Paulo Padrão imprime novo ritmo na gestão da Infor
Os últimos sete meses foram intensos para Paulo Padrão, vice-presidente da Infor para América Latina. Desde que assumiu a posição, ele tem-se empenhado para organizar a casa e crescer. Os resultados, segundo ele, já começaram a aparecer. Após entender os processos da Infor no Brasil, ele decidiu, em conversas com o time, substituir os líderes de cinco diretorias: pré-vendas, finanças, legal, consultoria e RH.
“A ideia era engajar todos no projeto de refletir no País a grandiosidade da Infor nos Estados Unidos e na Europa”, contou o executivo em entrevista ao IT Forum 365. Em seguida, optou-se pela ampliação do time de vendas, que foi duplicado, e o de consultoria, que foi triplicado.
Os sinais de crise não assustam a Infor no Brasil, afirma o executivo. Hoje, o Brasil representa entre 40% e 45% dos negócios da empresa na América Latina, com México em seguida e Colômbia destacando-se como forte promessa de expansão. “É no atual momento que as empresas buscam maneiras de reduzir custos e otimizar processos para ganhar agilidade e a TI está em linha”, observa. É dessa forma que a fabricante afirma se destacar dos concorrentes ao ajudar os clientes a enxergarem maneiras de serem mais eficiente.
A estratégia com a chegada de Padrão é a de acelerar o crescimento dos negócios e conquistar das médias empresas até as grandes com soluções diversas, muito além do tradicional software de gestão empresarial (ERP, na sigla em inglês), que popularizou a Infor no mundo. “Recentemente, ampliamos a linha de produtos no Brasil. Antes, por exemplo, não trabalhávamos de forma ativa a oferta de CRM e agora estamos”, diz.
Outra tática colocada em prática foi realizar ações para geração de demanda, com a participação, por exemplo, em eventos para gerar oportunidades reais de negócios. “Com a redefinição do nosso go to market, conseguimos multiplicar nosso pipeline”, aponta, sem revelar números. O executivo indica que o terceiro trimestre fiscal da empresa, que começa em novembro, tem boas perspectivas, não só em crescimento como em base instalada.
Ele detalha que, atualmente, a companhia conta com quatro principais linhas de produtos que são o foco da companhia para os próximos dois anos. A primeira é o ERP, a segunda o Warehouse Management System (WMS) Supply Chain, a terceira o Gestão de Ativos e Manuteção (EAM, da sigla em inglês) e a última o CRM.
Questionado se o ERP é responsável pela maior fatia dos projetos da Infor no Brasil, Padrão aponta que geralmente ele está entre os maiores em tamanho, mas implementações de ferramentas para aprimorar a cadeia de suprimentos estão em alta por uma série de razões, como a privatização de portos e a necessidades de otimização de cadeias varejistas, que cada mais vez integram os sistemas de seus fornecedores ao seus ambientes.
Ouvidoria
A criação da área de ouvidoria, diz Padrão, também tem gerado bons resultados para a Infor. A unidade funciona de forma independente dos projetos e é composta por pessoas não-técnicas que focam no atendimento ao cliente.
Funciona da seguinte forma: ao fechar a compra de soluções, a área entra em contato com o cliente para saber se ela recebeu as licenças e se tudo correu bem. Depois do go-live, novamente a equipe da unidade procura pelo cliente para identificar o sucesso da iniciativa. “Ao sermos pró-ativos, conseguimos fechar novos projetos e estamos observando ótimos resultados na área”, comemora.
Pronta para a nuvem
O perfil inovador do CEO global da Infor, Charles Phillips, tem contribuído para a aceleração dos negócios em todo o mundo. Famoso pela frase “Amigos não deixam amigos construir data centers”, Phillips acredita no potencial da nuvem e as recentes movimentações da empresa compram isso, como é o caso da compra da GT Nexus, plataforma de comércio global baseada em nuvem.
Padrão relata que todas as soluções da Infor estão prontas para a cloud. Atualmente, a empresa tem parceria preferencial com a Amazon Web Services (AWS) para oferecer o serviço, mas o cliente tem a liberdade de escolher qual cloud deseja manter seus sistemas.
O executivo observa uma migração acelerada para o modelo. “A TI do passado entendia que poder era contar com diversas máquinas sob sua gestão. A TI de hoje, que está em linha com as áreas de negócios, não quer mais ter máquinas sob seu controle para poder inovar”, finaliza.