Pesquisa realizada pela Yoctoo, empresa de recrutamento, sobre a atuação de mulheres no setor de TI aponta melhorias na percepção do mercado de trabalho nos últimos três anos. Entretanto, alguns desafios ainda persistem. Para 46% das mulheres a falta de representatividade, ou seja, poucas mulheres servindo de exemplo, ainda é um dos desafios mais desgastantes da carreira. Esse número reflete também em outro dado levantado pelo estudo. Para 35% das mulheres, não ter líderes femininas para as desenvolveram na carreira é uma barreira de crescimento.
O estudo em sua 3a edição coletou dados de uma amostra de 286 respondentes entre 26 e 40 anos, em diferentes níveis de maturidade na carreira, de estudantes a executivas de TI.
Quando comparada com a primeira edição do estudo, aplicado em 2019, a perceção do mercado de trabalho mostrou uma leve melhoria. Em 2019, 83% das mulheres concordavam que o mercado de trabalho havia melhorado para mulheres em TI. Em 2022, 85% das mulheres concordam com a mesma percepção.
A pesquisa também buscou medir o preconceito de gênero, com a principal queixa ouvida para 46% das mulheres sendo o Manterrupting (quando homens interrompem a fala de mulheres continuamente); e para 35% o Mansplanning (explicações óbvias de um homem a uma mulher). A falta de equiparação salarial foi citada por 28% das mulheres e preocupantes 21% afirmaram ter sofrido assédio moral no ambiente de trabalho ou estudos.
O estudo ainda identificou que 61% das mulheres disseram ter que provar suas habilidades técnicas o tempo todo e, no caso das líderes de equipes técnicas, esse percentual sobe para 81%.
De acordo com o estudo, as mulheres se motivam a buscar carreira em TI pois são apaixonadas pela área, encontram nela a oportunidade de aprendizado contínuo e acreditam que o setor remunera bem e oferece benefícios.
Há ainda outros empecilhos que desmotivam elas a buscar vagas de TI. Das entrevistas, 53% afirmaram que vagas 100% presenciais podem afastá-las. Esse percentual é ainda maior para cargos de liderança, com 69% das entrevistadas líderes técnicas afirmando que se desmotivam com vagas que exigem a presença integral nos escritórios.
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