Quase metade das empresas não consegue extrair valor dos dados que acumula

Análise incorreta ou imprecisa dos dados desperdiça tempo e dinheiro das organizações, e ainda causa prejuízos à eficiência das operações

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4:00 pm - 25 de junho de 2020

Cerca de 45% dos profissionais de TI ainda acredita que suas empresas não conseguem extrair o total valor dos dados na rotina de trabalho. Além disso, 63% dos entrevistados da pesquisa anual da ASG Technologies Group afirmam que suas operações utilizaram dados imprecisos, desatualizados ou ruins como fonte de informação para a tomada de decisões no último ano.

Produzido em escala global, o estudo sobre o uso de dados nas organizações ouviu mais de 150 profissionais de TI de companhias com mais de 500 funcionários.

“Os dados são os ativos mais valiosos e regulamentados da maioria das organizações. Apesar disso, muitas empresas ainda têm um entendimento incipiente em relação à origem e ao grau de confiança de seus dados”, afirma Paulo Padrão, Vice-Presidente Sênior & General Manager LATAM da ASG Technologies.

O executivo avalia que a falta de políticas e estruturas para a análise correta de dados é, cada vez mais, um dos principais fatores para o desperdício do tempo e dinheiro, além de causar prejuízos à eficiência das modernas operações baseadas em informações e processos digitais.

De fato, 64% dos entrevistados dizem que a utilização de dados incorretos adicionou custos à empresa, gerando repercussões como a perda de oportunidades de negócios (53%), perda de tempo em um projeto (43%), multas por falta de conformidade (37%) e necessidade de reverter uma decisão comercial anterior (29%).

Segundo os entrevistados, a principal barreira que as organizações enfrentam atualmente é em relação ao acesso dos dados corretos. Para os analistas da empresa, isso aponta para a necessidade de criação e automatização dos processos de inventário e gestão de dados, elevando o potencial de uso dos registros. Além disso, os profissionais também apontaram o risco de manterem suas estruturas em desconformidade com os regulamentos de privacidade – ressaltando que essa dificuldade, por sua vez, pode causar um efeito em cadeia nos processos de gerenciamento de dados.

No geral, 34% dos entrevistados dizem que gastam de 16 a 20 horas por semana apenas para localizar, gerenciar e colher manualmente as informações dos dados registrados. De acordo com a ASG, esse excesso de trabalho manual indica que os usuários não têm as ferramentas necessárias para um ecossistema automatizado e cada vez mais digital.

“Sem um inventário de dados, 4 em cada 10 organizações não sabem quais dados possuem. Além disso, apenas metade (52%) das organizações atualmente praticam governança de dados, o que significa que elas não possuem o uso e modelagem dos dados sob controle”, diz Padrão. Menos de um terço (29%) das empresas pratica a linhagem de dados, o que significa que não sabem o suficiente sobre suas informações para confiar nelas.

Segundo o relatório, esses dados mostram que a maioria das organizações ainda não possui a inteligência de dados necessária para extrair todo o valor dos registros. Elas precisam de boas práticas para administrar esses dados, permitir o seu compartilhamento e depois extrair valor deles – sabendo que são confiáveis e acessíveis –, recomenda a empresa.

Por outro lado, a pesquisa indica que os dados estão em evidência como forma de gerar novas oportunidades. De acordo com os entrevistados, não há mais dúvida sobre a importância dos dados. A questão, agora, está em como obter o valor máximo de seus investimentos em gerenciamento de informações.

Democratização e a alfabetização de dados

Democratização e a alfabetização de dados são duas chaves para aproveitar o valor dos dados, segundo a empresa. O estudo da ASG Technologies revela, entretanto, que essas são duas áreas em que as empresas não estão progredindo rápido o suficiente. Apesar da popularidade do tema, a democratização dos dados ainda está em sua fase inicial, uma vez que o departamento de TI continua sendo, de longe, o principal foco de uso dos dados nas empresas.

Menos de um quarto (23%) dos entrevistados afirmam que os cientistas de dados ou usuários de negócios de fora da área de tecnologia já exploram os recursos dos dados para obter informações em suas organizações.

Além disso, a alfabetização de dados é uma grande barreira para as empresas. Menos de 40% dos entrevistados acreditam que apenas metade de sua equipe possui as habilidades necessárias para fazer uso dos dados. Embora muitas dessas habilidades sejam voltadas ao gerenciamento técnico de dados, o levantamento indica que ainda há várias oportunidades totalmente abertas em relação à tomada de decisões de negócios.

 

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