Com mais de 23 mil caixas eletrônicos do Banco 24 horas espalhados em diferentes locais do Brasil, como supermercados, lojas e postos de gasolina, a TecBan encontrou na tecnologia uma forma de otimizar a saída de cédulas de dinheiro dessas ATMs. A resposta veio por meio do blockchain.
Segundo Robert Baumgartner Junior, diretor de TI e Telecom da TecBan, o projeto surgiu a partir do entendimento do potencial de otimização de custos logísticos das Instituições Financeiras frente à dinâmica de movimentação física de numerário, considerando a emissão e a complexidade da operação para a colocação do numerário no meio circulante.
“Esse processo era realizado de forma manual, sem apoio de um sistema integrado para o compartilhamento e rastreamento das informações entre as instituições. A proposta consistiu na automatização da gestão das oportunidades de transações interbancárias utilizando blockchain”, conta.
A tecnologia proporciona o registro compartilhado e rastreável dos dados e operações entre os participantes de maneira transparente, segura e confiável, que pode ser utilizada por todas as instituições financeiras, tornando mais inteligente uma movimentação que requer uma logística complexa.
Com a novidade, agora é possível fazer um processo interbancário, em que os diferentes pedidos de notas são compartilhados pela rede de bancos da base da TecBan, vencedora do prêmio As 100+ Inovadoras no Uso de TI na categoria Serviços financeiros, realizado pela IT Mídia em parceria com a PwC.
“Do ponto de vista tecnológico, entendemos que para esse tipo de necessidade faria sentido usamos o blockchain, porque temos vários bancos envolvidos e precisamos ter um agente central que faz a orquestração, com informações confiáveis. Ninguém pode apagar ou alterar o dado, possibilitando total transparência”, diz Baumgartner Junior.
De acordo com ele, o uso de uma tecnologia que nasceu para acabar com o dinheiro parece curioso, mas faz todo sentido. “Hoje, dez anos depois do surgimento da tecnologia, a usamos para ajudar a otimizar o ciclo de dinheiro. É curioso ver como uma solução nasce para uma finalidade, mas sua aplicabilidade pode ser outra”, completa.
O executivo aponta que o ineditismo do projeto desafiou a TecBan tanto na parte tecnológica, quanto na cultural. “Contudo, rapidamente os benefícios ficaram claros para os bancos e hoje há forte valorização da escalabilidade e redundância.” Os obstáculos foram superados devido ao engajamento e adaptabilidade do time, colaboração com o cliente e pela priorização do tema.”
Para quebrar o silo tecnológico, a TecBan usou Design Thinking com a participação de equipe multidisciplinar para validar o entendimento da oportunidade de negócio e do problema a ser resolvido, exploração de alternativas, construção e a entrega do Minimum Viable Product (MVP).
Durante o processo de desenvolvimento do MVP, a solução de arquitetura de Blockchain Hyperledger foi exercitada e confirmada como a tecnologia que permitiria a realização de transações interbancárias com segurança, transparência e rastreabilidade. Para a construção do projeto piloto, foi criado um time multidisciplinar, utilizando metodologia ágil (Scrum Máster, PO, Arquiteto, UX, desenvolvedores, especialista de segurança e QA) com sprints de entregas a cada duas semanas para validação dos clientes das funcionalidades implementadas e usabilidade.
Com o projeto, que completou um ano em operação, a TecBan apurou diversos resultados positivos. Nas instituições financeiras, os funcionários que realizam as atividades de forma manual para as movimentações de numerário passaram a ter uma única aplicação confiável e segura para realizarem suas operações.
Já os custos despendidos no processo também foram reduzidos em torno de 15% a 20%, uma vez que a solução prevê a otimização intra e entre custódias de valores. Com isso, muitas das vezes não é necessário transportar o numerário, apenas com uma movimentação na custódia a necessidade é atendida e a operação é concluída.
“E do ponto de vista de sustentabilidade, temos o aumento na eficiência logística com diminuição de circulação de carros fortes, menor risco para segurança física e redução de poluentes”, destaca o executivo.
Com uma forte cultura voltada para o novo, a TecBan, que direcionou nos últimos cinco anos R$ 2,2 bilhões para inovações, pretende evoluir no uso do blockchain. “Queremos que a tecnologia atenda ao mercado financeiro de forma mais ampla”, adianta o executivo.
A proposta da empresa é agregar ainda outras tecnologias ao seu arsenal, buscando soluções que permitam evoluções incrementais rápidas, mas com visão de longo prazo.
Finalistas do prêmio As 100+ Inovadoras no Uso de TI na categoria Serviços Financeiros
1º TecBan – Robert Baumgartner Junior, diretor de TI e Telecom
2º Cielo – Danilo Zimmermann, vice-presidente de TI e Projetos
3º SPC Brasil – Ricardo Almeida, superintendente de TI
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