Startups brasileiras tentam impulsionar negócios no Web Summit

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2:47 pm - 08 de novembro de 2019
startups brasileiras

Realizado nesta semana em Lisboa, o Web Summit representa um ambiente propício a milhares de startups do mundo para alavancar negócios. Mais de 2 mil delas participaram neste ano deste que é um dos maiores eventos de tecnologia do mundo. Para as novas empresas brasileiras de inovação, estar no Web Summit pode ser um privilégio e até um divisor de águas. O país já tem 12.722 empresas nesta modalidade segundo a Startup Base, referência em informações sobre o segmento.

 

À Weel, única fintech brasileira a falar no evento, em painel sobre como utilizar a dor dos clientes para criar uma experiência de usuário bem-sucedida, o evento foi a chance de mostrar como está promovendo transformação digital da concessão de crédito a pequenas e médias empresas do país.

 

“Usando inteligência artificial e arquivos de nota fiscal eletrônica de venda dos nossos clientes, conseguimos digitalmente dar crédito a qualquer empresa, do Amazonas ao Rio Grande do Sul, em questão de minutos”, explicou Nathan Yoles, vice-presidente de crescimento da startup.

 

Desta forma, a garantia da Weel nos empréstimos a companhias do mercado B2B, com faturamento entre R$ 1 milhão e R$ 50 milhões, são as próprias vendas dessas empresas. Isso só é possível em países nos quais o sistema de notas fiscais está totalmente informatizado, como Brasil, Chile e México. “Ao criar essa estrutura digital, o governo acabou estruturando um ambiente extremamente fértil para empresas de dados utilizarem informações para conceder crédito tendo as vendas do cliente como lastro”.

 

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A análise de crédito é feita a partir de algoritmos que cruzam centenas de dados de instituições. Sem burocracia e com 120 funcionários (metade no Brasil e o restante em Israel, onde fica o centro de desenvolvimento), a taxa de juros é 15% menor do que nos bancos tradicionais.

 

A Weel nasceu em 2014 e, após dois anos de pesquisas tecnológicas, foi para o mercado em 2016 com investimentos da gestora de venture capital Monashees, banco Votorantim e Fundação Franklin Templeton. Dados do trimestre passado apontam crescimento de 390% em relação ao mesmo período do ano anterior.

 

Logística

 

A Everlog, empresa com sede em Vinhedo, São Paulo, e cujo core business é oferecer gestão de fretes para embarcadores, participou neste ano pela primeira vez do Web Summit como expositor por meio de um programa internacional de aceleração de startups da Fujitsu, multinacional japonesa de TI.

 

“Fomos a única do Brasil e também da categoria de logística selecionada pelo programa”, comentou Rodrigo Fávero, fundador da companhia.

 

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A ferramenta da Everlog se encarrega basicamente de uma gestão completa de transporte para empresas que contratam frete, como indústrias e players do varejo. “A ideia é facilitar a vida dos embarcadores, trazendo eficiência e redução de custos. Nossa plataforma aplica inteligência artificial e big data para fazer cotações, rastrear entregas e auditar pagamentos de frete”.

 

Criada em março de 2016, a empresa faturou R$ 1,1 milhão em 2018 e deve crescer 120% até o final deste ano. O mercado, segundo ele, é enorme e ainda pouco explorado: só 2% das 480 mil indústrias brasileiras utilizam alguma tecnologia de gestão de fretes, pontuou Fávero. A intenção é abocanhar uma fatia deste universo, mas a Everlog também já planeja entrar nos mercados europeu e chinês.

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“Fizemos reuniões excelentes com investidores e possíveis clientes no Web Summit, que representa o início da nossa jornada global”.

 

Realidade aumentada

 

O Web Summit deste ano marcou também a trajetória da Nimest Tech, startup de seis brasileiros que lançou no evento sua plataforma com tecnologia de realidade aumentada aplicada ao turismo. O aplicativo, já disponível no Google Play e na App Store, recria modelos em 3D de personagens famosos de cada local que levam o turista a locais de interesse e atuam como guias, contando fatos históricos que ocorridos em cada ponto.

 

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Desta forma, Napoleão aparece na imagem em tempo real do local focalizado pela câmera e fala com o turista que passeia por marcos da Revolução Francesa, enquanto Fernando Pessoa narra a história de locais de Portugal.

 

Além de muita pesquisa, de técnicas de storytelling e também do uso de inteligência artificial para coletar informações de diferentes fontes, a empresa também estuda a personalidade e a forma de falar de cada personalidade para chegar o mais próximo possível da realidade, contou Carlos Eduardo de Morais, engenheiro de Telecomunicações e diretor executivo da Nimest Tech.

 

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O aplicativo será monetizado através de publicidade e de parcerias com museus e castelos da Europa, bem como escolas que queiram utilizar a ferramenta de realidade aumentada para complementar as aulas de História. A Nimest Tech tem parceiros e fornecedores brasileiros e se lançou ao mercado a partir de Portugal, onde já criou o conteúdo necessário para atender aos turistas, e deve chegar à França até o final do ano.

 

“O mercado de turismo e o apoio cultural aqui são muito maiores. Por isso começamos por aqui. Estamos buscando incentivo da Lei Rouanet, esse instrumento também pode ser usado para inovação tecnológica na cultura. Claro que queremos muito criar conteúdo para os pontos turísticos do Brasil”, ressaltou o diretor.

 

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