5 dicas para criar produtos digitais de sucesso

Com alguns cuidados é possível criar uma cultura forte de descoberta contínua

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8:35 am - 21 de julho de 2021
produto digital, ideia, lâmpadas

Criar um produto do zero é algo difícil e desafiador. Engana-se quem acredita que o fazer em uma empresa já existente e consolidada pode ser algo mais fácil e rápido em comparação a uma startup.

Posso afirmar que quanto maior for a estrutura da instituição, mais difícil será agir em relação às inovações revolucionárias e disruptivas, que chamamos de H2 e H3 de inovação, respectivamente.

1. Tenha coragem para inovar

Mudar não é nada fácil. Por mais que empresas consigam investir em uma entrega contínua e em práticas ágeis, elas ainda encontrarão desafios para potencializar questões inovadoras que, por inércia, ficarão somente no nível H1 de inovação, que está relacionado às melhorias incrementais.

2. O humano antes do produto

Atualmente, trazendo para a linha de produto, é simples reconhecer a importância de investir na eficiência do seu time, embora tenhamos um longo caminho a percorrer para evangelizar a importância da eficácia de uma solução contínua e estratégica.

3. Foco no cliente

Na Gestão de Produto, ou Inovação de Produto, existe uma corrente que vem crescendo: o Continuous Discovery. A Descoberta Contínua no processo de evolução de software está diretamente ligada à inserção de tarefas de aprendizado que buscam sempre colocar o cliente no centro das suas decisões. Dessa forma, percebemos que os riscos são reduzidos na construção e lançamento deste produto.

Precisamos, portanto, enfatizar a importância do foco no valor do cliente. Embora quase todas as empresas afirmem ser centradas no usuário, a verdade é que esta é uma área em que muitas organizações deixam a desejar.

Segundo a pesquisa da PwC sobre o Futuro da Experiência do Cliente, de 2017/2018, “74% das pessoas apontam a Experiência do Cliente como fator importante para a decisão de compra”. É necessário envolver o usuário em processos de descobertas para um produto já existente e competitivo, e esse desafio ganha uma nova escala, principalmente quando falamos de produtos digitais em mercados existentes ou até ao apostarmos em um novo.

Ao citarmos riscos, o não envolvimento do cliente na descoberta de seu produto está diretamente ligado ao risco de valor, ou seja, ao fato de que o produto não entregue o valor esperado. Para isso, precisamos questionar se estamos resolvendo um problema ou uma demanda necessária.

4. Defina uma estratégia digital

De acordo com Jim Johnson, fundador e chairman da Standish Group, “64% das funcionalidades que criamos em softwares são raramente ou nunca usadas pelos usuários”. Isso quer dizer que investir em tecnologia e agilidade já não é mais o suficiente para criar um produto de sucesso.O nosso trabalho consiste em ajudar empresas de diferentes indústrias a definirem estratégias digitais, aplicarem o visioning de seus produtos e mapearem as jornadas de seus usuários através de técnicas como JTBD e Service Blueprint. Além disso, devemos aplicar diversas técnicas de alta performance no que diz respeito às pesquisas com usuários, entrevistas, prototipagem, testes AB, Lean Inceptions, entre outros.

Além do risco de valor, também é possível usar a descoberta de produto para mitigar riscos técnicos, identificando qual o estágio de desenvolvimento da tecnologia no lançamento, verificando se já existe um modelo similar no mercado, e avaliando se o produto é tecnologicamente viável ou se já existe uma arquitetura confiável para o seu desenvolvimento.

5. Atenção ao mercado

Outro fator que muitas empresas negligenciam é o risco de mercado. Para evitá-lo é necessário mapear se existe demanda suficiente para criação do produto e se a empresa já possui presença em determinado segmento de mercado.

Muitas empresas até possuem o interesse em serem mais intencionais quanto à entrega de valor para seus clientes, mas não sabem como conectar as descobertas com seus roadmaps de produto, seus KPIs e OKRs. Outras ainda estão um pouco mais atrás quanto à maturidade de produto e com o desafio de entender a relação entre as três lentes de inovação. São elas:

Quais são as necessidades que estamos tentando atender? (Nossa solução é valiosa?); Como entregamos? (Nossa solução é factível?) e Podemos sustentar nosso impulso? (Nossa solução é viável?).

Não é um problema não termos todas as respostas destas perguntas ou inclusive não possuirmos familiaridade com Product Discovery. A busca pela excelência desafia talentos e processos como um todo. É necessário ter em mente a importância de criarmos um campo fértil para falhas, motivando nossos times a experimentarem, e gerarmos tempo no processo de desenvolvimento de produto para pesquisas e interações entre departamentos. Com estas dicas valiosas é possível dar o peso que a eficácia merece, criando uma cultura forte de descoberta de produto contínua.

* Bernard De Luna é head de produtos da Thoughtworks

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