América Latina sofre 33 ciberataques por segundo

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7:21 pm - 11 de setembro de 2017

Com 647 milhões de habitantes, 20 países e quase 60% da região conectada à internet, a América Latina está definitivamente na mira dos cibercriminosos. Nos oito primeiros meses do ano, a Kaspersky Lab bloqueou 677 milhões de ameaças na região, número 59% superior ao computado no mesmo período do ano passado. Trocando em miúdos, são 117 ataques por hora, ou 33 ataques por segundo.

O comportamento é natural, avalia Fabio Assolini, analista sênior da equipe global de Investigação e Análise da Kaspersky Lab, uma vez que a população da América Latina segue crescendo e a conexão de internet fica mais barata, incentivando o uso da web. “Dos ataques, 85% são feitos por meio da web e 15% por e-mail”, contabilizou o executivo durante a 7ª Cúpula Latino-Americana de Analistas de Segurança da Kaspersky Lab, realizada nesta semana em Buenos Aires.

O estudo revela que os usuários no Brasil, no México e na Colômbia registraram o maior número de ataques de malware até o momento em 2017. Se considerado o per capita, no Brasil, os ataques na rede afetaram 30% dos usuários. A seguir estão Honduras (23,5%), Panamá (22,6%), Guatemala (21,6%) e Chile (20,6%). O Brasil também lidera os países latino-americanos em hospedagem de sites mal-intencionados: 84% dos hosts localizados na América Latina utilizados em ataques a usuários em todo o mundo estão no País.

Assolini destacou as ameaças mais comuns na região que assombram usuários individuais, pequenos, médios e grandes negócios. São elas: ataques baseados na web, trojans que chegam por e-mail e ameaças off-line.

Na categoria ataques baseados na web, o Trojan.Clicker.HTML.lframe.dg está em primeiro lugar. Ele foi desenvolvido para direcionar a vítima para uma página com conteúdo malicioso. Na lista dos dez maiores ataques baseados na web, em comum a maioria tem JS em seu nome, que se refere à Java Script. “Java Script é essencial para navegar pela internet. Antes, tecnologias como Flash eram as mais comuns, mas elas estão morrendo e navegadores mais modernos bloqueiam esses plugins automaticamente. Agora, cibercriminosos preferem usar um Java malicioso enquanto a pessoa navega pela internet”, detalha o analista.

A segunda categoria, a de mensagens de e-mail, alerta Assolini, tem em sua maioria a extensão Trojan.PDF. Ele chega até as vítimas por meio de uma mensagem com um arquivo PDF anexado com conteúdo malicioso. Dentro, há um arquivo pequeno em Zip, que ao ser descompactado libera a ameaça. Ele instala um trojan bancário ou até mesmo um ransomware, o malware sequestrador.

Já entre as ameaças off-line é comum a infecção via um dispositivo USB, ou CD. Ele não depende da internet para infectar pessoas e é muito comum em softwares piratas, revela o analista do Kaspersky Lab. “Nesta categoria, 50% da infecção acontece via pirataria, 40% por malware e 10% outros. O Brasil, mais uma vez, está na liderança desse problema, com 61%, seguido por Honduras e Peru”, detalha.

Dentro do bolso

Você pode não se dar conta, mas há muitas ameaças em seu bolso, vindas diretamente de seu smartphone. O levantamento do Kaspersky Lab constatou que nos oito primeiros meses do ano foram 931 mil ataques contra dispositivos móveis na América Latina. São seis ataques por usuário.

Os malwares chegam de diversas formas, segundo Assolini. Uma delas é o Adware, que exibe propaganda invasiva no dispositivo infectado. Outros incluem malware ou tentativas de inserir links da web maliciosos para usuários Android ou iOS, com a maioria das ameaças direcionada para o sistema do Google.

O Kaspersky Lab, ainda, reportou um total de 5.028 ataques diferentes de códigos maliciosos e programas indesejados destinados a usuários do MacOS. A ameaça AdWare.OSX.Geonei.s que geralmente se espalha via web como um aplicativo de atualização falsa para o Adobe Flash Player, é a primeira. O Trojan-Clicker.HTML.Iframe.dg, que ocupa o segundo lugar, é a número 1 para sistemas operacionais Windows. A ameaça existe em páginas da web e, portanto, é multiplataforma.

*A jornalista viajou a Buenos Aires, na Argentina, a convite da Kaspersky

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