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4 em cada 10 brasileiros já foram vítimas de golpes, aponta relatório

Quatro em cada dez pessoas já sofreram fraude no Brasil (42%). Desses, 57% tiveram uma perda financeira de R$ 2.288 em média, ou seja, quase um mês e meio de trabalho de quem ganha um salário mínimo.

A preocupação sobre a recorrência de golpes também atinge empresas do país: 58% se dizem mais preocupadas com o tema neste ano do que nos últimos dois anos.

As informações são do Relatório de Identidade Digital e Fraude, divulgado nesta quinta-feira (25) durante o Febraban Tech, pela Serasa Experian.

“O avanço tecnológico é um ganho irrefutável para todos, mas, na mesma medida, os criminosos também se aprimoram para aproveitar as brechas dos consumidores, além dos sistemas que as empresas eventualmente deixam. Tanto consumidores quanto empresas devem estar vigilantes e utilizar todas as ferramentas disponíveis para proteger suas informações e transações”, disse o diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Caio Rocha.

Cartões falsificados

De acordo com a pesquisa, o “uso de cartões de crédito por terceiros ou cartão falsificado” é o golpe mais relatado por consumidores, citado por 39% dos participantes do evento. A fraude financeira, incluindo pagamento de boleto ou PIX falsos (32%), e o phishing (21%) ocupam a segunda e terceira posições, respectivamente.

Ainda de acordo com dados do estudo, após sofrer uma fraude, 87% dos respondentes disseram que a preocupação com o tema “aumentou”. O percentual vai para 91% quando considerado o recorte de pessoas que tiveram perda financeira.

Segundo a pesquisa, do total de 42% das pessoas que sofreram fraudes, o percentual cresce mais na classe B, onde o índice atinge 46%, e diminui na classe C, que apresenta índice de 35% das pessoas se identificando como vítimas de golpes. Caio Rocha explica que “os criminosos visam brasileiros com maior poder aquisitivo para ampliar seus ganhos, mas a fraude ocorre em qualquer faixa de renda”.

Pessoas jurídicas também são impactadas

O relatório ouviu também companhias brasileiras sobre o tema da fraude. Mais da metade (58%) afirma que a preocupação com esse tópico aumentou entre 2022 e 2024.

A alta foi ainda maior na visão por portes: nas grandes empresas, esse índice sobe para 68%. Elas são, inclusive, as mais conscientes sobre a importância da prevenção contra criminosos: “Proteção de Operações Fraudulentas”, em 2024, é o segundo foco das companhias (35%), atrás apenas de “Conquistar Mais Clientes” (45%).

Leia também: IA na cibersegurança é prioridade das empresas, mas ritmo é menor do que parece

Em relação ao crescimento geral da preocupação sobre fraudes, o levantamento indicou que houve impacto na previsão orçamentária das empresas entrevistadas, mudando a prioridade dos gastos com fraude do quinto lugar em 2022 para o terceiro em 2024.

Ao sofrerem algum tipo de tentativa de fraude, as empresas demonstraram preocupação com questões relacionadas à segurança da informação, principalmente ao “Vazamento de Dados de Clientes” (49%) e “Perdas Financeiras” (48%), seguidos por “Vazamento de Dados Próprios” (39%), “Inadimplência” (35%), “Roubo de Informações Estratégicas” (34%), “Fraude de Identidade” (28%) e, por último, a “Perda de mercadorias” (16%).

Metodologia

Foram coletadas 804 entrevistas de pessoas físicas via painel online entre os dias 7 e 22 de novembro de 2023 com pessoas físicas, das quais 45% são da região Sudeste, 26% do Nordeste, 15% do Sul, 8% do Norte e 7% do Centro-Oeste, sendo 51% homens e 49% mulheres.

A maioria dos respondentes pertence à Classe B (50%), seguida pela Classe C (32%) e Classe A (18%). Quanto à faixa etária, a pesquisa também foi bastante abrangente, com 26% dos entrevistados tendo 50 anos ou mais, 22% entre 30 e 39 anos, 20% de 18 a 24 anos, 19% de 40 a 49 anos e 13% de 25 a 29 anos.

Já entre pessoas jurídicas, foram 331 entrevistas, das quais 49% são da região Sudeste, 20% do Nordeste, 16% do Sul, 9% do Centro-Oeste e 6% do Norte.

A pesquisa aconteceu entre os dias 7 e 27 de novembro de 2023 e buscou abranger diversos setores, incluindo comércio, serviços e indústria, bem como empresas que atuam tanto no mercado B2B quanto no B2C.

Do total de empresas respondentes, 71% são “privadas e nacionais”, 16% “privadas e multinacionais” e 13% “estatais”. Em relação ao segmento das companhias, 60% são de “Serviços”, 18% de “Comércio Varejista”, 5% de “Comércio Atacadista” e 5% de “outros”. O porte das empresas se dividiu em “Micro” (37%), “Pequena” (21%), “Grande” (16%), “Acima de 1.000” (15%) e “Média” (12%).

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