Ataques a PMEs no Brasil saltam 140% em um ano

Brasil lidera tentativas de ataques na América Latina, segundo a Kaspersky. Objetivo é roubar senhas para acessar internet banking de empresas

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7:45 am - 23 de junho de 2022

Pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras se encontram cada vez mais sob o alvo de cibercriminosos. Segundo novo relatório da Kaspersky, estas empresas estão enfrentando o crescimento de três golpes: o roubo de senhas corporativas, ataques via internet e a invasão da rede que explora o trabalho remoto. De acordo com a análise, feita no período de janeiro a abril de 2022, houve um crescimento médio de 41% desses ataques na comparação com o ano anterior.

A Kaspersky identificou que os bloqueios do Trojan-PSW (Password Stealing Ware), um programa que visa roubar senhas dos funcionários para garantir acesso à rede da empresa ou ao Internet Banking da organização, cresceram 143% no último ano no Brasil.

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Já nos ataques pela internet, os criminosos infectam sites com muitos acessos (como portais de notícia, lojas de grandes redes) com um programa que irá contaminar os dispositivos de quem acessá-los, explorando vulnerabilidades em programas populares (como Java, Windows, pacote Office etc).

Ao ter sucesso na infecção, os criminosos passam a ter acesso ao dispositivo, às informações contidas nele e à rede da organização. No Brasil, foram registrados mais de 2,6 milhões bloqueios deste tipo de golpe, número 72% maior do que o segundo país da região, o Peru.

Os ataques de força bruta ao protocolo Remote Desktop Protocol também se beneficiaram com os trabalhadores atuando de suas casas. Essa tecnologia dá o acesso remoto do funcionário à rede da empresa, porém a falta de cuidados de segurança permite que ela seja explorada por criminosos para realizar outros golpes, como o roubo e sequestro de informações via ransomware.

Enquanto que, globalmente, o número total desses bloqueios diminuiu ligeiramente, no Brasil, chegou aos 20 milhões de tentativas de ataques. Com isso, o país lidera o ranking na América Latina, com um volume quase quatro vezes maior que a Colômbia, segunda classificada.

“Qualquer empresa — mesmo uma micro ou pequena — transfere mais dinheiro do que uma pessoa comum e isso faz delas alvos mais lucrativos. O crescimento dos ataques reforça a realidade que os criminosos estão se voltando a essas organizações que normalmente não contam com um time de segurança”, contextualiza Roberto Rebouças, gerente-executivo da Kaspersky no Brasil.

Para proteger as PMEs, o executivo recomenda soluções pré-configuradas com as melhores práticas de segurança e, de preferência, baseadas na nuvem. “Tocar uma empresa no Brasil não é tarefa fácil e o dono precisa focar no seu negócio — sem negligenciar o futuro do seu sonho. Por isso a otimização da segurança é a melhor saída. Há soluções que podem manter a proteção da empresa gastando apenas 15 minutos por semana de um profissional de TI por sua simplicidade. Se essa ferramenta for na nuvem, o profissional pode dar o suporte técnico para a empresa de onde estiver.”

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