76% dos trabalhadores do mundo não se dizem prontos para o futuro do trabalho

No Brasil, mais da metade dos entrevistados (63%) se consideram preparados com as habilidades digitais necessárias para os próximos cinco anos

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3:41 pm - 25 de abril de 2022
Futuro do trabalho

Mais de três quartos (76%) dos trabalhadores do mundo não se sentem preparados para o futuro do trabalho. O dado é parte do Índice Global de Habilidades Digitais, estudo realizado pela Salesforce que revelou uma crescente “crise global de habilidades digitais” que pode afetar companhias ao redor do mundo.

Segundo o levantamento, 73% dos trabalhadores entrevistados não se sentem preparados para aprender as habilidades digitais hoje necessárias para organizações. Um total de 82% dizem planejar aprender novas competências nos próximos cinco anos, mas, neste momento, apenas 28% estão ativamente envolvidos em programas de aprendizado e treinamento destas capacidades.

No Brasil, o cenário se mostra bastante diferente: apenas 37% dos entrevistados afirmam não estarem preparados com as habilidades digitais necessárias para o futuro do trabalho. O índice é o menor índice entre todos os países pesquisados. Além disso, 79% dos trabalhadores brasileiros estão planejando aprender novas habilidades, seja para crescer na própria carreira ou em busca de um novo caminho profissional.

“Existe uma lacuna entre a fronteira da inovação e as habilidades necessárias para usar essas inovações”, disse Peter Schwartz, vice-presidente sênior de planejamento estratégico e Chief Futures Officer da Salesforce. “Isso, por si só, não é novidade. Mas o que é novo é o alcance dessa inovação, quão difundida ela é, e como ela permeia todos os aspectos da vida. É difícil fazer quase qualquer coisa hoje em dia sem alguma forma de interação digital”.

O Índice Global de Habilidades Digitais apresenta uma pontuação global, que leva em consideração os 19 países pesquisados, que revela termos de preparação, nível de habilidade, acesso e participação ativa em requalificação digital ao redor do mundo. O índice é feito a partir de uma autoavaliação dos respondentes.

Globalmente, o resultado foi de 33 de 100. O Brasil, por sua vez, trouxe uma pontuação de 53. Apesar do resultado positivo, o destaca que associações de classe no país indicam desafios para preencher vagas mais qualificadas no Brasil, como na área de tecnologia da informação, o que aponta para um descompasso entre os resultados.

“A tecnologia faz parte da vida do brasileiro, mas nem sempre o conhecimento que se tem sobre ela é o que fará a diferença na carreira”, destacou Fabio Costa, general manager da Salesforce. “Assim como a transformação digital impacta empresas e colaboradores constantemente, capacitar-se também é uma jornada. E ela exige profundidade nos interesses do indivíduo e nas demandas do mercado”, completa.

Lacuna geracional de habilidades

O Índice da Salesforce também revela que os entrevistados mais jovens têm maior confiança e ambição para aprender novas habilidades — mais de um terço da Geração Z está aprendendo e treinando ativamente as habilidades que serão necessárias nos próximos cinco anos, em comparação com 12% dos Baby Boomers. A discrepância geracional no Brasil é similar, com quase metade dos Gen Z (45%) ativamente se preparando com as habilidades necessárias para o futuro, contra apenas 24% dos Baby Boomers.

De acordo com o Salesforce Index, as habilidades em tecnologia de colaboração são vistas como a habilidade digital mais importante para os trabalhadores no ambiente de trabalho, hoje e nos próximos cinco anos. Mas, apesar da destreza dos entrevistados com a tecnologia de colaboração cotidiana, como mídias sociais, apenas 25% se classificam como avançados nas habilidades de tecnologia de colaboração necessárias especificamente para o local de trabalho.

No Brasil, a maior parte dos respondentes (66%) avaliam suas habilidades em tecnologia de colaboração, considerada a terceira mais importante pelos brasileiros, como iniciante e intermediário, e apenas 34% as classificam como avançadas. Ao analisarmos a habilidade em e-commerce e comércio digital, 32% dos brasileiros se classificam como avançados, enquanto os demais se consideram intermediários (40%) ou iniciantes (28%).

O Índice Global de Habilidades Digitais da Salesforce é baseado em uma pesquisa com mais de 23.000 trabalhadores em 19 países, incluindo o Brasil, sobre sua prontidão para adquirir as principais habilidades digitais.

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