Análise: O novo MacBook Pro de 16 polegadas é a Apple por completo

Os novos laptops MacBook Pro da Apple foram anunciados há três semanas e estão nas mãos dos usuários há apenas duas delas. Depois de passar uma semana usando uma das versões de 16 polegadas, posso dizer que eles representam um grande salto para a plataforma de computador da Apple ao unir todos os elementos da visão de computação da empresa.

Como o MacBook Pro funciona: uma resumo rápido

• Os dados de desempenho confirmam as afirmações de lançamento da Apple; é rápido.
• A vida útil da bateria e o desempenho significam que você pode conseguir muito mais com esses Macs.
• Você efetivamente terá um monitor de referência em sua mochila.
• Você dificilmente ouvirá a ventoínha; esses Macs rodam bem.
• Desempenho de desktop móvel que é tão eficaz dentro de um escritório quanto no dia a dia.
• Um triunfo geral de design e execução, do processador ao sistema operacional.
• A mudança da Apple para processadores da série M eleva o status de todos seus Macs.

Desempenho surpreendente

Tenho trabalhado com um modelo intermediário de 16 polegadas equipado com um chip M1 Pro, que possui uma CPU de 10 núcleos, 16 núcleos de GPU e 16 GB de memória unificada. Ele custa US$ 2.699 (e está disponível com as mesmas especificações em um modelo de 14 polegadas, por US$ 2.499).

Volte atrás para o MacBook Pro de 2019, com um chip Intel Core i9-9980HK; ele tinha pontuações de 1.087 (single-core) e 6.823 (multi-core) no Geekbench . Em seguida, lembre-se do modelo MacBook Pro de 13 polegadas M1 do ano passado; ele alcançou 1.706 (single-core) e 7.385 (multi-core). (O MacBook Air baseado em M1 atingiu números semelhantes.)

Eu não conseguia acreditar nos dados que gerei com os testes do Geekbench neste MacBook Pro: em média, em cinco testes, o novo Mac atingiu 1.755 (single-core) e 12.547 (multi-core). Isso é tão bom quanto um iMac Pro do final de 2017 ou um Mac Pro básico do final de 2019 – isso em um sistema que você pode carregar debaixo do braço.

Este aumento de desempenho reflete como a Apple configurou os núcleos desses chips. Como parte da evolução do processador da Apple, ela transformou dois núcleos adicionais nesses sistemas em núcleos de alto desempenho. Esse movimento se reflete nesses resultados.

Você trabalhará mais rápido

O que esse desempenho significa é relevante. Simplificando, se o seu trabalho envolve o uso de computadores com desempenho máximo para realizar cálculos de desenvolvimento, design, vídeo ou pesquisa científica, esses novos Macs o ajudarão a realizar o trabalho com mais rapidez. Individualmente, isso é significativo. Mas se sua empresa opera grandes quantidades de máquinas, você pode muito bem ver economias de custo significativas e aumentos de produtividade ao longo do tempo se implantá-los.

Pelo menos um desenvolvedor disse que sua empresa verá esses Macs se pagarem, em termos de benefícios de produtividade, dentro de três meses de implantação. Muitos desenvolvedores estão implantando esses Macs porque eles são significativamente mais capazes do que os laptops existentes. Eu também vi relatórios que afirmam aumentos significativos na velocidade de aplicativos nesses Macs. (Os desenvolvedores também podem usar o TestFlight da Apple para distribuir betas de aplicativos para Macs.)

A Apple e outros publicaram várias estatísticas para explicar as vantagens de desempenho.

• Se você trabalha em pós-produção ou vídeo, terá benefícios com uma velocidade 1.7 vezes maior na renderização ao trabalhar em vídeos 8K.
• Os desenvolvedores de software que estão migrando para esses Macs estão vendo o Xcode compilar e construir projetos com o dobro de velocidade.
• Artistas 3D afirmam ter obtido uma renderização até 2.5 vezes mais rápida usando Redshift.

Existem outras estatísticas disponíveis, mas o que essas três têm em comum é que cada uma representa tarefas profissionais nas quais a velocidade do Mac faz uma diferença real na rapidez com que um projeto avança. Essas máquinas reduzem os gargalos de produtividade inerentes ao tempo que seu computador leva para realizar as tarefas.

Shhhh. Ele trabalha silenciosamente

Ainda não ouvi a ventoinha do MacBook Pro. Para forçá-la, eu criei 500 loops (basicamente o mesmo loop copiado repetidamente) de áudio no Logic, experimentei com algumas edições e transições de vídeo no Final Cut X e compilei códigos no Xcode. Usei o e-mail, abri várias janelas no Safari e deixei todos os aplicativos criativos em execução em segundo plano. Cheguei a pensar em executar o Chrome, mas como esse navegador provavelmente ainda não foi otimizado para funcionar bem nesses Macs, parei. Eu tentei todas essas coisas junto com o download de um filme, assistindo “Foundation” e fazendo uma ligação Facetime para minha parceira. (Ela estava no quarto ao lado e me disse para parar de ser estranho.)

Sem ruído do ventoinha.

Tenho certeza que é possível fazer esses ventoinha ligarem. Eu já li sobre isso. Mas eu não pude fazer isso acontecer por conta própra. Eu até abri as Preferências de Sitema > Bateria e habilitei o Modo de Alta Potência.

Eu estou supondo que se o falecido CEO Steve Jobs estiver assistindo tudo da vida após a morte, ele se sentirá muito bem, já que ele sempre aspirou por Macs sem ventoinha; nesta configuração, a Apple está fornecendo algo perto disso, mesmo ao realizar tarefas que exigem muito do computador.

Isso também se reflete no consumo de energia. Fiquei agradavelmente surpreso com o quão bem a bateria de íon de lítio de 99,6 watts-hora resistiu. O que aprendi é que se você for um profissional de vídeo e levar um desses Macs para trabalhar em um projeto de campo, seu computador provavelmente aguentará um dia. A Apple afirma ter 21 horas de duração da bateria. Novamente, isso mudará dependendo do que você está fazendo. O fotógrafo Austin Mann descreve a duração da bateria como colocar esses Macs em “um planeta radicalmente diferente”. Ele acredita que a bateria é tão boa que usuários profissionais como ele começarão a usar seus Macs para realizar tarefas em campo que teriam evitado se não tivessem acesso à energia. Não apenas as tarefas que você já realiza com a energia da bateria serão realizadas mais rapidamente, mas você começará a realizar mais tarefas porque a bateria dura mais.

Embora os MacBook Pros anteriores apresentassem melhor desempenho quando conectados à alimentação de energia, não há diferença de desempenho nesses modelos quando funcionando apenas com bateria. A Apple publicou uma série de gráficos para mostrar que você pode esperar desempenho máximo com menos bateria e diz que você igualará o desempenho da GPU/CPU de qualquer chip de PC de 8 núcleos usando 70% menos energia em um Mac Pro M1.

Pense nisso.

Qualquer pessoa com uma base instalada de PCs pode ver reduções significativas em seus gastos de energia após a mudança para a Apple Silicon. As empresas maiores também podem desencadear uma redução mensurável nas emissões de carbono. Passei um tempo tentando esclarecer quanta energia o Mac consome para estimar o impacto disso, mas ainda não encontrei os dados. O motivo disso é que o M1 Mac mini é significativamente mais barato para operar do que os Macs anteriores. Não vejo razão para pensar que não será o caso aqui, embora o consumo de energia reflita o uso. A Apple provavelmente publicará dados de consumo de energia em breve.

Um display de referência na minha mochila

Você já assistiu a um filme em um ângulo de 90 graus em relação à tela do seu Mac? Agora você pode. A tela XDR de 254ppi nesses Macs é fenomenal. Basicamente, é um monitor de referência que você pode carregar com você. Esta é uma ótima experiência para qualquer usuário, mas se você usar o Mac para correção de cores, filme, design, fotografia ou outras tarefas criativas, isso melhorará muito sua vida profissional com a precisão das cores. Esses 7,7 milhões de pixels adicionam brilho a qualquer coisa que você vê na tela.

Você pode não notar a taxa de atualização de 120Hz, não porque o ProMotion não adiciona nada à experiência, mas porque você não vai saber que ela está lá. O que eu vi é que os itens na tela parecem suaves quando você os rola, as imagens são bem detalhadas e eu gostei de pretos mais profundos, brancos mais brilhantes e cores que refletiam na tela. A tela Liquid Retina XDR tem 1.600 nits, o que é brilhante e oferece uma relação de contraste de um milhão para um. Isso é bom para a maioria das pessoas, mas é algo brilhante e maravilhoso para profissionais criativos que trabalham com conteúdo totalmente otimizado – especialmente profissionais de vídeo, arquitetura ou imagens médicas. (Suas planilhas também ficarão melhores.)

A tela também possui modos de referência integrados que tornam a classificação do conteúdo HDR perfeita.

Um problema de “notch”?

Não estou nem um pouco preocupado com o entalhe na parte superior da tela dessas máquinas. Embora eu entenda o fato de que um número muito pequeno de usuários profissionais que precisam de um desses Macs podem precisar de vários ícones no Menubar, não acredito que muitos encontrarão um problema real. Também entendo que alguns aplicativos podem ainda não estar otimizados para lidar com o entalhe, mas aqueles que os profissionais usam provavelmente estarão em breve, e a Apple tem uma configuração para ajudar a gerenciar isso. Na minha opinião, o fato de o entalhe ter se tornado a crítica primária desses novos Macs mostra-nos como existe uma paleta de críticas extremamente limitada.

Claro, o entalhe é apenas um aspecto desses Macs. Também tivemos o bem-vindo retorno de um teclado adequado de tamanho real que parece muito mais substancial do que o teclado de borboleta que substitui. Embora eu gostasse do Touch Bar, eu tinha perdido teclas que funcionam de forma muito mais confiável. Esta troca – e as teclas iluminadas que combinam com o ambiente – tornam o MacBook Pro um sistema mais confiável. O fato de termos finalmente uma câmera FaceTime 1080p e melhor conectividade Wi-Fi apenas melhora o negócio.

(A Apple também criou alguns algoritmos de inteligência de visão de máquina que significam que você obtém uma imagem melhor em condições de pouca luz com menos granulação e mais detalhes na foto.)

Alguns devem se lembrar dos elogios recebidos pelo sistema de microfone e alto-falante integrado ao MacBook Pro de 2019. Tudo isso permanece na nova edição e foi aprimorado, com mais saída de graves em uma faixa mais ampla de frequências, com som de áudio mais nítido na faixa média e alta. Isso significa que este Mac oferece “oomph” real para reprodução de áudio, suporta áudio espacial com Dolby Atmos e possui uma matriz de três microfones que é suficientemente sensível para captar até mesmo vozes baixas. Se você faz podcasts, este estúdio de produção portátil o acompanhará.

Uma nota: ele pesa 2,1kg, um pouco mais pesado e mais grosso do que o modelo que substituiu.

Conectando

O MagSafe é outra melhoria bem-vinda, se você considerar uma coisa boa não destruir seu Mac quando alguém inevitavelmente tropeçar no cabo de alimentação. Para mim, MagSafe continua sendo uma das inovações de notebook mais úteis da Apple. Ainda me lembro do horror que senti quando arranquei acidentalmente a entrada de energia do meu iBook laranja, que caiu tragicamente no chão de pedra da cozinha.

Você ainda pode carregar o laptop usando uma das portas USB-C padrão. Visto que você pode carregar a bateria até 50% em 30 minutos usando o carregador MagSafe incluído, por que você usaria o USB-C?

O I/O oferecido foi aprimorado. O slot para cartão SD está de volta, junto com três portas Thunderbolt 4 (USB-C), uma porta HDMI e um conector de fone de ouvido – junto com a capacidade de executar dois monitores externos de até 6K. Imagino que os editores de vídeo profissionais mantenham um hub conectado a uma série de periféricos em suas mesas e simplesmente conectem o MacBook quando não estiverem em campo.

Para mim, pelo menos, é tão simples quanto um cabo conectado ao meu hub Elgato alimentado. Embora sua experiência possa variar, é difícil ignorar que o que está acontecendo aqui é que esses Macs oferecem a você o equivalente a um Mac Pro básico que você pode colocar debaixo do braço.

E nenhuma roda é necessária.

Um elogio à estratégia de widgets da Apple

A Apple adquiriu a PA Semi em 2008. Quando o fez, a aquisição provavelmente refletiu uma decisão estratégica que a empresa já havia tomado, possivelmente antes mesmo do lançamento do primeiro iPhone.

Essa decisão quase certamente foi inspirada pelos maus resultados do plano do processador PowerPC, que frustrou os esforços da Apple por anos. A mudança também indica que o uso de chips Intel em Macs foi – em algum nível, pelo menos – visto como um paliativo temporário antes que a Apple pudesse construir seus próprios processadores.

Ao longo dos anos, a Apple trabalhou com chips de outras pessoas, a empresa procurou otimizar o desempenho do aplicativo e do sistema por meio do sistema operacional, parte do software e projetando o hardware. Embora limitada pelo que seus componentes de hardware de terceiros escolhidos poderiam alcançar, a Apple trabalhou em estreita colaboração com alguns fornecedores para encontrar otimizações e produziu um sistema que ainda impressionou, apesar dos comprometimentos de hardware.

A Apple não precisa mais fazer os mesmos comprometimentos. Agora, ela pode projetar o sistema operacional, o hardware, o processador e parte do software, reunindo esse trabalho para realizar uma experiência totalmente otimizada em todos os seus produtos, incluindo Macs.

Na verdade, estamos apenas no início da parte do processador Mac dessa nova jornada. Mas conforme chegamos ao momento em que as melhorias de desempenho de qualquer plataforma dependem de otimizações no chip e do tipo de decisões de design de software e hardware que a Apple já está tomando, a Apple está bem preparada para o futuro.

Com a TSMC, parece provável que os primeiros PCs para o mercado de massa na indústria a rodar em chips de 3 nanômetros terão um logotipo da Apple. Mas à medida que avançamos em direção aos chips de 1 nm, vai se tornar mais eficiente em termos de custos para otimizar como os chips funcionam, em vez do processo usado para fazê-los.

É nesse contexto que acredito que o novo MacBook Pro da Apple combina todos os benefícios dos muitos anos de inovação estratégica da empresa. É um testemunho notável da abordagem determinada da empresa, embora não explique os anos durante os quais a Apple parecia mostrar pouco interesse em Macs.

Imperdível ou melhor deixar passar?

Se você precisa desse tipo de potência (ou da tela expansiva de 16 polegadas), o MacBook Pro é definitivamente obrigatório. Este modelo combina tudo o que tornou seu antecessor grande, responde a todas as críticas que as pessoas fizeram e sustenta tudo com um chip que tem um desempenho como nenhum outro. E sim, o modelo do próximo ano será melhor novamente, mas este modelo já é melhor do que o que antes era visto como o melhor.

Embora eu gostaria que o logotipo da Apple na tampa acendesse, considero este MacBook Pro um triunfo em todos os níveis, desde os anos de trabalho no processador interno até o sistema operacional e a tela. Os compromissos que existem (como aquele entalhe), na verdade, só servem para mostrar o quão longe a Apple chutou o pau dessa barraca.