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Blanca Treviño, CEO da Softtek: “O Brasil foi como um mestrado para mim”

“A Softtek é fruto de uma cultura empreendedora”. É assim que Blanca Treviño, presidente e diretora executiva da Softtek, define a história da gigante de TI que fundou em 1982 no México. “Nos anos oitenta, dizer que queríamos ser uma empresa global era algo muito ambicioso. Não havia sequer empresas de tecnologia no México, imagine uma empresa de tecnologia que queria ser global”, diz a empresária.

A ambição de se tornar uma empresa global se tornou realidade – e o Brasil é parte importante desse processo. Neste ano, a Softtek completa 30 anos de operação no mercado nacional. Em conversa com o IT Forum, Blanca celebra as três décadas de atuação no país e destaca como o Brasil é reflexo de como a cultura empreendedora da Softtek ajudou na sua expansão pelo mundo.

“O Brasil foi como um curso de mestrado para mim”, conta a empresária. “Tabalhar no Brasil não é algo simples. A cultura empresarial brasileira e as regulamentações fiscal e trabalhista são aspectos importantes. Não se tratava só de aprender o idioma, mas entender como os brasileiros trabalham. Estar disposta a fazer isso reflete essa parte do nosso espírito.”

A decisão de iniciar as operações por aqui veio de uma provocação de um parceiro antigo da Softtek, a IBM. No início dos anos 90, a companhia já atuava desenvolvendo sistemas internos para a gigante da tecnologia e foi questionada se poderia ajudá-la também no Brasil. A Softtek aceitou o desafio e se estabeleceu aqui em 1994. Nos anos seguintes, cresceu no país junto a outras gigantes do setor, como a SAP.

Hoje, a companhia tem mais de 1,1 mil colaboradores no Brasil, uma parte importante das 16 mil pessoas que emprega globalmente. A meta da companhia é crescer 10% neste ano no Brasil, apostando em verticais de recursos naturais, agronegócio, seguros, saúde, sinistros, bancos e serviços financeiros.

Leia também: Jim Goodnight fala sobre impacto da IA, cultura corporativa e futuro do SAS

Para Blanca, a operação brasileira da Softtek é estratégica para a companhia. Ela relembra os desafios enfrentados pela companhia no início de sua operação local, quando um time pequeno de representantes da empresa tentou se estabelecer no país – sem saber o idioma local, sem recursos, e sem ter um nome conhecido no mercado. “O melhor exemplo de que somos ambiciosos, sonhadores e visionários foi iniciar operações no Brasil”, disse.

A estratégia logo se provou acertada, no entanto. “É impossível ignorar o Brasil. Se você quer ser uma empresa global com força na América, então você precisa saber o que o Brasil representa na economia das Américas. Estar no Brasil, com todo o dinamismo e com todos os desafios também – porque o Brasil também não é fácil –, representa uma parte muito, muito importante de nossa presença global”, explicou Blanca.

A líder da Softtek destacou também o perfil das empresas locais que, segundo ela, são entusiastas de novas tecnologias e ajudaram a organização a crescer rapidamente no mercado nacional, em especial com implementações SAP. “Quando a SAP chegou à região, começou pelo México, mas muito rapidamente o Brasil se tornou seu mercado mais importante na América Latina – e nós nos tornamos o parceiro mais forte da SAP no Brasil”, apontou. “O Brasil tem um perfil de empresas maduras, grandes e globais, que estão alinhadas com o que buscamos.”

Liderança com empatia e desafios da IA

Também durante a conversa com o IT Forum, Blanca abordou a transformação pela qual passa o papel de um líder executivo na atualidade. Uma destas transformações vem, por exemplo, na esteira da adoção de ferramentas de inteligência artificial generativa pelas organizações. Para Blanca, o tema da empatia se torna fundamental nesse contexto.

Veja mais: Softtek celebra 30 anos no Brasil apoiada em resiliência e inovação

“Não acredito que a inteligência artificial vai substituir nunca o aspecto da empatia”, afirma. “Quando você entra em conversa com o ChatGPT, você descreve o que quer. Mas o ChatGPT nunca refletirá sentimentos ou emoções. Nunca. Então, a IA, talvez, me permita acessar muito mais informações, mas para poder tomar decisões de forma empática e ações que me permitam uma relação muito mais efetiva.”

Na avaliação da empresária, o papel de um líder continua a ser “contagiar” os colaboradores com a visão da empresa, estimulando-os a atuar em conjunto para o sucesso da companhia. “Quero enfatizar a parte do ‘conjunto’ porque a visão é construída por um grupo de pessoas. Não é a visão que alguém como Blanca Treviño cria sozinha. É responsabilidade desse líder compartilhar essa visão, contagiá-la interna e externamente”, avalia.

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