Aplicativo faz diagnóstico de covid-19 a partir de radiografia do pulmão

Solução criada na USP de Ribeirão Preto analisou mais de 3.500 imagens de pacientes e pode ser utilizada para triagem de pacientes com a doença

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1:30 pm - 09 de julho de 2020
covid 19 aplicativo Coronavirus or Flu virus - Microbiology And Virology Concept

Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto desenvolveu um aplicativo que é capaz de fazer o diagnóstico de pacientes com covid-19 com base em radiografias do pulmão. A solução analisa várias imagens ao mesmo tempo para detectar a doença. O app também pode ser usado na triagem de pessoas com suspeita do novo coronavírus.

O projeto foi desenvolvido pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLRP) da USP de Ribeirão Preto. A solução ainda teve ajuda do Departamento de Computação e Matemática da faculdade. Em entrevista ao Jornal da USP, a pesquisadora Paula Cristina dos Santos, uma das responsáveis pelo app, explica que foram analisadas 3.500 imagens de radiografias extraídas de repositórios do Brasil, China, Itália e Estados Unidos.

Aplicativo covid-19

Das imagens: duas mil eram de pacientes com covid-19, outras quinhentas de pacientes com tuberculose e mil de pessoas saudáveis. “Em seguida foi feita uma análise estatística, usando algoritmo capaz de distinguir os três grupos de pacientes: aqueles com a covid-19, aqueles com tuberculose e aqueles sem nenhuma doença”, aponta Santos.

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Homenagem à cientista pioneira

O grupo conseguiu delimitar as diferenças das imagens de pulmões de pacientes com covid-19, tuberculose e também com alterações causadas por malária. O app foi nomeado Marie, em homenagem à cientista polonesa Marie Curie – primeira mulher a ganhar um Nobel e a única pessoa a ganhar dois prêmios em categorias diferentes: Física e Química e pioneira nos estudos de raio-x.

Atualmente, o aplicativo Marie tem uma assertividade entre 93% e 98% no diagnóstico da covid-19. A ideia é que um médico possa enviar por celular uma ou duas fotos e ter o diagnóstico em poucos minutos.

A equipe da USP de Ribeirão Preto agora se dedica a aprofundar o estudo para detecção em casos mais leves. Nessas situações, a assertividade do Marie tem uma queda. Os pesquisadores também procuram financiamento para o projeto.

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