A biometria tem se tornado uma ferramenta cada vez mais popular entre os negócios por acrescentar novas camadas de autenticação e, consequentemente, reforçar a segurança de dados e transações. Márcio D’Avila, especialista em segurança digital da CertiSign, explica que a biometria envolve a autenticação de identidades por meio de características físicas únicas, como impressões digitais, reconhecimento facial e voz.
No Brasil, principal foco de ataques na América Latina, sendo alvo de 23 bilhões de tentativas de invasões entre janeiro a julho de 2023, segundo relatório da Fortiguard Labs, a tecnologia de biometria tem também se diversificado.
Na lista abaixo, D’Avila explica as diferenças entre as biometrias disponíveis no mercado e explicar como cada modelo pode ser melhor para cada situação.
Para as empresas que contam com várias unidades físicas para além da sede, a biometria digital pode ser uma boa opção, avalia o especialista. Além disso, ela é usada em muitas situações diferentes, como para reconhecer e permitir que as pessoas entrem em lugares ou acessem documentos específicos. Aliás, a biometria ajuda a coletar informações importantes para garantir a segurança, como quem entrou, quando e em que situação. Esses dados são essenciais para a organização e proteção do patrimônio.
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“Esse método é conhecido por sua simplicidade na autenticação. No entanto, a eficácia da biometria digital depende da qualidade da captura desta. Além disso, existem sistemas mais simples, que leem apenas a digital dos dedos, e outros mais avançados, que também conseguem checar a temperatura e se há pulso, evitando assim, o uso de luvas de silicone para burlar a identificação biométrica”, afirma D’Avila. O especialista avalia que a modalidade pode ser especialmente benéfica devido à sua facilidade de implementação e custo acessível.
Para o executivo, a biometria facial pode ser uma aliada para todas as empresas, uma vez que oferece uma autenticação segura e eficiente. Isso porque, com a ampla utilização de smartphones e a digitalização de processos comerciais, a modalidade pode facilitar o acesso a serviços e sistemas internos, agilizando processos como: login de funcionários, verificação de identidade de clientes e para transações financeiras.
Nos negócios, essa biometria acaba sendo uma das mais utilizadas, segundo D’Avila. “Isso se dá porque é um hábito muito comum na vida pessoal – com o uso cada vez maior de smartphones –, e acaba refletindo no âmbito do trabalho e dos negócios”, diz. O reconhecimento facial é amplamente utilizado no país e, de acordo com a pesquisa Senhas e Biometria no Brasil 2022, divulgada em novembro de 2022 pela Opinion Box, 54% dos brasileiros das classes A e B com dispositivos móveis utilizam serviços digitais com reconhecimento facial.
Esse método utiliza medidas do rosto e da cabeça para verificar a identidade de uma pessoa, convertendo imagens faciais em expressões numéricas que podem ser comparadas para determinar a similaridade. O especialista explica que esse modelo de identificação, atualmente, é capaz de detectar, até mesmo, o uso de máscaras hiper-realistas.
D’Avila também observa que esta modalidade é uma ótima escolha para empresas que fornecem produtos digitais aos clientes ou que fazem uso de plataformas tanto para operações internas como externas. “A chave para uma biometria facial segura é a tecnologia de Liveness Detection, que impede a ação de cibercriminosos, pois é possível detectar se, por trás da imagem, há vida e, portanto, que não se trata de uma foto, por exemplo, ou de alguém usando uma máscara.”
D’Avila explica que o reconhecimento de íris é um método confiável que lê a seção frontal circular do olho por meio de uma câmera de Radiação Ultravioleta (UV) e utiliza os algoritmos para realizar o reconhecimento. Esse método de identificação tem alta precisão, com taxas de 90 a 99% de assertividade. “A íris de cada pessoa é única, e as informações capturadas incluem o tamanho e a cor do círculo da íris, características biométricas que não mudam ao longo do tempo”, esclarece.
Nesse caso, na visão do executivo, é uma opção indicada para as companhias que lidam também com soluções e plataformas digitais. Principalmente, para aquelas que precisam de um acesso ainda mais restrito e controlado ou, então, com um menor fluxo de pessoas para passar pela identificação.
Segundo o executivo, embora a biometria de voz seja menos comum no Brasil, em mercados como a Europa e os Estados Unidos, ela já conquistou um espaço significativo, tornando-se importante mantê-la no radar para os próximos anos. “A inteligência artificial converte a voz em algoritmos exclusivos para realizar o reconhecimento. A voz é única, e a inteligência artificial analisa a cadência e o tom a partir de um áudio enviado pelo usuário”, diz.
A biometria de voz oferece uma ferramenta versátil para fortalecer a segurança e a autenticação. D’Avila afirma que, ao utilizar características da voz, essa tecnologia pode simplificar a verificação de identidade, tornando-a útil desde o atendimento ao cliente até a autorização de transações financeiras.
Diante desse cenário, o especialista conclui que, para as empresas, a biometria ideal deve ser baseada em considerações como o tipo de dado que a companhia lida, as necessidades de autenticação dos usuários e a facilidade da implementação. Com isso, as companhias podem fortalecer a sua segurança cibernética e garantir a proteção dos dados sensíveis, ao mesmo tempo em que mantêm a confiança dos clientes.
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