Categories: Notícias

Liminar impede poder público de coibir uso do Uber em Belo Horizonte

Uma liminar concedida pela 1ª Vara de Fazenda Pública de Belo Horizonte proibiu órgãos do poder público de coibir a utilização de aplicativos destinados à captação, disponibilização e intermediação de serviços de transporte individual de passageiros.
A decisão, tomada pelo juiz Michel Curi e Silva na última quinta-feira (10/3), decorre de um mandado de segurança coletivo impetrado pela Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicações de Minas Gerais.
A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte, responsável por gerenciar e fiscalizar os transportes e o trânsito da capital mineira, é um dos órgãos citados na decisão. Ficam impedidos também de coibir a utilização dos aplicativos a Guarda Municipal, a Polícia Militar e o Detran-MG.
Em sua decisão, o juiz Michel Curi e Silva cita o Uber como um exemplo desses aplicativos. Ele considerou se tratar de um trabalho diferente do que é feito por taxistas. “O serviço de transporte de pessoas, oferecido por meio de aplicativo de dispositivo móvel, como o Uber, insere-se na modalidade de contrato particular de transporte, não se confundindo com o serviço público de transporte prestado por taxistas, mediante permissão do poder público”, escreveu.
O magistrado destacou que, segundo a Constituição Federal de 1988, entre os fundamentos do Estado Democrático de Direito estão os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. Procurada pela reportagem, a empresa que cuida do trânsito na capital mineira não se manifestou.
Regulamentação
Em janeiro deste ano, o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, sancionou a Lei Municipal 10.900/2016. Segundo o texto, aplicativos voltados para o transporte pago de passageiros só poderiam operar na capital mineira se usassem mão de obra de motoristas autorizados pelo governo. Ou seja, o Uber só poderia funcionar se seus motoristas credenciados fossem taxistas credenciados.
Segundo a nova legislação, os prestadores do serviço deveriam ter ainda o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) na capital, obrigando as empresas a recolherem impostos municipais. A não adequação às novas regras poderia render aos aplicativos multas de R$ 30 mil. No entanto, a Lei só passaria a valer após sua regulamentação, o que ainda não ocorreu.
No mês passado, uma pesquisa do Instituto Datafolha mostrou que 98% dos moradores de Belo Horizonte querem que o Uber continue operando na cidade. Apontou também que 86% acreditam na possibilidade de alguma forma de regulamentação, enquanto 12% acham que o aplicativo deve seguir funcionando da mesma forma como atua hoje.

Recent Posts

“É uma corrida do ouro”, diz CEO da GFT Brasil sobre IA no desenvolvimento de software

A explosão de ferramentas de inteligência artificial dos últimos anos criou uma "corrida do ouro"…

2 horas ago

UE declara modelo de pagamento por privacidade da Meta ilegal

A Comissão Europeia decidiu que o modelo de assinatura da Meta, que cobra dos usuários…

2 horas ago

Deloitte: infraestrutura é prioridade entre investimentos em cibersegurança no Brasil

A cibersegurança está entre os principais desafios para a gestão dos negócios das empresas brasileiras.…

16 horas ago

Visa e Mastercard: de pagamentos a segurança digital

Durante o Febraban Tech 2024, o IT Forum conversou com Rodrigo Vilella, vice-presidente de serviços…

17 horas ago

Gartner: 55% das organizações já têm um conselho de IA

Uma pesquisa recente do Gartner com mais de 1.800 líderes revelou que pouco mais da…

18 horas ago

Startups de IA da China migram para Singapura em busca de expansão global

Nos últimos anos, diversas startups de inteligência artificial (IA) da China têm se mudado para…

18 horas ago