Cisco faz adequações em ferramenta para atender demanda específica do CNJ

Sessões do Conselho Nacional de Justiça agora acontecem virtualmente pela plataforma Cisco Webex

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6:23 pm - 21 de maio de 2020
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No dia 15 de abril, o Supremo Tribunal Federal realizou sua primeira sessão virtual na história. O marco na transformação digital das instituições públicas brasileiras se deu por conta do isolamento social causado pela pandemia de coronavírus.

As sessões, transmitidas também pelo YouTube, são realizadas por meio da plataforma de videconferência Cisco Webex. O IT Forum 365 conversou com Giuseppe Marrara, diretor de políticas públicas da Cisco do Brasil, para falar sobre as adequações de infraestrutura necessárias pela empresa para se adequarem às necessidades do STF.

O executivo conta que a parceria se deu através de um acordo de cooperação celebrado entre o Conselho Nacional de Justiça e a Cisco, para permitir o retorno da operação dos tribunais durante a pandemia. A gestão operacional da ferramenta está sendo realizada pelo órgão, e o Webex está disponível para todos os tribunais e magistrados.

“Já vínhamos trabalhando próximos a outras entidades do governo. Temos uma divisão de setor público para atendermos exclusivamente o governo. Com a pandemia, processos de transformação que vinham caminhando naturalmente precisaram ser acelerados. O STF é um exemplo dessa transformação”, diz.

Para garantir a infraestrutura necessária para o CNJ, Giuseppe afirma que uma verdadeira força-tarefa de ambos os lados permitiu a implementação da solução. “Foram quatro dias de trabalho para adequar a nossa tecnologia às necessidades do Conselho, que aconteceu em um trabalho em conjunto entre a Cisco e a instituição. Algumas alterações precisaram ser feitas para garantir que atendesse às necessidades do STF”, conta.

Videoconferências

A ferramenta também precisou ser customizada com as salas de reuniões dos juízes e validação de identidade de usuários. “Pegamos todas as etapas de identificação que já existiam em reuniões presenciais e trouxemos para a ferramenta, para garantir a identidade dos participantes nas reuniões digitais. Há uma sala virtual onde o advogado entra, apresenta a OAB, tem o rosto identificado. Depois dessas etapas, aí a pessoa entra na sessão virtual”, explica.

Para diminuir o impacto cultural e de adaptação dos juízes, a Cisco replicou a estrutura do judiciário dentro do Webex. “A estrutura de salas é a mesma do mundo físico, para não termos que criar um novo mindset para os usuários. A mudança é que o que antes era uma sala física que era reservada, hoje é virtual.”

Por uma questão de compliance e segurança, uma das mudanças foi o destino dos conteúdos gravados. Usualmente, videoconferências registradas são armazenadas na nuvem da Cisco. Para o CNJ, a estrutura precisou ser refeita para que as sessões gravadas fossem diretamente para a nuvem da instituição, garantindo que as videoconferências dos magistrados sejam de propriedade única e exclusiva da Instituição.

Para as reuniões do STF, foi criada uma estrutura para garantir que os metadados dos processos estejam descritos nas audiências virtuais. Assim, o sistema de indexação do STF consiga armazenar e encontrar os arquivos quando necessário. “O acesso deles às reuniões virtuais acontece da mesma forma de quando as sessões eram físicas”, garante Giuseppe.

Os acordos foram feitos de forma gratuita, sem ônus para os tribunais de justiça, com validade de 90 dias, podendo ser estendido por igual período, e possibilitam que os órgãos não tenham suas atividades afetadas durante a crise. Para garantir a usabilidade, a Cisco e o CNJ também promoveram webinars de capacitação para todos os usuários, para evitar falhas de uso da ferramenta.

Transformação digital

Segundo dados do CNJ, já há cerca de 10 mil usuários ativos da Plataforma Emergencial de Videoconferência e já foram realizadas mais de 40 mil reuniões pelo Webex, incluindo reuniões de trabalho, audiências e sessões de julgamento, desde o dia 2 de abril.

De acordo com Giuseppe, nos últimos meses, já são mais de 3,5 milhões de novas licenças oferecidas gratuitamente para o Cisco Webex só no Brasil. Os usuários vão desde indivíduos até cidades e estados brasileiros. “São dezenas de órgãos públicos, cidades e estados brasileiros utilizando nossa plataforma para comunicação. Alguns deles já eram nossos clientes antes dessa crise. Agora, atendemos a todos, gratuitamente, oferecendo opções de segurança e colaboração”, diz. Para comportar o crescimento de demanda para soluções de colaboração, a infraestrutura global da Cisco cresceu cerca de 10 vezes nos últimos meses.

“O uso da videoconferência pelo judiciário brasileiro é um importante exemplo de como a tecnologia pode ser uma grande aliada neste momento de crise. A Cisco acredita que extrair o melhor do uso da tecnologia é essencial para que os serviços públicos sejam mantidos, a democracia e o devido processo legal sejam respeitados, bem como Governos, empresas e pessoas superem esse momento tão delicado para toda a humanidade e com os mais altos padrões de segurança e privacidade”, afirma Laércio Albuquerque, presidente da Cisco do Brasil.

O Ministro José Antonio Dias Toffoli, Presidente do CNJ e do STF, também falou sobre a importância da parceria com a empresa de tecnologia. “A cooperação técnica realizada entre o CNJ e a Cisco permitiu que o Judiciário brasileiro pudesse oferecer uma rápida e emergencial resposta à sociedade, no tocante ao acesso aos tribunais e à prática de atos processuais. Um projeto implementado com rapidez, transparência e sem custos. Além disso, mostra que é possível encontrar caminhos a partir do trabalho cooperativo com vista a entrega de um serviço público de qualidade”.

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