Nova corrida tecnológica pelo avanço da IA

Essa disputa pela evolução da IA deve definir os próximos players que moldarão os padrões éticos e comerciais da tecnologia nos próximos anos

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10:00 am - 25 de dezembro de 2024
Imagem: Shutterstock

Basta abrir o Whatsapp para ver como a inteligência artificial deixou de ser uma promessa distante e já passou a fazer parte do dia a dia da população, se tornando protagonista da nova corrida tecnológica global. Empresas de todos os tipos e governos estão competindo ferozmente para liderar a próxima geração da IA. De acordo com dados da Ernst & Young LLP, 95% dos líderes sêniores afirmam que suas organizações estão investindo em IA.

O estudo “The state of AI in early 2024: Gen AI adoption spikes and starts to generate value”, realizado pela McKinsey, mostra que, em 2024, 72% das companhias globalmente já adotaram a tecnologia, um enorme avanço quando comparado aos 55% em 2023. No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), já chega a R$ 2 bilhões o financiamento de bancos e empresas públicas de planos de inteligência artificial, e a expectativa é que o valor aumente significativamente nos próximos anos.

Semelhante ao que ocorreu na Guerra Fria, com a corrida espacial, essa disputa pela evolução da IA deve definir os próximos players que moldarão os padrões éticos e comerciais da tecnologia nos próximos anos. Entre os grandes nomes nessa corrida está a OpenAI, criadora do GPT, que se consolidou como uma das principais referências em modelos de linguagem generativa. Após o lançamento do GPT-4, a empresa trabalha na próxima versão, com rumores apontando para maior capacidade multimodal, modelos mais sustentáveis e maior segurança e alinhamento ético.

E vale destacar que a OpenAI não está sozinha: a Meta, liderada por Mark Zuckerberg, lançou a Meta AI e investe pesado em sistemas que prometem transformar o metaverso em uma realidade alimentada por IA, enquanto o Google conta com o Gemini, projetado para competir diretamente com o GPT-4 em sofisticação e aplicabilidade.

A ideia é que, com os avanços, a IA seja cada vez mais integrada em aplicações cotidianas. Na área da saúde, já temos empresas utilizando-a para identificar doenças antes mesmo que os sintomas apareçam, por meio da análise de dados genéticos, enquanto na indústria automobilística, companhias como Tesla e Nvidia estão investindo no desenvolvimento de veículos autônomos de nível 5, que prometem eliminar a necessidade de motoristas humanos em qualquer condição de tráfego.

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Nesse cenário, a integração de agentes de IA nas operações diárias das empresas também está transformando a maneira como elas competem no mercado global. Companhias como Google e Microsoft já estão investindo nesses agentes, que atuam como facilitadores digitais, processando informações com rapidez e precisão, e assumindo tarefas operacionais que costumavam sobrecarregar os colaboradores. A implementação dessa tecnologia, além de impulsionar a eficiência, também libera as equipes para focar em inovação e desenvolvimento estratégico. Assim, os agentes de IA emergem não só como ferramentas, mas também como verdadeiros parceiros estratégicos, proporcionando às empresas a agilidade necessária para se manterem a frente da inovação tecnológica e atraírem os melhores talentos, reforçando suas marcas no competitivo mercado de trabalho.

Além das big techs, startups também têm desempenhado um papel importante no avanço da IA. Empresas como Anthropic, desenvolvedora do Claude, estão focadas em criar IAs mais seguras e éticas. Outro exemplo é a Stability AI, que democratiza a criação de conteúdo digital, permitindo que criadores individuais utilizem ferramentas de IA avançadas para gerar imagens, vídeos e textos. O fato é que iniciativas como essas mostram que a maratona pela evolução da tecnologia não se limita às gigantes, e envolve todo o ecossistema de inovação.

Os governos ao redor do mundo também estão atentos: a China, por exemplo, está acelerando os investimentos em IA com empresas como Baidu e Alibaba liderando na criação de modelos competitivos a nível global. Nos Estados Unidos, iniciativas governamentais buscam garantir a liderança tecnológica do país, enquanto a União Europeia investe em regulações para criar padrões éticos que guiem o uso da IA.

O ponto chave dessa corrida é o equilíbrio entre inovação e responsabilidade. A ânsia por ganhar essa disputa não pode diminuir os cuidados para não reproduzir preconceitos e proteger a privacidade dos dados, ainda mais em um mundo no qual a IA coleta e utiliza as informações de forma cada vez mais intrusiva. O desafio, portanto, é tão grande quanto a oportunidade, e aguardamos para ver quem vai cruzar a linha de chegada primeiro.

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