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O desafio de preparar jovens para profissões ainda inexistentes

A Geração Alpha, das crianças nascidas a partir de 2010, vive a Quarta Revolução Industrial e é de extrema importância que as escolas saibam lidar com as mudanças sociais e comportamentais promovidas pelo advento dessa revolução. Um dos principais impactos da evolução tecnológica na sociedade é que, em muitas profissões, seres humanos foram substituídos por máquinas. Operador de telemarketing, contador, condutor de trem e metrô e atendente de estacionamento são atuais exemplos de cargos que, em breve, deixarão de existir.

Em contrapartida, conhecimentos avançados em tecnologia serão essenciais para possíveis profissões do futuro como gestor de desenvolvimento de negócios de inteligência artificial, analista de cibercidade, gerente de equipe humanos-máquinas e construtor de jornadas de realidade aumentada — exemplos apontados em um relatório do Center for the Future of Work, estabelecido pela Cognizant Technology Solutions.

Além disso, de acordo com a pesquisa Carreiras do Futuro, realizada pelo Programa de Estudos do Futuro (Profuturo), da Fundação Instituto de Administração (FIA), as profissões mais promissoras para os 10 próximos anos pertencem às áreas como Sustentabilidade, Infraestrutura, Recursos Humanos e Tecnologia da Informação (TI).

Dados de um recente estudo do The Future of Jobs Report apontam que 65% das crianças da Geração Alpha, que já vivem a Quarta Revolução Industrial — em que as linguagens de computadores, inteligência artificial e a convergência de objetos com a internet fazem parte do mundo moderno e globalizado — terão profissões que ainda não existem e esse é um dos desafios que as instituições de ensino precisam superar durante a formação dessas crianças e jovens.

Sendo a internet — e tudo o que a engloba — o carro-chefe de tantas transformações, é imprescindível que metodologias de ensino passem a incluí-la de diversas formas. O mundo globalizado do século XXI certamente exige um tipo de profissional muito distinto daquele predominante em períodos anteriores. Neste novo contexto, as capacidades de aprendizado constante e de inovação tornam-se centrais, uma vez que as situações a serem solucionadas são muitas vezes inéditas e dependem, portanto, da capacidade de adaptação daqueles envolvidos em sua resolução.

Dessa forma, a escola passa a ser um estabelecimento que deve fomentar a criatividade, a autonomia e a capacidade de autoaprendizagem crítica de novos saberes e habilidades.

A metodologia de ensino canadense, por exemplo, estimula o comportamento ativo durante o processo de aprendizagem e, nesse contexto, a tecnologia é uma grande aliada porque possibilita a utilização de uma série de recursos, desde os mais familiares ao grande público, como o emprego da internet para a realização de pesquisas rápidas no próprio contexto da aula, até aqueles ainda pouco conhecidos, como aplicativos que revelam o movimento das placas tectônicas por meio de recursos audiovisuais ou óculos de realidade virtual, que podem simular ambientes geográficos distantes a fim de permitir uma observação mais direta.

De fato, o ambiente escolar precisa motivar os alunos para introduzi-los a uma realidade não tão distante e que promete se transformar rapidamente. Acreditamos que a sala de aula é o melhor local para a iniciação ao bom uso da tecnologia, pois tudo o que acontece ali está sob supervisão do professor, que também tem a missão de inspirar os alunos a explorar o mundo além dos muros da escola, além de contribuir para o desenvolvimento da sociedade.

* Arno Krug é CEO da Maple Bear Canadian School.  Possui especializações no assunto pela Columbia Business School e FAE, além de ter atendido a cursos de Educação Executiva e Estratégia Disruptiva na Harvard Business School

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