80% dos bancos planejam migrar mainframes para a nuvem
Estudo da Accentura mostra que estratégia é para acelerar transformação digital e lidar com complexidade operacional para reter talentos
Após décadas de dependência de tecnologias de mainframe legadas, a maioria dos bancos busca agora migrar para a nuvem com o objetivo de lançar novos produtos de forma ágil e manter a competitividade.
Segundo estudo da Accenture, 82% dos entrevistados planejam migrar mais da metade de suas cargas de trabalho de mainframe para a nuvem — incluindo 22% que têm como meta migrar mais de três quartos. A maior parte deve alcançar seus objetivos nos próximos dois a cinco anos. O estudo global ouviu 150 executivos de bancos cujas instituições estão planejando ou já começaram a migrar seus mainframes para a nuvem.
A Accenture aponta que a maioria dos bancos começou a migrar certos aplicativos para a nuvem, mas ainda depende da tecnologia de mainframe mais antiga para a maior parte das funções de negócios essenciais, incluindo registros de clientes, pagamentos, investimentos, risco e conformidade.
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“Os bancos ainda precisam da tecnologia de mainframe mais antiga para suas principais funções de negócios, ainda que tenham adotado a nuvem para sistemas voltados para o cliente, como serviços bancários móveis e on-line, além de ferramentas para funcionários, como e-mail e videoconferência”, explica Michael Abbott, líder da prática global de Banking na Accenture. “Como resultado, a maioria dos produtos bancários básicos, como contas correntes e poupança, são alimentados por um emaranhado de códigos desenvolvidos há décadas”.
Na visão do executivo, os bancos enxergam a nuvem como uma forma de impulsionar a inovação de produtos bancários essenciais em pouco tempo, principalmente por conta do aumento das taxas de juros, da concorrência das fintechs e do aumento da concorrência por depósitos.
Além da velocidade e agilidade (43%) como principais motivadores para a migração de mainframe estão a segurança (41%) e a capacidade de adicionar novos recursos (37%) como incentivadores. Ao todo, 68% dos executivos esperam uma taxa interna de retorno sobre seus investimentos superior a 10%, enquanto 77% esperam recuperar seu investimento na migração de mainframe em 18 meses.
Há outros pontos importantes apontados pelo estudo que dizem respeito à sobrevivência dos negócios em ambientes cada vez mais digitais. O risco de interrupção dos negócios, a falta de compreensão sobre o funcionamento do código, a capacidade de atrair e reter o talento tecnológico certo e a regulação de riscos de segurança e conformidade são também impulsionadores da migração.
“Os bancos são bons em recrutar e investir em novos talentos, mas a retenção ainda é um obstáculo”, afirma Abbott. “Os bancos de sucesso estão reformulando suas culturas e planejando de que forma poderão obter as habilidades de que precisarão no futuro. Também estão desenvolvendo estratégias para a contratação de novos grupos de talentos e a requalificação da força de trabalho. Alguns estão aumentando drasticamente o uso de pools de talentos externos e adotando forças de trabalho remotas e híbridas. Enfrentar os desafios ligados à gestão de talentos será crucial para os bancos atingirem suas metas de migração de mainframe nos próximos anos”.