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Visualização de dados: porque todo profissional deve se preocupar com isso

No momento em que este artigo está sendo redigido, a epidemia do coronavírus já contabiliza 12 mil casos e mais de 250 mortes. A doença está se espalhando rapidamente pelo planeta, com casos confirmados em mais de uma dezena de países e o anúncio de que Estados Unidos, Austrália, Rússia, Japão, Itália e Paquistão vão proibir a entrada de quem passou pela China nos últimos dias. A situação se agrava a cada hora, literalmente, e é muito provável que os números e a lista de países sejam muito maiores quando você estiver lendo essa reportagem.

 

 

Uma das armas usadas pelas autoridades de saúde pública do mundo inteiro – e também pela imprensa – para entender como o vírus está se espalhando são as técnicas de visualização de dados. O parágrafo acima contém as informações básicas mais importantes em relação à epidemia até este momento, mas a velocidade da disseminação e o alcance mundial do coronavírus seriam muito mais facilmente compreendidos se apontados num mapa.

 

 

Isso é verdade para os jornalistas, mas também para quem tem a responsabilidade de conter a marcha de doenças infecciosas. Diversos estados americanos publicam mapas apontando que condados (unidades administrativas que reúnem alguns municípios) registraram mais casos de gripe. Essa é uma informação que pode fazer toda a diferença, pois a gripe é contagiosa e pode ser extremamente letal: nesta atual temporada de inverno, já foram registrados 10 mil casos de morte relacionados a complicações causadas pela gripe, segundo os Centros de Prevenção e Controle de Doenças.

 

 

“As autoridades de saúde pública são inundadas por dados há muitas décadas, mas a visualização ainda é um processo em andamento”, escreveu num artigo recente a especialista Stephanie Evergreeen. “É mais importante que nunca que essas técnicas sejam usadas para que as informações consigam ser transmitidas em meio ao ruído e ao bombardeio sofrido pelo público diariamente.”

“É mais importante que nunca que essas técnicas [de visualização de dados] sejam usadas para que as informações consigam ser transmitidas em meio ao ruído e ao bombardeio sofrido pelo público diariamente.”

Isso também é cada vez mais verdadeiro no mundo corporativo. As empresas estão sendo consumidas por um tsunami de dados. Considere um varejista que também vende seus produtos online. Todas as visitas aos site são contadas. Todas as páginas de produto são contadas. Todos os clientes que colocaram alguma coisa no carrinho são contados. E todos os carrinhos abandonados são contados. Além de centenas, se não milhares, de outros indicadores. Espaço em disco é barato, e isso é cada vez mais verdade quando se trata de coletar as informações para enchê-los.

 

 

Os executivos da área de marketing podem tentar tirar conclusões olhando para planilhas de Excel. Ou então eles podem receber gráficos, tabelas, imagens e até mesmo vídeos explicando os números. Esse tratamento visual dos dados não tem como objetivo apenas dar uma cara melhor para as informações (embora quem já lidou com planilhas enormes de Excel saiba que isso não é nada mau). A ideia das técnicas de visualização de dados é ajudar a trazer para a superfície os insights e tendências relevantes para o tomador de decisões.

 

 

Parte do trabalho fica a cargo das máquinas: a quantidade de dados tipicamente coletada por uma empresa é tão grande que simplesmente é impossível colocá-las em planilhas ou tentar analisá-las manualmente. As grandes produtoras de software corporativo — como SAP, Oracle, Microsoft e outras — também têm módulos que oferecem a geração automática de gráficos e tabelas a partir dos números apurados. Mas um número cada vez maior de companhias tem tentado ir um passo além, buscando profissionais especializados para contar histórias convincentes por meio de imagens.

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A visualização de dados também já faz parte da vida cotidiana. Quem usa um Apple Watch, por exemplo, precisa só bater um olho no mostrador para ter uma ideia de quantos passos deu no dia, quanto exercício fez e quanto tempo passou em pé. A solução visual encontrada pelos designers da Apple foram três anéis coloridos concêntricos, que indicam de maneira elegante e eficiente informações essenciais para a sua saúde.

 

 

O exemplo do Apple Watch indica outra realidade importante do mercado de software corporativo: as pessoas esperam que suas ferramentas digitais sejam tão funcionais, responsivas e elegantes quanto as que elas usam no dia-a-dia. Quem está acostumado com os anéis coloridos da Apple certamente ficará frustrado se tiver de espremer os olhos para decifrar uma tabela de Excel ou quebrar a cabeça para entender os relatórios gerados pelo SAP.

 

 

Uma das maiores provas da importância da visualização de dados no mundo dos negócios veio em meados do ano passado, quando a gigante do software corporativo Salesforce adquiriu a Tableau por 15,7 bilhões de dólares. Fundada em 2003 no Vale do Silício, a Tableau é uma das líderes mundiais em software de visualização de dados. A compra da companhia pela Salesforce, uma das maiores fornecedoras de softwares de CRM (gerenciamento de relacionamento com clientes) não deixa dúvidas de que transformar números em narrativas visuais será cada vez mais importante para toda e qualquer empresa – afinal, como diz o clichê, uma imagem vale mais que mil palavras.

 

 

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