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Mais da metade dos brasileiros relata ter gestores tóxicos no trabalho, diz estudo

Mais da metade dos brasileiros (57%) no mercado de trabalho relata ter uma relação difícil ou gestores tóxicos, identificou uma pesquisa encomendada pelo EDC Group, multinacional focada em consultoria e outsourcing de RH. O estudo busca mensurar o impacto da liderança na satisfação, saúde e desempenho dos colaboradores.

O estudo realizado pelo The Workforce Institute revela que as atitudes das lideranças das companhias exercem impacto direto na saúde mental de 69% dos colaboradores. O percentual de influência no bem-estar dos funcionários é o mesmo para parceiros e outras pessoas de convívio contínuo.

Essa pressão que os altos cargos exercem diante de seus subordinados é ainda mais preocupante para pessoas entre 25 e 44 anos e em posições hierárquicas de assistente ou analista. Entre os principais problemas relatados pelos respondentes, está o excesso de controle. Mais de 56% afirmam que seus chefes são controladores sempre ou frequentemente. Outro dado alarmante observado pelo estudo indica que 45,88% dos funcionários relatam se sentir perseguidos por seus gestores.

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‘’Nosso principal objetivo com a pesquisa é endossar o protagonismo que o papel de liderança exerce não somente para a cultura organizacional das empresas, mas, sobretudo, na vida dos indivíduos. Um gestor mal preparado pode gerar inúmeros prejuízos de produtividade, retenção e crescimento para a empresa. Porém, não podemos deixar de ressaltar os custos imensuráveis causados na saúde mental das equipes lideradas por esses chefes altamente despreparados’’, ressalta Daniel Campos Neto, CEO e founder do EDC Group.

Desmembrando os dados da pesquisa, o relatório aponta que grande parte dos respondentes (37%) elenca a relação com a chefia enquanto difícil. Já o segundo maior número fica por conta das experiências tóxicas, com 20% dos trabalhadores classificando seus gestores dessa forma. Em paralelo a isso, outros 19% dizem ter um relacionamento bom com seus líderes.

‘’Esse é um dado que chama muita atenção. Afinal, temos a maioria dos trabalhadores lidando com gestores que não chegam a ser tóxicos, mas que também não podem ser considerados bons, justamente pela dificuldade de lidar com esses profissionais. Devemos enxergar esse perfil de liderança enquanto um comportamento de transição para o tóxico que pode e deve ser revertido. Ao contrário dos chefes que já são considerados tóxicos, esses indivíduos ainda possuem uma margem maior de potencial de mudança’’, explica Campos Neto.

Liderança humanizada

O levantamento demonstra que um bom relacionamento com o gestor é capaz de inclusive fazer com que os funcionários decidam continuar em uma empresa considerando principalmente esse fator. Mais de 36% dos respondentes decidiram continuar em um trabalho exclusivamente pela boa gestão de um líder.

Entretanto, essa não é a realidade da maioria, já que 64,16% das pessoas pretendem trocar de emprego nos próximos 12 meses. Os principais propulsores da insatisfação são, em ordem, a necessidade de progressão de carreira, insatisfação com o salário atual, ambiente de trabalho tóxico e insatisfação com o chefe.

Na análise do estudo, para mudar esse cenário é necessário que os gestores estejam abertos a críticas e feedbacks, dessa forma, é possível ajustar os comportamentos que endossam esse cenário. Entretanto, de acordo com os trabalhadores, mais de 28% dos chefes nunca estão dispostos a ouvir sugestões, diferença percentual considerável se comparado com os que são receptivos nesse aspecto (20%).

‘’Os traços apontados enquanto difíceis ou tóxicos pelos colaboradores demonstram que essa é uma realidade que se retroalimenta. Como discutir mudanças com pessoas que não estão abertos ao diálogo? Por isso, é importante que a alta liderança seja selecionada cuidadosamente, a fim de garantir que esses profissionais sejam capazes de identificar esses comportamentos de risco e reportá-los em forma de feedback e treinamentos para esses gerentes. Evoluímos muito na forma como os líderes enxergam essa posição, mas a pesquisa demonstra que ainda temos um árduo caminho pela frente’’, finaliza o CEO do EDC Group.

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