Atlético Mineiro usa IA para avaliar jogadores em categorias de base

Ferramenta, chamada Speck, também é usada por outras empresas para avaliar perfis, incluindo a Fundação Dom Cabral (FDC)

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11:17 am - 20 de janeiro de 2022
jogadores, futebol, atlético mineiro Foto: Shutterstock

O Clube Atlético Mineiro acaba de implantar a solução Speck – chamada Speck Champs pela instituição – com foco em determinar padrões de comportamentos dos atletas da base e compará-los com jogadores considerados referência do futebol. O software avalia os padrões socioemocionais previamente definidos para permitir aos gestores esportivos determinar as melhores estratégias para otimizar o desempenho e desenvolvimento do atleta. Tudo isto a partir de técnicas de Inteligência Artificial (IA), que se baseiam em princípios consagrados de psicolinguística para compreender o perfil socioemocional do indivíduo.

Desde 2016, o CEO do Atlético, Plínio Signorini, pesquisa softwares de análise cognitiva, mas foi em 2018 que a equipe da Speck desenhou, sob medida, uma solução para o Clube. “Investimos constantemente em nossos atletas e por isso é importante conhecê-los profundamente. Sabemos que o desempenho de um jogador pode ser afetado por fatores que não estão diretamente ligados ao esporte. É aí que entra a análise socioemocional. Ela nos possibilita extrair o máximo de cada atleta, da forma correta”, explica Plínio.

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De acordo com o executivo, o Speck Champs implantado antes da pandemia, exige constantemente um trabalho de aculturamento nos diferentes níveis de profissionais do clube e os resultados já são visíveis. O CEO ressalta que o perfil ideal de um atleta de ouro é a soma de um trabalho de equipe, mas que em breve será possível ser ainda mais assertivo aplicando o Speck Champs para novas contratações, antes mesmo de efetivar o atleta.

Como exemplo, Plínio destaca um dos jogadores que esteve na lista de dispensa e quando a análise socioemocional e psicossocial foi utilizada, a decisão foi revertida. “O atleta estava cadastrado como meio de campo e não rendia o suficiente para permanecer no time. A partir da análise do Speck Champs reavaliamos e testamos como atacante. Bingo! Ele foi artilheiro de um torneio disputado no Nordeste e no campeonato sub15 fez um dos gols do título”, explica Signorini.

Atualmente, a plataforma é aplicada no clube em jovens com idade de 14 a 20 anos. “Avaliamos ampliar a utilização do Speck e cruzar os dados com outras ferramentas, tanto fisiológicas, quanto psíquicas. Acredito que, em um futuro próximo, os bons resultados poderão ser atribuídos ao investimento que estamos direcionando para a base, reduzindo os riscos e preparando atletas sob aspectos emocionais e físicos”, completa Signorini.

Empresa usa a mesma tecnologia

A ferramenta Speck também é utilizada pela Fundação Dom Cabral para acompanhar o desenvolvimento das capacidades de liderança. O projeto está no ar desde o início de 2018 e mais de 320 alunos já passaram pela plataforma. Com ela, alunos do MBA são comparados aos principais líderes do mundo e, a partir disso, a escola entende o real potencial de desenvolvimento de cada um deles em direção às capacidades de liderança mais exigidas pelo mercado.

É criado um score que conecta as características socioemocionais do indivíduo com suas capacidades de liderança com aferição de métricas em tempo real. “A personalização do MBA permite entender a evolução de cada indivíduo numa trajetória colaborativa de aprendizagem e é algo único na metodologia em uma escola de negócios”, explica Marcele Gama, Gerente de Desenvolvimento de Executivos da FDC.

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