi a logística do Dragão, que possui 100 terabytes de memória RAM, rede de 100 gigabits por segundo, e milhões de processadores matemáticos. Para transportá-lo foram usados dez caminhões. Se fosse instalado em uma única fileira, o equipamento teria mais de 34 metros de comprimento.

O aumento da capacidade de processamento, no entanto, permitiu que a área estabelecida no Plano Estratégico da Petrobras fosse avaliada utilizando algoritmos mais complexos e, consequentemente, gerando imagens de maior qualidade. Isso possibilita a expressiva redução de riscos exploratórios e a identificação mais precisa dos objetivos, diz Carreras.

A empresa já planeja investir em mais um supercomputador e começa, agora, complementar essa capacidade através de parcerias de grandes provedoras de computação em nuvem, segundo Carreras.

Finalistas Executivo de TI do Ano 2021 – CIO

Categoria: Vantagem competitiva

Vencedor – Marcelo da Silva Carreras – Gerente Executivo de TIC, Petrobras

Finalista – Marcio Luís Teschima – CIO, Eucatur

Finalista – Patricia Pereira Camara – CIO, Makro Brasil

 

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