Amazon anuncia suspensão de 1 ano do seu sistema de reconhecimento facial para uso da polícia
Companhia afirma que moratória tem como objetivo permitir que o governo implemente regulações eficientes para o uso dessa tecnologia na força pública
Em uma publicação feita em seu site corporativo, a Amazon informou que colocará uma moratória de 1 ano no uso da Rekognition, sua solução de reconhecimento facial, para apoio de forças policiais A exceção, de acordo com a marca, fica para a aplicação da tecnologia na busca de pessoas desaparecidas.
“Defendemos que os governos implementem regulamentações mais rígidas para governar o uso ético da tecnologia de reconhecimento facial e, nos últimos dias, o Congresso parece pronto para enfrentar esse desafio”, afirma no texto.
Lançado em novembro de 2016, o Rekognition foi apresentado como um serviço no qual o usuário “pode detectar objetos, cenas e faces em imagens”.
Porém, o sistema (não só o da Amazon, mas a tecnologia em si) é alvo de diversas críticas porque acredita-se que a base utilizada para treinar o algoritmo (em geral, pessoas brancas) apresenta um resultado muito impreciso para pessoas negras ou árabes, por exemplo. E essa propensão a erros torna-se mais delicada quando se percebe que a ferramenta é utilizada por diversas forças policiais.
A decisão da companhia de Seattle aconteceu dias após Arvind Krishna, CEO da IBM, ter enviado uma carta ao Congresso americano informando que a empresa estava saindo do mercado de reconhecimento facial.
“Acreditamos que agora é a hora de iniciar um diálogo nacional sobre se e como a tecnologia de reconhecimento facial deve ser empregada pelas agências policiais nacionais”, afirma trecho da carta.
As ações de ambas as empresas acontecem dias após os Estados Unidos começarem a vivenciar uma onda de protestos pedindo uma revisão da estrutura policial após a morte do ex-segurança George Floyd, que teve o pescoço pressionado por um policial em um movimento sabidamente perigoso. Dentre essa revisão, inclue-se o uso de diversas tecnologias na atuação policial.
*Com informações da CNBC