80% das indústrias brasileiras inovaram na pandemia – e aumentaram lucros

Pesquisa da CNI recorta dados da região Sul e revela dificuldades de executivos na pandemia

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2:13 pm - 10 de novembro de 2021
indústria, tecnologia, robô Imagem: Shutterstock

A maior parte (80%) das indústrias brasileiras inovou na pandemia e teve aumento de lucro, produtividade e competitividade em 2020, de acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto FSB Pesquisa a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ao recortar a região Sul, o estudo revela que 67% das indústrias relatam que fazem ou fizeram alguma inovação de processo produtivo ou produto em 2021.

O número é menor se comparado aos anos de 2020 e 2019, quando chegou a 75% e 85%, respectivamente. Os estados ficaram abaixo e igual em comparação com o dado a nível Brasil, que foi de 80% em 2019, 69% em 2020 e 67% em 2021.

Ainda na estratificação dos três estados do Sul, dos executivos que fizeram inovação, 46% responderam que os processos de inovação da empresa aumentaram muito a produtividade em 2021, 28% mais ou menos e 21% pouco. Já quando a pergunta foi sobre o aumento de lucratividade causado pela inovação, 26% relatou que teve muito, 41% mais ou menos e 28% pouco e, sobre aumento em competitividade decorrente de inovar, 45% respondeu que teve muito, 41% mais ou menos e 11% pouco.

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Além disso, 40% dos entrevistados da região relataram ter orçamento específico para inovação e 41% dos profissionais dedicados exclusivamente à inovação. Rafael Trevisan, gerente de pesquisa, desenvolvimento e inovação no Sistema Fiep, explica que a preocupação com inovação em si deve ser uma missão e um objetivo de toda a empresa para melhorar produtividade de seus processos, atender melhor o cliente, gerar mais valor em produtos e melhorar produtividade dos seus processos. “Quando analisamos os dados de pesquisas de inovação, eles focam na dedicação de pessoas que estão atreladas à pesquisa e desenvolvimento, que é um pouco mais específico do que só o conceito da inovação em si”, diz Trevisan.

Ele esclarece que a diferença é que, no caso de ter profissionais exclusivos, são pessoas que têm a missão de desenvolver projetos de inovação que atendem ao cliente. Ou seja, desenvolvem novos produtos, pesquisam novas matérias primas, modelam produtos novos junto com clientes, desenvolvem algumas composições químicas, novos ingredientes, entre outros.

“Quanto mais pessoas ou número de pesquisadores tem uma indústria, maior seu esforço para a inovação e quanto mais indústrias com profissionais dedicados à inovação, maior é a probabilidade de se obter melhores resultados com a inovação, como aumento da produtividade, maior eficiência e lançamento de produtos inovadores”, analisa o gerente.

Quando questionados sobre o nível de dificuldade para inovação, 2% dos executivos da região relataran ter dificuldade muito alta, 35% alta, 47% média e 9% baixa. Sobre a dificuldade de inovação especificamente durante a pandemia, 13% dos respondentes da região avaliaram que aumentou muito, 32% aumentou um pouco, 39% ficou igual e 13% considerou que diminuiu um pouco.

Para 86% dos respondentes, em um mundo pós pandemia, a empresa precisará de mais de inovação para crescer ou mesmo sobreviver no mercado. E, por fim, pensando do ponto de vista da adoção de novas tecnologias digitais – comparando a empresa hoje com o que era antes do início da pandemia de coronavírus -, 28% dos respondentes dos três estados disseram que a empresa avançou muito, 36% mais ou menos, 29% pouco e 7% nada.

De acordo com a pesquisa, as principais causas para dificuldade em inovar durante a pandemia são acessar recursos financeiros de fontes externas (19%), a instabilidade do cenário externo (8%), a contratação de profissionais (7%), falta de mão de obra qualificada (8%) e o orçamento da empresa (6%).

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