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Por inovação aberta, TIM se associa ao Cubo

Se tem um setor que tem sido constantemente desafiado pelo mundo digital é o de telecom. As operadoras assistiram a uma queda na receita em seus principais negócios ao longo dos últimos anos, com a chegada das OTTs. Concorrência acirrada, novos entrantes e a necessidade de inovar para manter-se grande e relevante tem provocado movimentos interessantes de apostas em modelos variados. No caso da TIM, a estratégia desenhada para o Brasil passa por construir uma rede de parceiros e associar-se a hubs de inovação. A primeira jogada nesse sentido é o fechamento de uma parceria com o Cubo cujo o objetivo consiste, sobretudo, em desenvolver trabalhos em conjunto e disseminar esse DNA de inovação das startups por toda a organização.

À frente da empreitada e um dos incentivadores para houvesse tal movimento na companhia está o Chief Strategy Officer (CSO) da TIM, Luis Minoru, que esteve em São Paulo, na sede do Cubo, para falar da parceria, mas, principalmente, compartilhar o modelo pensado para trabalhar ao lado dessas nascentes. Como parte da estratégia, criou-se na diretoria dele uma área específica para assistir esse tipo de inovação e totalmente focada no conceito de inovação aberta, algo que há alguns anos o mundo corporativo ainda resistia.

Logo no início de sua apresentação, o executivo lembrou do crescimento na venda de linhas móveis e também nos acessos à banda larga móvel nos últimos cinco anos, algo que vinha garantindo bons ganhos as telcos, mas que, no curto prazo, tende a se estabilizar. Ainda haverá espaço para internet móvel, para preencher um gap, e muitas oportunidades em internet das coisas (IoT, da sigla em inglês), filão, aliás, que não faltam interessados em explorar pelas diversas possibilidades de ganhos. 

Seguindo a linha de raciocínio, ele citou um estudo da Ovum, que traz uma visão de mundo para 2025, mencionando que os participantes da pesquisa listam tecnologias disruptivas e competidor fora da indústrias como os dois principais desafios. Assim, é precisa trabalhar de forma a utilizar o potencial desse mercado emergente e, para isso, o melhor é estar perto, como a TIM está fazendo com o Cubo e outras têm optado por fundar suas próprias aceleradoras.

No caso da aliança com o Cubo, que envolve fornecimento de banda ultra larga ao local, entre outros pontos, o interesse principal da TIM nem reside em aportar dinheiro nas startups que chamarem a atenção, mas se aproximar e tentar construir uma relação de ganha-ganha, onde a telco possa, na medida do possível, incorporar melhorias em processo, ganhar agilidade ou mesmo levar aos clientes ofertas inovadoras. 

“Não temos que nos apegar às diferenças com as startups digitais, mas entender as oportunidades e sinergias para trabalhar em conjunto. E temos ativos como a liderança em 4G, processamento de 6 bilhões de CDRs por dia (big data), relacionamento com 65 milhões de clientes e mais de R$ 1,5 bilhão de receita”, enumerou, quando questionado sobre moeda de troca. “Muitas dessas novas empresas precisam de infraestrutura, nós, por outro lado, somos grandes e podemos nos tornar mais ágeis com elas.”

Aproveitando oportunidades

Janilson Bezerra, que trabalha ao lado do CSO, mas com a missão de liderar esse trabalho de inovação, afirmou que a estratégia está dividida em três pilares: desenvolvimento de habilidades, novos modelos de negócio e tecnologia, que é a base para a inovação continuada. No caso do hub de inovação o objetivo é entender onde estão as competências e levá-las para dentro da companhia com perspectiva de manter o foco de inovação dentro da organização.

“Em vez de chamamento, queremos estar com quem faz. Entender os centros de excelência e desenvolver parcerias como a que fizemos aqui com o Cubo“, frisou Bezerra, para completar: “O que temos (em ativo) vale mais que dinheiro, porque podemos atuar em conjunto. Eles têm acesso a uma plataforma de big data, uma base de 65 milhões de clientes e para empresas novas essa é uma enorme moeda de troca.”

Embora o foco da TIM não esteja em fomentar startup por meio de investimento direto, isso não está totalmente descartado. A ideia é desenvolver o trabalho conjunto, oferecer as ações em parcerias, até pelo valor intangível dos ativos mencionados, e, quando for do interesse e se a startup estiver aberta a isso, haverá conversas para a operadora de fato ter alguma participação em determinadas empresas. 

Com essa estratégia, a TIM quer que fique no passado perda de oportunidades de trabalhar com esse enriquecedor ecossistema, como numa ocasião em que eles negaram uma parceria com o Waze. Passado um tempo, o mesmo empreendedor voltou propondo algo com o Moovit e foi aceito, como lembrou o CMO da empresa Rogério Takayanagi

“Telco teve a primeira onda de inovação que foi em tecnologia, a segunda em tarifa e isso já não basta, o modelo tarifário é copiado em poucos dias. Para inovação, precisamos de aplicativos, conteúdo, experiência do usuário e não se resolve tudo isso dentro de casa, por isso, vamos usar esse ecossistema de inovação e empreendedorismo.”

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