Aplicativos: Como o Flutter tem mudado a dinâmica de desenvolvimento de softwares

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1:00 pm - 02 de fevereiro de 2022
flutter aplicativo celular

A área de desenvolvimento de software é uma das que mais cresce no mercado de tecnologia. O avanço tecnológico possibilitou o aprimoramento dos smartphones que, por consequência, nos proporcionou um número cada vez maior de aplicativos móveis, mais conhecidos como apps. Levando em consideração que no Brasil há uma grande disposição para a tecnologia, hoje, por exemplo, nosso país já conta com 2,1 dispositivos digitais por habitante, segundo dados da Fundação Getulio Vargas, não é de se estranhar que nos destacamos em 2021 como o país com a maior média de tempo gasto em aplicativos, conforme aponta a agência focada em análise do mercado mobile, a App Annie.

A alta demanda por aplicativos nos impulsiona a buscar as melhores soluções para a criação desses projetos. A meu ver, é justamente neste ponto que o Flutter, framework para o desenvolvimento de aplicativos mobile para Android e iOS, criado pelo Google, se destaca. Seu grande diferencial é todo o retorno que ele proporciona, com a mesma qualidade e fidelidade que um desenvolvedor nativo nos traria – a precisão é de 90% quando comparado aos kits nativos. Desde que foi lançado em 2017, a evolução que o Google fornece no framework é surreal. É como se tivéssemos um editor de texto de determinado desenvolvedor, no qual, com muita praticidade, pudéssemos definir em poucas etapas qual extensão gostaríamos de salvar.

Com o surgimento do Flutter, observamos mudanças na dinâmica de desenvolvimento de novos projetos. Agora, além de mais democrático, o processo de criação de aplicativos se tornou também mais simples. Diferente de muitos frameworks, a ferramenta usa a linguagem DART, criada pela Google em 2011 com objetivo de simplificar as linhas de código, dispensando o JAVA, mais comum em navegadores como Internet Explorer. De acordo com o Google, 89% dos usuários que adotaram a plataforma acham a linguagem mais eficaz.

Com a proposta de facilitar o desenvolvimento de aplicações em multiplataforma, a possibilidade de mudar layouts com toolkits e debugs em uma mesma janela, torna a experiência ainda mais direta, sem a dificuldade de frameworks próprios, nos quais existem uma mudança brusca nas linhas de edição. Entre as muitas vantagens, a agilidade no uso da plataforma merece destaque, onde é possível definir com apenas um clique a versão de sistema operacional destinada à aplicação, algo que é visto de forma inovadora.

A facilidade que o Flutter apresenta, diferente de outro programa de código aberto, é uma linha de código única, onde existe a possibilidade de ser mais ágil em outras atividades dentro do construtor, além do Open Source, que através da comunidade construída em seu entorno, garante a adição constante de correções e novas funcionalidades. As versões de lançamento dos aplicativos Flutter estão juntas com a compilação antecipada (AOT) no Android e no iOS, possibilitando o alto desempenho em dispositivos móveis. Com essa funcionalidade, podemos mobilizar uma quantidade menor de desenvolvedores. Ao compararmos com outros editores nativos, a quantidade de profissionais para o desenvolvimento de apps para iOS ou Android é maior. Trata-se de um grande feito para a tecnologia.

Mas eis a questão: o Flutter não tem desvantagens? Sim, como todas as outras plataformas, o Flutter ainda possui algumas lesões no desenvolvimento de projetos. A exemplo, o tamanho de pacote gerado no build, para que o funcionamento ocorra bem em uma aplicação desenvolvida com Flutter, pode conter vários arquivos auxiliares e, no mercado mobile, muitos usuários podem não querer utilizar um determinado aplicativo se ele ocupar grande espaço na memória do dispositivo. Além disso, essa questão ainda pode afetar a distribuição da aplicação e a linguagem de desenvolvimento, que demanda um determinado tempo de estudo. Isso pode ser um empecilho para que empresas e desenvolvedores adotem o Flutter logo de cara.

O Flutter tem grande potencial no mercado visto que, uma vez desenvolvido pelo Google, tem um enorme poder de investimento. Cabe a cada desenvolvedor analisar as necessidades do projeto a ser implementado, os prós e contras, para decidir se é vantajoso utilizá-lo.

*Caio Bretones é sócio-fundador e CEO da Mobile2you, especialista em fintechs, Pix, Open Banking, soluções digitais, segurança mobile e programação

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