Estão há muito tempo na mesma empresa? Então possivelmente você já viveu ou se deparou com essa situação: profissionais se queixando da falta de resultados depois de muitos anos atuando na mesma função. Como mudar essa realidade?
O professor Luciano Salamacha, do MBA da Fundação Getúlio Vargas, lembra que, após uma palestra, um engenheiro o procurou dizendo que estava desestimulado porque não tinha os mesmos resultados de quando começou na empresa como estagiário e seguiu na companhia até se tornar gerente. Salamacha faz uma analogia da trajetória da carreira de qualquer pessoa a um copo d’água.
Ele comenta que, ao ser estagiário, por exemplo, o copo está vazio, o líquido que será utilizado para enchê-lo será o mérito alcançado em cada atividade. “O profissional fez algo bom, alguém reconheceu, o copo começa a encher. Claro, quando uma pessoa entra numa função básica em uma empresa qualquer feito se torna reconhecimento. O tempo passa o estagiário é promovido o copo enche. Uma nova função é um novo copo, que vai enchendo segundo o desempenho, só que com mais cobranças”, afirmou.
O professor explica também que a cada novo cargo, obrigatoriamente, se espera outra performance. Logo, quando o profissional não entende esse novo ciclo em sua vida, tende a continuar com comportamento de estagiário, mas querendo reconhecimento como engenheiro, por exemplo. Cada promoção é um novo ciclo, um novo copo para encher. E, a partir das promoções, aumentam as responsabilidades e a exigência de performance.
O que antes era motivo de elogios como a coordenação de um trabalho em equipe, agora é uma questão de responsabilidade inerente ao cargo. É nesse momento em que muitas pessoas, de maneira inconsciente, tentam voltar ao desempenho que antes enchia o copo mais rápido, ou seja, deixam de se comportar como gestores para voltar a executar a tarefas que antes rendiam alta performance. Entretanto, os copos não são os mesmos.
Salamacha é enfático: não adianta a carreira evoluir se a mente não acompanhar. Para ele, é preciso se preparar para os saltos na profissão, já que, neurocientificamente, cada vez que uma pessoa se sente insegura, tende a correr em busca de um porto seguro que, neste caso, seria tentar voltar a atuar tal qual agia quando recebia mérito. Na carreira isso é um erro fatal.
O professor listou nove dicas de como fazer para a sua mente seguir sua carreira e, consequentemente, ter sucesso em novos cargos:
Quando se conquista um novo cargo não se tem obrigação de saber tudo sobre aquela função logo no primeiro dia. Diminua sua exigência a respeito da qualidade de sua performance no início.
Toda vez que chegamos em uma nova função temos que nos colocar na posição daquele que ainda tem o que aprender, aquele que ainda não sabe de tudo. Todo mundo precisa de tempo para aprender uma nova função, seja ela qual for.
Quando uma pessoa é promovida pode ganhar poder, mas não necessariamente autoridade. A autoridade é quando as pessoas reconhecem em você o conhecimento da área, alguém que deve ser seguido, ouvido, ponderado e considerado. Autoridade se conquista na equipe com mais compartilhamento.
Ao ser promovido foi excluído de um bando e passa a participar de outro. Não é mais igual aos outros do antigo grupo. Entenda o que o novo bando espera de você.
Entenda porquê pessoas na mesma posição que você está agora agem da forma que agem. Veja com o olhar do outro que já esteve na mesma posição que você. Aprenda recalibrar o olhar para a nova função.
Não fique no automático É tudo novo, novos desafios, corra atrás.
Promoção exige acompanhamento. É como um jogo de videogame, a cada fase a dificuldade aumenta, o número de pontos é conquistado mais devagar.
Quando a pessoa vai percebendo que não performa como antes, ela tenta resgatar a forma que evoluiu na empresa. Mas nem a pessoa, nem o cargo, nem a empresa são os mesmos. A mente tem que evoluir.
Você já fez isso e agora o papel é outro. Entenda-o e o assuma.
O Integrity Forum 2024, realizado pela Quality Digital em parceria com a Diligent trouxe à tona discussões sobre…
Quase metade das organizações globais (49%) ainda não tem programas de segurança cibernética e de…
A qualidade das conexões de internet nas escolas públicas brasileiras avançou, mas o uso pedagógico…
De acordo com dados da IBM, o custo médio global de uma violação de dados,…
O grupo pernambucano Avantia anunciou essa semana que, após receber em abril um investimento em…
A pandemia foi um divisor de águas para o marketing. Com o isolamento social, muitas…