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As compras invisíveis e o aumento contínuo da demanda por programadores no Brasil

O aumento do interesse do consumidor brasileiro por soluções tecnológicas tem impulsionado um tipo específico de criação empreendedora: as compras e experiências invisíveis. Estas são aquelas transações em que o cliente não precisa tocar no dinheiro ou mesmo no cartão de crédito para efetuá-las.

Alguns exemplos desse tipo de compra são os aplicativos de mobilidade urbana e aquelas tags que permitem passar por pedágios e pagar estacionamentos de shopping sem o contato com o cobrador. O pagamento é automático e invisível. Isso é feito principalmente para reduzir ao máximo possíveis atritos no momento da compra e melhorar a experiência do consumidor.

Já sabemos de supermercados no exterior que calculam o valor da compra no próprio carrinho, permitindo que o cliente faça o self-checkout, há alguns anos. Este conceito está começando a ser introduzido no Brasil e acredito que será um sucesso com os consumidores. Afinal, quem gosta de perder tempo na fila e ter o retrabalho de transferir cada produto para o caixa e depois retorná-los ao carrinho novamente cada vez que precisa abastecer sua geladeira?

Um receio comum desse movimento é a redução de postos de trabalho para pessoas que desempenham esses tipos de serviço que tendem a sumir do mercado. Existem duas respostas principais quando tratamos deste tema.

A primeira delas é o fato de que esses tipos de mecanismo, infelizmente, ainda são bastante elitizados. O Sem Parar, por exemplo, depende de uma assinatura mensal, que nem todo consumidor pode, ou vê valor, em investir. Por isso, é importante pensarmos em democratizar esses serviços, por meio de convênios com outras empresas que possam se beneficiar do serviço. Mas por enquanto, isso demonstra que os postos de trabalho dos cobradores não desaparecerão tão rápido.

A segunda é a possibilidade de realocar esses colaboradores para outras funções. Compreendendo o valor de reduzir atritos no momento de compra, a tendência lógica é que as vendas aumentem e os negócios cresçam. Aumentando assim a demanda por profissionais de limpeza e organização das lojas e estoques de produtos físicos.

No entanto, a melhor solução para este problema é a educação profissional do trabalhador brasileiro. Já passou da hora do Brasil investir pesado na formação de programadores. Cada vez mais nosso mercado vai precisar de mão de obra qualificada na produção de soluções tecnológicas e nossa força de trabalho precisa acompanhar essa demanda.

Proporcionar qualidade de ensino à população, aumenta seu poder de compra. A área da tecnologia é uma das que melhor remunera seus colaboradores e pode ser uma alternativa valiosa para a retomada de nossa economia. Não devemos temer os avanços na área, mas sim, estimular o trabalhador brasileiro a acompanhá-los para poder compartilhar de seus frutos e oportunidades.

* Fabiano Nagamatsu, cofundador da Osten Moove e mentor de negócios no InovAtiva Brasil

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