Ataques cryptominers aumentam seis vezes na América Latina

Brasil, Colômbia e México lideram os incidentes de mineradores de criptomoedas na região

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9:30 am - 22 de agosto de 2018

As detecções de ataques causados por cryptominers ou “crypjacking” tiveram aumento exponencial na América Latina em 2018 quando comparado a 2017, enquanto os ataques causados por ransomware diminuíram abruptamente no ano passado.

Esses ataques relacionados à mineração com criptomoeda geram menos receita para os cibercriminosos, mas, ao contrário das campanhas de ransomware, eles o fazem de forma sustentada e sem assumir grandes riscos, de acordo com os dados revelados pela Kaspersky Lab.

As criptomoedas aumentaram o seu valor de avaliação durante o ano passado, conforme previsto pela Kaspersky Lab, gerando um interesse marcante por parte dos cibercriminosos. Isso resultou em seis vezes mais ataques de cryptominers na região – passando de 57.278 em 2017 para 393.405 até agora este ano. A tendência de queda registrada pelas detecções desses ataques em 2016 em relação a 2015, quando passaram de 3.345 para apenas 800, se reverteu completamente. Entre as criptomoedas mais procuradas pelos cibercriminosos está o bitcoin tradicional, assim como moedas consideradas mais seguras e anônimas, como Monero e zcash.

O país mais afetado na região pelos cryptominers é o Brasil, com 51,23% dos ataques, seguido pelo México, com 19,86%, e pela Colômbia, com 7,20%. Os países menos afetados da lista são Nicarágua, Uruguai, Cuba e Haiti.

Enquanto isso, em nível global, o número total de usuários que foram atacados por um minerador de criptomoeda malicioso aumentou em 44,5% quando comparamos 2016-2017 e 2017-2018; já os dispositivos móveis aumentaram em 9,5% no mesmo período. Em contraste, o número total de usuários que enfrentaram um ataque de ransomware caiu 30%, comparando o período 2016-2017 com o período 2017-2018; o mesmo em dispositivos móveis, na qual diminuiu 22,5% nos mesmos períodos.

Se somarmos a isso a comercialização de ferramentas já desenvolvidas e que o retorno estimado do investimento para essas campanhas seja de cerca de R$120 mil por mês (US$ 30 mil), é fácil perceber que se trata de uma empresa que oferece aos cibercriminosos um caminho direto para começar a ganhar.

Por fim, esse tipo de ataque geralmente se concentra em computadores desktop. “Esse tipo de malware é mais fácil de identificar em dispositivos móveis devido ao aumento no consumo do plano de dados e à redução da vida útil da bateria. Um exemplo claro é o malware Loapi, que exerceu um nível de estresse tão alto no dispositivo que acabou deformando a bateria ao minerar criptomoedas”, explicou Pontiroli.

Quanto aos sistemas operacionais mais vulneráveis a esses ataques, o Windows 10 ocupa o primeiro lugar, com 47,48%, seguido pelo Windows 7 com 39,88%, e o Windows 8 com 10,07%.

Empresas na mira

Os ambientes corporativos e centros de dados, na qual os recursos disponíveis são praticamente ilimitados devido à operação de alguns serviços na nuvem que automaticamente escalam sua capacidade, são um alvo extremamente atraente para grupos criminosos. Essa é uma nova onda de infecções na qual a EternalBlue continua a explorar – por meio de uma vulnerabilidade que foi corrigida há mais de um ano – para a propagação de malware.

Os ataques no estilo Wannamine ou PowerGhost, estimados em R$ 8 milhões, (US$ 2 milhões), mostram a capacidade dos mineradores de passar despercebidos ao usar malware somente de memória e ferramentas legítimas como o PowerShell.

Outros recursos que anteriormente só foram observados em malware usados em campanhas direcionadas também foram encontrados. Além disso, também foi observado o uso de sites comprometidos como um ponto de partida para executar a mineração distribuída em um grande número de computadores por meio de scripts maliciosos ou por meio de anúncios de terceiros, que são carregados em sites legítimos sem o conhecimento do proprietário ou dos usuários que os acessam

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