CEO da CTA: “não devemos temer as mudanças”

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11:00 pm - 06 de janeiro de 2017
CEO da CTA: “não devemos temer as mudanças”

Inteligência artificial (AI), realidade aumentada (AR), realidade virtual (VR), carros conectados e autônomos, assistentes virtuais. São inúmeras as tecnologias apresentadas e demonstradas durante a CES 2017 que fica difícil dizer qual é o grande foco do evento, embora conectividade e os sistemas autônomos, aliados à AI, tenham ocupado grande parte das conversas. Mas mais interessante que conhecer ou entender o que faz cada uma delas, é discutir o impacto disso no dia a dia, já que muitos temem as mudanças que estão por vir, mesmo sem saber o que de fato irá acontecer. De maneira simples e pragmática, o CEO da Consumer Technology Association (CTA), Gary Shapiro, dá um simples recado: “não podemos temer as mudanças”.

“A inovação cria novos caminhos para sermos mais eficientes e buscarmos diferentes maneiras de fazer as coisas. A tecnologia deixa as pessoas desconfortáveis e nossa sociedade e governo precisam realmente estar preocupados e se perguntar como garantimos nossa privacidade? Nossa segurança? Como nos defendemos de terrorismo e ciberterrorismo? Com o avanço da tecnologia, com carros autônomos, como refletimos sobre fim de posições de trabalho? Sabemos que isso será um grande desafio, são tempos de grandes mudanças, mas de muitas oportunidades”, comentou o executivo ao falar durante a CES 2017.

De maneira geral, as pessoas que circulam pelo evento, sobretudo, executivos da indústria, tendem a passar uma visão mais otimista do que está por vir, principalmente no que tange a perda de postos de trabalho, algo que, aliás, já tem acontecido. Ao mesmo tempo em que gigantes da tecnologia mostravam as maravilhas da inteligência artificial no que já é o maior evento de tecnologia do mundo, uma empresa no Japão substituía 34 funcionários por uma aplicação baseada na plataforma Watson, da IBM. Mas se por um lado as pessoas em geral temem por seus trabalhos, do lado da indústria o desconforto também existe. O ciclo de inovação diminuiu e criar a partir da tecnologia ficou mais fácil, permitindo o surgimento de startups que aniquilam negócios que navegavam por sua zona de conforto. 

Questionado sobre quem mais temia esse rápido avanço das mudanças, Shapiro não diferenciou uma pessoa de um empresário e recorreu ao comportamento humano para argumentar o momento pelo qual o mundo passa atualmente. “O comportamento do ser humano é naturalmente desconfortável com mudança. Mas as coisas tem um ciclo de vida e é assim que as coisas são. Se você comparar nossas condições de vida atualmente e com a de nossos pais, é diferente. Continuamos avançando e a mudança tem que continuar ainda que seja desafiador”, pontuou.

Para Shapiro, aliás, a discussão principal não deve estar apenas na perda de um ou outro posto de trabalho. Para ele, é preciso criar uma discussão sobre segurança, privacidade, além de discutir o futuro do trabalho e a economia do compartilhamento, que já tem gerado desafios para a indústria hoteleira e assim como para os taxistas. “As pessoas estão desconfortáveis, e isso vale para profissionais e líderes empresariais. Olhe o que aconteceu com agências de viagem, o que está passando com os bancos. Empregos vão e vêm e o que é preciso é treinar pessoas para os empregos do amanhã”, acrescentou, lembrando que, é interessante notar que, embora temam o futuro, as pessoas estão aproveitando ao máximos as vantagens da digitalização com smartphones, TV, serviços compartilhados. 

*O IT Forum 365 viajou a Las Vegas a convite da CTA, organizadora da CES


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