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Secretaria de MG adota solução para prevenção de desastres naturais

A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese) de Minas Gerais está usando tecnologia da SoftwareOne e da Amazon Web Services (AWS) em um projeto que busca prever desastres naturais e mitigar consequências. O programa, chamado Mapeia Minas, monitora riscos de eventos climáticos como forma de tentar proteger comunidades mais vulneráveis e apoiar a gestão dos municípios.

O sistema usa dados de barragens, enchentes, secas e eventos climáticos e os cruza com dados de localização de famílias assistidas pelo governo, incluindo ribeirinhas, em situação de vulnerabilidade ou que vivem em áreas de risco. Foram gastas mais de 600 horas de desenvolvimento por parte da SoftwareOne, usando infraestrutura em nuvem da AWS.

Para o desenvolvimento, além do governo de MG, foram envolvidos o Ministério Público, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil do estado, além de entidades que atuam em casos de desastres naturais. A solução utiliza uma metodologia da AWS chamada Working Backwards, que faz previsões com bases em dados históricos.

A AWS aportou créditos de nuvem para a Sedese; e a SoftwareOne despendeu as horas de desenvolvimento da ferramenta sem custos.

Segundo Cleyton Leal, líder de serviços de aplicativos da SoftwareOne, o projeto traz benefícios aos cidadãos, “principalmente os que estão em risco”.

Desenvolvimento

Para desenvolvimento do Mapeia Minas, a SoftwareOne usou recursos nativos de nuvem da AWS, incluindo tratamento de dados e geolocalização. Também usou uma amostra da base de dados do CadÚnico – registro das famílias de baixa renda no Brasil.

Além disso, integrou alertas públicos feitos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que apontam previsões climáticas como intensidade de chuvas, baixa ou alta umidade, entre outras. O resultado foi a criação de um MVP que agora permite à Sedese mineira fazer o georreferenciamento de pessoas e controlar dados por meio de dashboards, com o mapa apontando quando há alertas meteorológicos. Na prática, o sistema é capaz de buscar por determinado município e verificar a quantidade e o local onde estão pessoas em situação de risco, de acordo com as previsões meteorológicas, permitindo uma ação preventiva.

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Desde 2020, problemas relacionados à chuva têm aumentado em Minas Gerais, agravados pelo aquecimento global. De 2021 para 2022, o estado foi afetado por grande quantidade de chuvas, que fizeram com que metade dos 853 municípios entrassem em situação de emergência ou calamidade. Foram 70 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas.

O estado percebeu que não estava preparado para lidar com o problema e, que não existiam ações de prevenção aos eventos adversos causados pelas chuvas. Principalmente porque elas afetam principalmente famílias em situação de vulnerabilidade.

Elder Gabrich, assessor especial na Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de Minas Gerais, explica que a política de assistência social não tinha condições de dar uma resposta rápida para as pessoas necessitadas. “Tivemos um 2021 muito atípico que acabou nos demandando novas ações, foi quando começamos a discutir o que poderia ser feito para prevenir que essas famílias fossem atingidas por eventos climáticos de uma maneira tão severa”, conta.

Assim, a Sedese quis construir um sistema que gerasse informações sobre as áreas de risco que existem no estado, integrando-as com informações de onde estão localizadas as famílias vulneráveis a fim de precaver os eventos climáticos severos. Como não tinha a estrutura de TI necessária para desenvolver a solução de forma autônoma, a Secretaria, buscou a parceria da AWS e da SoftwareOne.

Gabriel Luiz Santos de Olivera, cientista de dados da equipe do escritório de dados da Sedese, diz que a iniciativa foi capaz de “criar um sistema que atende as duas pontas: a gestão de risco e a gestão de desastres”.

Próximos passos

O MVP do Mapeia Minas já foi entregue pela SoftwareOne à Sedese e o projeto agora segue em andamento. A ideia é que a iniciativa seja expandida a todos os outros estados que fazem parte do COSUD (Consórcio de Integração Sul e Sudeste), que poderão usar a mesma ferramenta.

“Embora estejamos trabalhando com amostras de dados neste primeiro momento, o projeto tem atendido nossas expectativas”, diz Gabrich.

O especialista diz que o primeiro grande marco almejado é fazer uma remessa de informação periódica para os municípios de Minas Gerais já no próximo período chuvoso, que normalmente ocorre entre outubro e março.

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