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2020: o ano da capacidade da rede upstream, virtualização e distribuição

O futuro das redes de banda larga é 10G. Mas os avanços que chamarão mais atenção em 2020 são as melhorias no mundo real em velocidade, capacidade e eficiência que chegam às redes em todo o mundo. Em 2019 assistimos ao início de velocidades multi-gigabit, virtualização e automatização de redes, além de redes definidas por software, que levam o poder de processamento cada vez mais próximo das casas dos clientes, aumentando a velocidade e qualidade da rede. Elas oferecem uma grande promessa para os serviços domésticos do futuro, cidades inteligentes, redes empresariais e muito mais.

Em 2020, quatro tendências principais nos aproximarão desses objetivos, além de realizar melhorias significativas na maneira como as operadoras gerenciam suas redes e os consumidores experimentam a banda larga.

A vez do DOCSIS 3.1

Estamos em um ponto de virada para o DOCSIS 3.1 (D3.1). Em particular, estamos vendo um volume global de implantação de modens D3.1, criando uma proposta de valor eficaz para atualizações de rede em muitas operadoras.

O que é interessante para este ano é que esse crescimento nos modens D3.1 chega em conjunto com as economias de escala, diminuindo o preço das atualizações da rede D3.1. O resultado: as implantações estão realmente aumentando, especialmente na América do Norte e na Europa, que têm altas taxas de adoção. As atuais taxas de crescimento anual composto de quase 20% em upstream e 40% em downstream significam que estamos no ponto em que ambos podem se beneficiar significativamente com o D3.1. Essa é a base para as experiências realmente empolgantes dos consumidores sobre as quais todo mundo falou na última edição da feira CES (por exemplo, VR, IA, etc.).

A maior implicação para o próximo ano é o aumento da capacidade da banda upstream. Isso se tornou cada vez mais relevante em meio ao crescimento da IoT e das chamadas smart homes, com câmeras de vídeo inteligentes, fechaduras digitais com vídeo, etc.). E para atender a essa demanda, os provedores implementarão inicialmente o D3.1 nos canais OFMDA e no upstream. Mais adiante, teremos divisões de espectro nas bandas de 85Mhz e 204Mhz. E, finalmente, passaremos para as tecnologias da próxima geração, como o Extended Spectrum DOCSIS e o Full-Duplex DOCSIS.

Redes inteligentes e automatizadas

Um dos comentários mais comuns que ouvimos de operadoras globais tier 1 é a necessidade de melhores ferramentas para monitorar e diagnosticar problemas na rede e resolvê-los antes que afetem a qualidade do serviço. Ao criar um ciclo de feedback que mede e orienta proativamente os problemas, podemos alcançar redes muito mais inteligentes que fornecem serviços mais confiáveis. O importante é a qualidade da experiência do consumidor.

Isso ressalta a oportunidade de melhorar a fidelidade do consumidor, reduzir o custo de operação da rede, planejar com mais precisão a capacidade e tomar decisões mais embasadas sobre a evolução da rede (como quando fazer divisões de nós ou fazer compras para melhorar a infraestrutura). Podemos melhorar toda a logística de operação. E para os consumidores, isso se reflete claramente em melhor desempenho e menos interrupções.

Essa área ainda está engatinhando, mas tem o potencial de mudar fundamentalmente a maneira como as operadoras gerenciam e projetam suas redes. Por exemplo, há uma mina de ouro de informações disponíveis no CCAP sobre a qualidade da experiência dos consumidores. Em nossa empresa, estamos aproveitando o conhecimento que temos para refinar soluções e entregar informações e análises avançadas utilizando processos de inteligência artificial e aprendizado de máquina.

Adoção de virtualização

Ultimamente, a virtualização tem recebido muita atenção – porque, com APIs abertas, um fluxo regular de informações para o back office e um processamento mais distribuído, as operadoras podem tirar proveito das melhorias da Lei de Moore nos servidores e responder de forma mais rápida e eficiente à demanda.

Veremos muitas operadoras adotando a virtualização de rede este ano. Já existem vários testes e implantações em andamento e novos sistemas sendo disponibilizados todos os meses. O que está se tornando cada vez mais importante na tomada de decisões é como analisar a ampla variedade open source de bases de código e organizações, especialmente com a integração à infraestrutura de rede existente. Isso coloca uma ênfase muito maior na parceria com equipes de fornecedores confiáveis e bem informadas, com acesso a soluções validadas e testadas pela indústria.

A evolução da virtualização seguiu um caminho bastante intuitivo até agora. Temos visto ferramentas de gerenciamento de rede virtualizadas em grande escala – o que faz sentido, considerando como elas são utilizadas nas redes atuais. Hoje, virtualizamos ativamente os componentes da entrega de vídeo, transferindo grande parte do processamento para a nuvem. E em 2020 veremos o crescimento constante da virtualização DOCSIS nas implantações Core e MAC Core RPD.

Para os principais MSOs que desejam trazer esses recursos para sua rede, a escolha de um único fornecedor com a experiência e a solução definidas para realizar a implantação é crucial para o sucesso. Posteriormente, eles terão maior capacidade de combinar as soluções entre fornecedores, à medida que a qualidade e a confiabilidade das soluções de interoperabilidade continuarem a ser aprimoradas.

Reestruturação da Arquitetura de Acesso Distribuído

2020 será um bom ano para as arquiteturas de acesso distribuído (DAA). Muitas operadoras optaram por avançar com a DAA e agora estão investindo nessa abordagem. Veremos os dispositivos Remote PHY (RPD) e os dispositivos Remote MAC-PHY (RMD) sendo lançados com as principais operadoras. Mas estamos vendo os provedores de serviços divididos entre os dois campos e continuaremos a ver isso por algum tempo enquanto as redes se reestruturam.

No momento, as maiores considerações para os provedores de serviços são simplicidade, latência e processamento. Em sua essência, o RMD representa uma solução mais simples e de menor latência, enquanto o RPD tem a vantagem de aproveitar os recursos existentes no headend para processamento mac, mantendo os nós mais simples e com custos de energia mais baixos.

No lado das redes ópticas passivas (PON), estamos implantando ativamente os terminais de linha óptica remota (R-OLT) que aproximam o processamento da casa dos clientes. Esse tipo de arquitetura distribuída é um componente essencial da evolução da rede que está criando a base para o amanhã. Tudo isso está indo em direção aos serviços multi-gig simétricos.

O futuro é rápido e conectado. E 2020 será um ano importante para vermos várias tecnologias muito faladas finalmente chegarem às principais redes ao redor do mundo.

*Narciso Oliveira é arquiteto de soluções sênior da CommScope

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