Com novos recursos, Facebook Workplace mira futuro do trabalho híbrido

Em um ano, plataforma registrou 40% de aumento de assinantes. Novos recursos visam maior engajamento com colaborador

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11:02 am - 23 de junho de 2021
Adriano Marcandali, Diretor Regional de Workplace para a América Latina. Foto: Divulgação

A plataforma de produtividade e colaboração do Facebook, o Workplace, anunciou recentemente um marco de 7 milhões de usuários pagos. Comercializado desde 2017, o Workplace viu no último ano, em meio à adoção inevitável do home office, um salto de 40% no número de assinantes. Criada para ser uma comunidade para a força de trabalho, o Workplace reúne algumas funcionalidades que o aproximam do próprio Facebook e posicionam a companhia de Mark Zuckerberg em uma vertical cuja demanda para soluções de produtividade acompanha o crescimento do trabalho à distância.

Na visão do Diretor Regional de Workplace para a América Latina, Adriano Marcandali, a plataforma busca ser o “front-end” da colaboração e produtividade. Isso porque oferece uma interface amigável para aqueles letrados em Facebook. Ao mesmo tempo, consegue se integrar com outras plataformas do mercado como o Office 365 e o G Suite. “Oitenta e cinco por cento da mão de obra no mundo não tem mesa”, refere-se Marcandali aos funcionários que atuam no chão de fábrica, em hospitais ou aqueles que trabalham no agronegócio. “Essas pessoas hoje não têm uma plataforma de trabalho, com videoconferência, por exemplo, elas usam ferramentas para consumidores, como o WhatsApp, Facebook, grupos no Facebook para trabalhar. Então, pensamos em levar isso para o mundo do trabalho, mas de forma totalmente gerenciada”, explica.

Nesta quarta-feira (23), a companhia revelou novos recursos para o Workplace, incluindo atualizações para videochamadas e streaming. Uma das novidades que promete ajudar a área de Recursos Humanos das companhias é a Biblioteca de Conhecimento, que reúne e documenta informações da empresa e outros anúncios importantes à comunicação interna dos times. Segundo Marcandalli, é uma evolução do intranet. “O Workplace, às vezes, é o primeiro contato do funcionário com a empresa”, pontua. “É a intranet do futuro, onde existe um repositório de conteúdo, onde o RH vai colocar os benefícios ou informações que possam empoderar uma área de call center, um centro de distribuição, de uma forma simples e amigável”, exemplifica o executivo. Uma das empresas que se beneficia da Biblioteca em questão é a Droga Raia, com mais de 45 mil funcionários. Entre outros clientes do Workplace estão empresas como Telefônica, Starbucks, Walmart e Spotify.

Outro recurso que faz parte da atualização do Workplace prevê o retorno aos escritórios, a medida que empresas mundo fora ensaiam uma volta ao presencial. “Emprestado” do Facebook, o recurso Central de Segurança funciona como uma espécie de aviso do funcionário sobre o seu status de saúde atual. Muito semelhante ao Safety Check, liberado pela rede social em situações de desastre e que serve para alertar conexões de que a pessoa está segura. No caso do Workplace, a Central de Segurança serve de referência para os colaboradores. “Trazemos para o mundo do trabalho para ele ser usado para criar uma série de políticas para que as empresas possam reagir rapidamente […] é uma forma de fazer uma ocorrência, de reagir a ela e depois rastrear para saber se as pessoas estão salvas”.

O Workplace também colocou algoritmos de Machine Learning para trabalhar no recurso das Lives. Com o acionar de um botão, um gestor, por exemplo, pode transmitir uma live com sessão de Q&A para toda a companhia. Entretanto, para aqueles que, por ventura, não puderem acompanhar a Live, o Workplace faz uso de Machine Learning para “capitular” a transmissão, colocando marcações de tempo e assuntos ao vídeo. Em teoria, ajuda a sinalizar conteúdo específico do vídeo ao compartilhá-lo e permite que os espectadores pulem para as seções em que estão mais interessados.

Experiência do colaborador – Companhias mundo afora têm quebrado a cabeça para atrair talentos e retê-los em meio a uma acelerada transformação digital. Entre as renovações da cultura organizacional pressionadas pela pandemia está uma atenção maior à chamada Experiência do Funcionário. Parte fundamental da experiência se dá nas plataformas de colaboração e produtividade. Segundo Marcandali, a área de Pesquisa e Desenvolvimento do Facebook fica com o trabalho de ouvir clientes em busca de novas formas de evoluir a plataforma. “A gente tem uma sede de relatórios de tendências onde identificamos comportamentos do consumidor que queremos trazer para o mundo do trabalho”, destaca o executivo.

Para o Facebook, a plataforma pode servir como um termômetro não só da produtividade dos funcionários e engajamento, como também ser um ponto de medida para analisar o sentimento dos funcionários na plataforma, a exemplo de como os usuários da rede social reagem com posts na timeline. “Conseguimos medir tudo”, destaca Marcandalli. “Quando tem um anúncio, campanha de benefícios, conseguimos descobrir os grupos mais engajados”, exemplifica citando também campanhas como a Great Place to Work, que avaliam a reputação da empresa para os funcionários.

 

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