Meta vai encerrar sistema de checagem de fatos em novo aceno a Donald Trump

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, citou desejo de "trabalhar com o Governo dos EUA" contra o que chamou de "tendência global" de "censura"

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4:18 pm - 07 de janeiro de 2025
Imagem: Shutterstock

A Meta anunciou nesta terça-feira (7) que encerrará seu programa de checagem de fatos por terceiros em suas plataformas. A medida será adotada inicialmente nos Estados Unidos, mas será expandida para outros países.

Na prática, isso removerá agências de checagem profissionais do sistema de verificação de postagens. O sistema que será adotado é o de “notas de comunidade”, similar ao utilizado pelo X (ex-Twitter). Nesse modelo, os próprios usuários das redes sociais podem reportar postagens problemáticas e votar sobre os conteúdos.

A checagem de fatos era empregada pela Meta desde 2016. Posts identificados como conteúdos inverossímeis tinham o alcance reduzido e eram notificados.

“Estamos mudando a forma como aplicamos nossas políticas para reduzir os erros que são responsáveis pela vasta maioria da censura em nossas plataformas”, disse Mark Zuckerberg, CEO da Meta, em um vídeo postado na plataforma.

Os filtros de conteúdo da plataforma também terão sua eficácia reduzida. Segundo o executivo, isso diminuirá a quantidade de postagens derrubadas – o argumento é que a medida reduzirá o número de posts “censurados” nas plataformas da Meta.

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“Isso significa que vamos capturar menos coisas ruins, mas também reduzir o número de postagens e contas de pessoas inocentes que removemos acidentalmente”, completou.

Meta mais próxima de Trump

O movimento é mais um aceno de Mark Zuckerberg a Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, que assume seu segundo mandato no dia 20 de janeiro.

“Depois da primeira eleição de Trump, em 2016, a mídia tradicional escreveu sem parar sobre como fake news eram uma ameaça para a democracia. Tentamos, de boa-fé, endereçar essas preocupações, sem nos tornarmos árbitros da verdade. Mas os checadores de fatos são muito enviesados politicamente e destruíram mais a confiança [das pessoas] do que a criaram, especialmente nos EUA”, afirmou Zuckerberg em um comunicado.

Nesta semana, Dana White, presidente-executivo do Ultimate Fighting Championship (UFC) e apoiador de Trump, foi anunciado como um dos novos integrantes do conselho administrativo da Meta.

No anúncio do fim do programa de checagem de fatos, Zuckerberg também afirmou que deseja trabalhar junto com Trump e ao governo dos Estados Unidos para reverter o que chamou de uma “tendência global” a favor da censura. Nesse contexto, citou diretamente a Europa, América Latina e China.

“A Europa tem um crescente número de leis que institucionalizam a censura, tornando difícil criar qualquer coisa inovadora por lá. Países da América Latina têm cortes secretas que exigem que companhias removam conteúdos na surdina. A China censura nossos apps”, disse.

Com a declaração, Zuckerberg se posiciona na direção contrária, por exemplo, dos primeiros votos do Supremo Tribunal federal (STF) sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil, que exige um papel mais proativo das plataformas de redes sociais em relação à moderação de conteúdo ilícitos e de desinformação.

Zuckerberg afirmou que a Meta vai “trabalhar com o presidente Trump” para “resistir a governos” que vão “contra empresas dos Estados Unidos”. “A única forma de resistir a essa tendência global é com o apoio do governo dos EUA.”

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Redação

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