Proliferação de registros eletrônicos prejudica trabalho de médicos

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11:07 am - 30 de junho de 2014
Os alunos que se formam em medicina este ano serão os primeiros médicos treinados sem registros médicos em papel. Esses alunos compreendem porque os registros eletrônicos são melhores do que o papel, mas será que irão encontrar esta realidade? A maioria dos médicos e profissionais de saúde já em exercício está familiarizada com cenários menos positivos.

Digamos que o Sr. Jones seja admitido na unidade de tratamento intensivo com um possível problema cardíaco. Você passa quase uma hora revisado o histórico médico dele no Pronto Socorro. Preocupado com o resultado do eletrocardiograma, você o manda para a UTI cardíaca.

Mais tarde, o pessoal da UTI te chama. A enfermeira responsável pela unidade não sabe por que você foi chamado e procura a enfermeira responsável pelo Sr. Jones. Ela recebeu uma ligação do laboratório sobre uma elevação nos níveis de troponina e queria avisá-lo sobre a queda na pressão sanguínea e sobre o aumento do ritmo cardíaco do paciente. Ela menciona, também, que o eletrocardiograma e o Raio-X foram realizados e que estão “no sistema”. Você revisa as descobertas e cria um plano de avaliação.

Seu computador exige que você se conecte ao VPN do cliente e acesse o sistema do hospital. Assim que uma conexão segura é estabelecida, um gateway no sistema de registro eletrônico de saúde permite que você acesse os resultados do laboratório. Você não observa nada ameaçador, então você navega pelas observações da enfermeira.

Navegando pelo Registro Médico Eletrônico
Você está lidando com as dificuldades técnicas do EMR (Electronic Medical Record, em inglês) e com os discrepantes pedaços de dados que resumem o estado fisiológico do Sr. Jones. Fechando o EMR, você se conecta com o sistema de registro médico eletrônico da radiologia para ver o Raio-X do peito do paciente. Um processo similarmente lento te permite acessar o eletrocardiograma, armazenado em um terceiro sistema de registro médico eletrônico de cardiologia.

Depois de navegar por três EMRs distintos, você faz seu diagnóstico e prescreve um curso de antibióticos. Você insere as ordens em outro sistema EMR. Os dados são armazenados, transferidos e acionados em sistemas desconectados e não relacionados.

Em outro cenário, um prestador de serviço de saúde pode receber uma informação, como um conjunto de sinais vitais ou os resultados de um teste de laboratório. Se a informação levantar questões ou exigir a decisão de um médico, o prestador chama um médico. O contato é, geralmente, feito manualmente, utilizando o sistema de pagers ou alguma outra tecnologia substituta, como mensagem de texto ou ligação. Independentemente do método de contato utilizado, os médicos nem sempre estão livres para atender o chamado. Aquele pode nem ser mais o médico responsável por aquele paciente.

O ritmo atordoante da troca de contexto
Embora os pontos específicos possam variar de acordo com doenças e pacientes, este fluxo de trabalho – mesmo nos atuais sistemas de saúde centrados em EMR – é lugar comum. O problema está em troca de contexto. Nos casos descritos, o fluxo de trabalho de médicos e enfermeiros é interrompido porque eles devem mudar o contexto das tarefas em mãos para responder a novos problemas.

Quando um médico recebe um chamado, uma mensagem ou um page, a primeira troca de contexto é necessária. O médico é notificado no pager, mas não tem ideia da urgência do chamado a não ser que uma mensagem alfanumérica seja recebida. O chamado em questão geralmente exige informação adicional baseada em EMR antes que uma decisão seja tomada.

Isto leva a outra troca de contexto, em que o médico tem de pedir informação adicional à enfermeira ou acessar o EMR para obter tendências recentes ou dados de laboratório.

Essas múltiplas trocas entre sistemas EMR desconectados e dispositivos móveis pessoais de comunicação interrompem todos os envolvidos. Eles exigem que os médicos mantenham em mente diversas informações desconectadas sobre o paciente, enquanto procede com a coleta de dados da próxima fonte. Isso prejudica a eficiência, duplica o trabalho e gera erros ou perde completamente informações que poderiam levar a um melhor resultado.

Para lidar com essas questões, precisamos mudar a forma como lidamos com correntes de informações no cuidado dos pacientes. Apesar de alguns aprimoramentos na tecnologia de EMR, provedores de serviços de saúde ainda precisam buscar informações nesses sistemas, de forma similar a uma busca no Google. Puxar informações de diversos sistemas de gerenciamento de dados de saúde ou de diferentes porções de um mesmo sistema EMR reduz o tempo de atenção ao paciente.

O problema não é ausência de tecnologia que permita a conversão de dados. Profissionais médicos precisam, simplesmente, do tipo de tecnologia push que é usada para marcar um artigo no site de noticias e para receber notificações quando um artigo relacionado é publicado. Além disso, a capacidade de acessar informações relacionadas em um único aplicativo ou a alternância facilitada entre aplicativos são necessárias. Isto reduz a troca de contexto e já existe em smartphones e outras plataformas de computação móvel.

Para tornar isso realidade para os provedores de serviços de saúde, um sistema que consiste de múltiplas peças é necessário, mas, individualmente, essas peças já existem. Gerar fluxo de trabalho mais eficiente e eficaz em serviços de saúde requer a integração de mensagens com dados acessados em bancos de dados de saúde dissipados e desconectados, juntas em uma única plataforma segura e acessível por diversos dispositivos de computação inteligentes.

Soluções disponíveis
O que é mais frustrante para os médicos é que as peças para criar tal sistema já existem. Um líder em software de segurança desenvolveu uma plataforma móvel de segurança que permite a transmissão segura de dados entre aplicativos móveis e repositórios de armazenamento baseados em web, incluindo servidores, páginas e outros dados de portal. O aproveitamento desta plataforma ou outros pacotes de segurança serão significativos devido à sensibilidade das informações transferidas. Embora o envio seguro de mensagens de texto esteja disponível, precisa ser integrado a sistemas EMR e oferecer notificações push para reduzir ou prevenir problemas de troca de contexto que levam a distrações, ineficiências e possíveis erros.

Além do interesse egoísta dos médicos que querem melhorar seus próprios níveis de conforto, problemas de fluxo de trabalho são questões de segurança do paciente, qualidade de cuidados e, por fim, questões de preenchimento de lacunas entre sistemas de EMR e melhores resultados. É preciso que haja uma mudança para uma abordagem centrada em paciente que conecte todos esses pontos.

Precisamos de sistemas de registro médico eletrônico que funcionem como profissionais de saúde e que incluam analises “inteligentes”, que possam interpretar dados. A informação precisa ser entregue aos que precisam, quando precisam, todas no mesmo lugar. Adicione, ainda, capacidades de texto por voz para economizar tempo precioso de médicos e enfermeiros e ajudar a acabar com desentendimentos.

Um sistema que reduz troca de contexto e promove alertas inteligentes e a entrega de informações relevantes sobre o paciente para os profissionais médicos aumenta a satisfação dos pacientes, direciona qualidade e pontualidade para pacientes e permite cuidados e acompanhamento proativos.

*Fonte: InformationWeek EUA | Dr. Donald Voltz; replicada pelo IT Forum 365

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