Chegou o momento de falarmos sobre DAOs

Depois de criptomoedas, blockchains, NFT’s e metaverso, uma nova tendência tecnológica ganha força: as DAOs

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9:30 am - 04 de maio de 2022

Depois de criptomoedas, blockchains, NFT’s e metaverso, uma nova tendência tecnológica ganha força: as DAOs (do inglês, organizações autônomas descentralizadas), já são um sucesso entre entusiastas da área.

Com a proposta de serem instituições menos burocráticas e mais afastadas de requisitos da legislação, as organizações descentralizadas são conjuntos de contratos inteligentes, dentro de blockchains, que funcionam de maneira autônoma.  Ou seja, são empresas ou projetos que operam por conta própria a partir de um código desenvolvido para transações e outras questões operacionais.

Um dos principais benefícios deste modelo está na ideia de um espaço horizontal. Os fundadores de uma DAO têm o mesmo poder de influência daqueles que passaram a participar da organização posteriormente, descentralizando as decisões e evitando que definições baseadas em interesses pessoais sejam priorizadas. Além disso, se faz necessário destacar a diminuição significativa dos custos e o aumento da rentabilidade proporcionados pelo modelo, originados dos processos automatizados por meio dos contratos inteligentes.

Sua aplicabilidade pode acontecer em diversos nichos de atuação. O DAOhaus da Ethereum, plataforma descentralizada focada na execução dos contratos inteligentes, por exemplo, já apresenta centenas de DAOs registradas em setores que vão desde criptomoedas e instituições de caridade até incubadoras de projetos da Web 3.0 e games de metaverso.

Por serem baseadas em blockchain, as organizações são mais transparentes, atraindo cada vez mais investidores. Assim como quem compra ações no mercado financeiro, quem deseja fazer parte de uma DAO compra tokens, e as decisões para os rumos da empresa são divididas e votadas pela comunidade. Entretanto, apesar de seu caráter de investimento, aqueles que desejam integrar uma organização não podem deixar alguns cuidados de lado:

  • Assim como os criptoativos, é imprescindível estudar sobre a DAO que deseja participar e seus respectivos representantes. Procure os envolvidos por meio de redes sociais corporativas, visto que alguns projetos já são empresas constituídas;
  • Analise as previsões de crescimento da DAO em questão. Tenha atenção ao mercado em que ela está inserida e esteja atento ao volume de atividade da comunidade que movimenta a organização;
  • Verifique a certificação do projeto em órgãos de auditoria de códigos e contratos inteligentes;

Os pontos de atenção se fazem necessários, já que não é possível negligenciarmos a cibersegurança, relevante tanto para as empresas tradicionais quanto para os novos formatos. O estudo aprofundado das instituições é muito importante para evitar fraudes, uma vez que, as DAOs com contratos inteligentes mais estruturados têm menores chances de sofrerem ataques cibernéticos.

Com um olhar atento ao mercado, já é possível vermos algumas movimentações em relação à regularização do formato: a República das Ilhas Marshall, na Oceania, foi o primeiro país a reconhecer as DAOs como entidades legais.

As perspectivas dessa tecnologia são várias: por ser algo recente, ainda se discute sobre a legalidade e a segurança. Para o mercado, as organizações representam uma nova possibilidade de investimento, devido à transparência originada pela horizontalidade das DAOs. De qualquer forma, trata-se de um formato que veio para revolucionar o mercado em diferentes esferas.

*Otávio Viana, Solutions Engineer Manager da NAVA

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