AL terá ataques múltiplos contra bancos em 2018. Veja previsões

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12:48 pm - 23 de novembro de 2017

A América Latina entrou há tempos na rota oficial de cibercriminosos. Os atrativos da região são muitos, como a alta densidade de smartphones e o setor financeiro, altamente digital. Somente de janeiro a agosto de 2017, a Kaspersky Lab bloqueou 677 milhões de ameaças na região, número 59% superior ao computado no mesmo período do ano passado. Trocando em miúdos, são 117 ataques por hora, ou 33 ataques por segundo.

Com 2018 se aproximando, o que podemos esperar para a região em ataques cibernéticos? Quem responde é Thiago Marques, analista de segurança da Kaspersky Lab. Confira a seguir oito previsões da empresa para o próximo ano.

1. Adoção e uso de técnicas de ataque direcionado (APTs) em ataques cibernéticos contra usuários finais

Os cibercriminosos na região continuarão a monitorar de perto os relatórios de ataques direcionados e copiar as técnicas usadas pelos atacantes para infectar dispositivos de usuários finais. O arsenal cibernético avançado é usado contra usuários domésticos e isso permitirá que os atacantes consigam um número maior de vítimas.

2. Ataques múltiplos contra bancos

Os bancos da região terão de enfrentar a nova realidade de ataques múltiplos com técnicas e vetores de ataques híbridos que permitirão aos cibercriminosos subtrair grandes quantias de dinheiro diretamente dos ativos do banco.

Fintechs também poderão ser alvos desses ataques, que podem se valer de “insiders” (funcionários da com conhecimento da infraestrutura interna, que colabora com os atacantes). A Kaspersky acredita que veremos ainda a adoção de tecnologias maliciosas para caixas eletrônicos, bem como servidores internos e outras estações dentro das redes de instituições bancárias.

3. Operações militares cibernéticas secretas na região

O objetivo é subtrair informações confidenciais de estados vizinhos. Embora essa prática já tenha existido durante pelo menos os últimos cinco anos, sua proliferação será ainda maior. Mesmo os estados que não têm seu próprio potencial científico para o desenvolvimento de ameaças avançadas em casa já estarão no campo de batalha usando armas terceirizadas adquiridas de diferentes empresas especializadas no desenvolvimento de plataformas de espionagem.

4. Adoção de construtores internacionais de malware móvel e a preparação de modelos regionais em espanhol e português

Essa tática dará aos cibercriminosos a vantagem sobre as infecções móveis por meio da instalação de diferentes tipos de malware para a plataforma Android, de Bankers a Ransomware/Lockers, que exigem dinheiro por meio de sistemas de pagamento convencionais ou eletrônicos. A engenharia social será o principal vetor para infectar dispositivos com malware móvel.

5. Crescimento de ataques a pequenas e médias empresas

Isso acontecerá principalmente com aqueles que lidam com sistemas de ponto de venda (PoS), em especial os responsáveis pelo processamento de transações de chip e cartões protegidos por PIN. Os cibercriminosos procurarão novas maneiras de continuar clonando cartões de crédito e débito apesar das proteções implementadas de acordo com o padrão EMV.

6. Ataques nos sistemas e usuários de criptomoedas e abusos na mineração para sua geração

O aumento no valor das criptomoedas capturou a atenção dos cibercriminosos e isso causou um aumento no número de malware projetados para roubo. Também serão descobertas páginas web criadas para esse fim ou comprometidas, sendo utilizadas para abusar dos recursos de hardware do computador dos usuários que visitam esses sites para geração ou mineração de criptomoedas.

Esse tipo de ameaça é indetectável até certo ponto e somente em determinadas circunstâncias os usuários podiam perceber por que seu computador poderia estar “lento”. Esta ameaça não só foi descoberta em sites, mas também em alguns aplicativos Android.

7. Brechas de segurança e privacidade em dispositivos conectados

A internet das coisas (IoT) se tornará mais relevante no cenário de segurança de TI por meio da inclusão massiva de dispositivos inteligentes em casas, tornando-se parte de nossas vidas em uma base constante.

De acordo com Marques “as vulnerabilidades neste tipo de dispositivos representarão um problema não só de segurança, mas de privacidade e dos limites dentro dos quais um dispositivo pode acessar nossa informação privada. Desde implantes médicos até carros conectados, teremos inúmeras possibilidades para que os atacantes encontrem novas maneiras de realizar seus ataques”.

8. Copa do Mundo na mira

Finalmente, não se pode esquecer que a Copa do Mundo da FIFA será realizada na Rússia no próximo ano. Com isso, haverá muitos tipos de ataques começando com ataques triviais, como o phishing, seguido de malware, ataques DDoS e outros ataques como o roubo por meio de caixas eletrônicos. Este evento global irá impulsionar os ataques de cibercriminosos na região – o que, infelizmente, resultará em muitas vítimas.

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