Automação: profissionais querem aprender, mas faltam oportunidades

53% dos trabalhadores acreditam que a automação vai mudar ou tornar o seu trabalho obsoleto em 10 anos.

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1:38 pm - 09 de outubro de 2019

Nos próximos anos, já está claro que muitos profissionais dividirão suas funções com “robôs”. Essa narrativa vem sendo cada vez mais discutida para entender como estas mudanças modificarão o mercado.

A PwC divulgou uma nova pesquisa, realizada em 11 países com 22 mil pessoas, sobre o impacto da automação nos empregos. Foi relatado que 53% dos trabalhadores acreditam que a automação vai mudar ou tornar o seu trabalho obsoleto em 10 anos.

Para 28% dos entrevistados, é improvável que a tecnologia torne seus trabalhos obsoletos. 61% dos entrevistados afirmam que a tecnologia tem impacto positivo no seu dia a dia, e 77% se mostraram dispostas a aprender novas habilidades.

Porém, passar por um processo de “reciclagem” de aprendizado do trabalho, pensando em melhorar a empregabilidade, envolve uma série de outras questões. As ofertas e oportunidades de capacitação variam de acordo com o nível de escolaridade, localização, gênero e idade, também.

Fábio Cajazeira, líder de Clientes e Mercados da PwC Brasil, diz que as novas habilidades serão relevantes na vida das pessoas daqui pra frente. “Todos terão que se preocupar com isso em algum momento de suas trajetórias profissionais”, cita.

No lado das empresas, Cajazeira afirma que “terão que buscar os caminhos necessários para ajudar seus colaboradores na medida do possível, de modo que estejam plenamente capacitados para os novos tempos”.

Varia na educação

A pesquisa ainda aponta que pessoas com maior grau de escolaridade são mais otimistas em relação à tecnologia nos seus empregos.

Em suma, ela aponta que 34% dos adultos sem escolaridade ou formação pós-secundária não estão aprendendo nenhuma habilidade na área digital. Já 17% dos formandos, por outro lado, estão aprendendo.

Para 38% destes trabalhadores entrevistados, não qualquer tipo de capacitação por parte de seus empregadores; do outro lado, 20% dos pós-graduados/formandos têm oportunidades do tipo.

Os que estão mais preocupados (nervosos ou com medo) sobre o impacto da tecnologia em seus empregos correspondem a 17%.

“Embora a tecnologia crie muitos empregos, as pessoas precisam adquirir tais habilidades e desenvolver um mindset que facilite sua adaptação a esse cenário”, diz Richard Oldfield, líder global de Clientes e Mercados da PwC.

Ele ainda relaciona o fato de que há “uma grande vontade de aprendizado entre as pessoas, mas as oportunidades não são distribuídas de maneira uniforme e essa é uma questão que vai se tornar extrema caso não receba a devida atenção de governos, ONGs e empresas”.

Diferenças demográficas

O relatório da PwC ainda mostra que homens são mais propensos a enxergar a tecnologia de modo positivo e são mais abertos a aprender novas habilidades do que mulheres (80% e 74%, respectivamente).

Mais otimistas do que qualquer outro grupo etário, jovens de 18 a 34 anos são mais positivos sobre o futuro digital. Mas, também, eles estão recebendo mais oportunidades de treinamento.

Para 69% dos jovens entre 18 e 34 anos, o impacto da tecnologia no seu trabalho é favorável; entre 35 e 54 anos, 59% dos indivíduos pensam da mesma forma; para os quem têm mais de 55 anos, 50% enxergam essa positividade.

Foi constatado, também, que 18$ dos jovens entre 18 e 34 anos afirmam não ter oportunidades de aprendizado de habilidades digitais. Entre 35 e 54 anos, o número fica em 29%; acima dos 55 anos, o número é de 38%.

Segundo a pesquisa, 67% dos habitantes de áreas urbanas acreditam que suas perspectivas de trabalho vão melhorar com a tecnologia e 80% estão recebendo oportunidades de qualificação de seus empregadores. Em áreas rurais, 48% se dizem otimistas com a adoção em massa da tecnologia e 60% afirmam receber oportunidades de qualificação.

A PwC ainda aponta, em estudo anterior, que 30% dos empregos estarão em risco por causa da automação por volta de 2030.

“Assumindo-se que as pessoas que responderam nossa pesquisa estão digitalmente mais conscientes, este cenário tende a ser mais radical se considerarmos toda a população”, afirma Richard Oldfield.

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