Adriana Aroulho: TI é habilitadora da agenda ESG nas companhias

Presidente da SAP Brasil lança o SAP NOW 2021 com foco no papel da tecnologia para catalisar iniciativas de sustentabilidade

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8:50 pm - 13 de setembro de 2021
Adriana Aroulho, SAP Brasil Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil, durante coletiva de imprensa do SAP NOW Brasil 2021

Um espaço para exposição de casos de uso de soluções tecnológicas contribuindo para o sucesso de iniciativas ESG em organizações de diferentes verticais. Esse é um dos principais objetivos da edição desse ano do SAP NOW Brasil, que acontece virtualmente entre terça (14) e quarta-feira (15).

Segundo Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil, em coletiva de imprensa realizada nessa segunda (13), o objetivo dessa abordagem é “tangibilizar” a tecnologia como habilitadora de um interesse e um compromisso crescente das empresas brasileiras com causas ambientais, sociais e de governança. Trata-se da concretização local de uma estratégia global da empresa alemã, que tem cada vez mais incluído o ESG em suas soluções e discursos de venda.

“Em linhas gerais temos tido muitas conversas com [executivos] C-levels, e quem ainda não começou quer começar. Entender como dar o primeiro passo”, disse a executiva. “Temos duas grandes visões: habilitar uma agenda ESG para nossos clientes através das nossas soluções. E também ser exemplo. Nossa visão é que sustentabilidade permeia tudo que a gente faz.”

Na coletiva foram citados dois casos de sucesso – entre mais de 200 que serão mostrados no NOW, segundo a própria Adriana Aroulho. O primeiro deles é da Suzano, fabricante multinacional de papel e celulose, que desenvolveu uma solução capaz de sistematizar e automatizar a coleta de dados sobre emissões de gases do efeito estufa.

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O Cockpit GEE, como é chamado, é baseado em SAP BW on HANA e Big Data. O sistema serve à chamada Estratégia de Mudanças Climáticas da Suzano, que contempla indicadores previamente mapeados e associados a metas de longo prazo da empresa, incluindo a compensação da emissão de 40 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera até 2030.

“É bacana ver como nossa tecnologia mapeou dados que tocam essa agenda de mudança climática, que é estratégica para os planos e ambições da Suzano até 2030”, disse Adriana. Segundo ela, a SAP tem no total cerca de 23 soluções capazes de abarcar 90 métricas de ESG. “O case [de sucess] é uma prova real de como estão usando tecnologia para fazer esse acompanhamento.”

O objetivo da Suzano com o projeto na plataforma SAP foi ampliar a confiabilidade dos dados coletados e reduzir erros, além de aumentar a agilidade na elaboração do inventário de emissões de gases do efeito estufa e de relatórios produzidos a partir deles. O processo contemplou 26 unidades operacionais, incluindo indústrias, operações florestais, escritórios nacionais e internacionais, portos, entre outros.

Entre os dados indexados estão o controle de insumos fósseis e renováveis utilizados para a geração de energia em indústrias, incluindo consumo de biomassa e gás natural. A Suzano também está desenvolvendo outros projetos para ampliar a eficiência e reduzir o consumo de combustíveis fósseis, usando os dados na plataforma como elemento para análise e tomada de decisão.

Combate ao fogo

O segundo case apresentado pela SAP Brasil, e feito em parceria com a mineira Pif Paf Alimentos e a integradora Grupo LPJ. As empresas desenvolveram uma plataforma para a organização não-governamental (ONG) Brigada Carcará, que atua em projetos de defesa do meio ambiente na região de Brumadinho (MG).

O sistema faz o georreferenciamento, registro de imagens e atualização de dados em tempo real para que os membros da organização possam combater incêndios florestais, resgatar abelhas nativas e controlar o reflorestamento e o replantio de árvores na região. Implementada em julho, a solução móvel melhorou o trabalho de preservação da fauna e flora da região.

“Antigamente, a Brigada adotava práticas absolutamente manuais durante as ocorrências, o que gerava perda de dados, deslocamentos mais complexos e falta de previsibilidade de ações preventivas”, explica Lucas Romário Lara, brigadista e um dos fundadores da Brigada Carcará. “Hoje, mesmo de maneira off-line, é possível traçar pelo celular as coordenadas das ocorrências e registrar horários de controle e de extinção de incêndios.”

Segundo o especialista, também é possível medir áreas queimadas e identificar espécies de animais feridos, além de registrar imagens e solicitar apoio imediato de outras equipes. Ele diz que a plataforma modernizou a estrutura de atendimento e possibilitou a geração de dados para monitoramento e análise, o que permitiu reduzir o tempo médio de registro de ocorrências de dois a três dias para algo entre um e dois minutos.

A SAP Brasil aproveitou a coletiva para anunciar o lançamento da primeira edição de um relatório de sustentabilidade específico para a matriz brasileira da empresa. Até então, publicações do tipo eram exclusividade da matriz.

“Nosso compromisso é neutralizar [as emissões de] carbono até 2023 e eliminar plástico nas operações”, mencionou Adriana. “Na parte social temos toda uma agenda de diversidade e inclusão, atuação e responsabilidade.”

O relatório – assinado pela presidente Adriana Aroulho e por Paulo Mendes – pode ser lido (em pdf) nesse link.

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