A Cambridge Analytica (CA) — envolvida em um escândalo de privacidade após coletar informações de perfis de cerca de 87 milhões de usuários do Facebook e usá-las para fins eleitorais — tem uma criptomoeda relacionada aos seus planos. A ideia era lançar um ICO (Initial Coin Offering, ou oferta inicial da moeda) e criar um token virtual para permitir que as pessoas vendam seus dados pessoais e lucrem com isso. Aparentemente, os planos foram prejudicados pela recente polêmica em que suas ações de coleta de dados foram expostas.
A CA já afirmou ter projetos para desenvolver uma plataforma blockchain que “dará aos usuários controle sobre suas próprias informações”. Como uma espécie de recompensa por informações.
Segundo o The New York Times, a revelação vem da ex-funcionária da CA, Brittany Kaiser, que deixou a empresa em fevereiro. Ela também afirmou recentemente que a CA usou mais de um questionário no Facebook para coletar dados e que o número de pessoas que a empresa analisou é bem maior do que o total de 87 milhões estimado.
Kaiser estava encarregada diretamente disso e diz ter oferecido seus serviços a inúmeras empresas que operam moedas virtuais. A companhia teria trabalhado com a Dragon Coin, uma criptomoeda destinada a entusiastas dos jogo de azar na ilha de Macau.
É possível que a CA tenha tido negociações mais obscuras com os dados das pessoas que ainda não se sabe. As declarações de Kaiser podem gerar novos depoimentos e encorajar mais funcionários e ex-funcionários a revelarem o que aconteceu atrás de portas fechadas.
A Cambridge Analytica foi contratada para trabalhar na campanha do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, antes das eleições americanas, no pleito de 2016. A CA também estava envolvida na Europa, durante o referendo Brexit, que aconteceu no mesmo ano.
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