69% dos universitários desistem dos cursos de tecnologia, afirma Brasscom
Mapeamento aponta insuficiência econômica como principal causa para evasão; empresas precisam pensar em alternativas para não perder competitividade
O levantamento Formação Educacional e Empregabilidade em TIC, elaborado pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), traz dados surpreendentes sobre a evasão dos cursos superiores de tecnologia no país. Segundo o estudo, 69% dos universitários nas áreas de TIC não se formam.
De acordo com o estudo, que também traz um resultado semelhantes à pesquisa Achados e Recomendações para Formação Educacional e Empregabilidade em TIC, também divulgada recentemente pela associação, apontou que a falta de recursos econômicos para custear o curso foi a principal causa da desistência dos estudantes do Ensino Superior.
Alternativas para capacitação
Em um cenário no qual se estima um déficit de 290 mil profissionais do setor em 2024, empresas precisam agir de modo proativo para encontrar e capacitar mão e obra de forma a se manterem atraentes para o mercado. E já existem iniciativas nesse sentido sendo executadas no mercado.
A Cheesecake Labs, consultoria especializada em desenvolvimento web e mobile, mantém o projeto Mão na Massa, em que os Cakers (como são chamados os colaboradores) ensinam programação a jovens de 14 a 20 anos para incentivá-los a se desenvolverem na área.
A falta do ensino formal também não exclui candidatos interessados em trabalhar na empresa, que oferece auxílio-educação entre os benefícios. “Independentemente do modo como os profissionais conquistaram conhecimento, o essencial é que o desejo constante de aperfeiçoamento seja o propulsor para o protagonismo da própria carreira”, diz Caroline Schmitz, diretora de gestão de pessoas da Cheesecake Labs.
Formação vista como opção
Falando sobre formação acadêmica, é cada vez maior o número de empresas que contratam priorizando a capacidade técnica, independentemente da existência de um estudo formal. “Nosso time é mesclado. Temos bons profissionais que ainda não finalizaram a graduação, assim como temos profissionais com MBA e mestrado. Nosso time é bastante mesclado”, explica Bárbara Vieira, coordenadora de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) da empresa de tecnologia Supero.
Dos 137 profissionais que compõem o quadro de funcionários, cerca de 20% não concluíram a graduação.