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Complexidade nas bases de dados e cenário econômico são os desafios da TI na saúde

A área de saúde passa por um momento delicado. Em um negócio cujo principal ativo são as vidas dos pacientes, a tecnologia é aliada para realizar diagnósticos mais precisos. Por isso, não é de se espantar que as bases de dados desempenham papel fundamental nas mais diversas organizações do setor – desde operadoras até laboratórios e hospitais.
O primeiro obstáculo é o cenário econômico, que de certa forma impacta investimentos.  “O mercado de saúde está sofrendo em todo o mundo com os problemas financeiros dos governos, mas mesmo assim vemos crescimento”, reconhece o vice-presidente de planejamento estratégico da Intersystems, Paul Grabscheid. O resultado se traduz em números – foram US$ 463 milhões de receita no ano passado, com expectativa de superar a marca dos US$ 500 milhões neste ano.
Para não ter que se submeter às regras de mercado, a Intersystems pretende se manter como uma companhia de capital privado. “Assim, direcionamos nosso foco no longo prazo, sem nos preocupar com investidores e Wall Street. Apenas com clientes”, esclareceu o fundador e CEO da empresa, Terry Ragon, na abertura do Intersystems Global Summit 2014, em Orlando, nos Estados Unidos*.
O segundo desafio é lidar com a complexidade existente no armazenamento e processamento de dados. A empresa frisa que, apesar de ser conhecida pelos sistemas de Health Informatics Exchange (HIE), o foco é se estabelecer com a plataforma mais abrangente, a Health Informatics Platform (HIP). A diferença, explica Grabscheid, é que, enquanto a primeira apenas extrai e compartilha as informações – seja ela dados de pacientes, diagnóstico, sintomas, etc –, com a segunda é possível ir além da informação puramente compartilhada, entendendo o que os dados dizem a fim de agir em cima disso. Trocando em miúdos, a plataforma de processamento de dados dá insights e relatórios mais simples, porém enriquecidos ao usuário final.
Na prática, nada mais é do que o desafio de se ligar com big data, dentro do nicho de saúde. Um exemplo fácil de entender reside na área de pesquisa. “São publicados 1,1 milhão artigos médicos ao ano. Se você pensar que 1% deles pode ser relevante para um médico de uma única especialidade, ainda assim é muita informação”, elucida o executivo.
O vice-presidente de plataformas de base de dados, Robert Nagle, apresentou os resultados alcançados com a última versão das tecnologias Intersystems. Com o mesmo servidor 32x, foi possível chegar a 24 vezes mais capacidade de trabalhar com cargas de trabalho – e essa tecnologia começa a ser distribuída neste ano. “Entre nossos clientes, temos alguns grandes hospitais e instituições que trabalham com muitos médicos e por isso têm muitos dados, e eles devem ser os primeiros a contratar essa solução”, espera.
O objetivo, segundo ele, é permitir redução substancial de custos de manutenção e gestão de servidores e aumentar ao máximo a capacidade de processamento – qualquer que seja a tecnologia envolvida. “Há muitos aspectos tecnológicos nos quais os fornecedores focam seus produtos. Meu ponto vai além – isso não é importante, o que vale é o resultado alcançado, como o sistema atua e até onde ele pode ir”, enfatiza.
Dentre os segmentos de atuação da Intersystems, a área de saúde representa aproximadamente dois terços do faturamento. Além da HIP, a reorganização das áreas internas estabeleceu outras duas áreas-chave de investimento nos próximos anos: tecnologia avançada de dados e prontuário eletrônico do paciente (PEP).
*A jornalista viajou a Orlando a convite da Intersystems

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