Lenovo redobra esforço em desktops – e nas PMEs
Fabricante traz para linha de montagem brasileira novos modelos de PCs corporativos e workstations com atenção nas pequenas e médias
Quando se trata de workstations para trabalho que exige alto poder computacional – como edição de imagens e design ou modelagem de projetos de engenharia, por exemplo – não há apenas duas opções, a saber computadores da Apple ou máquinas com Windows montadas ‘na unha’ pelo próprio usuário ou empresa. Máquinas como a ThinkStation P348, da Lenovo, tentam se estabelecer como alternativa em um mercado estimado de 20 mil máquinas vendidas anualmente no Brasil, principalmente para pequenas e médias empresas.
“É um trabalho de educação do público”, me diz em conversa individual Augusto Rosa, diretor de vendas e canais para PMEs, setor público e educação da Lenovo, após coletiva de imprensa realizada pela empresa na sua fábrica de Indaiatuba, interior de São Paulo. A empresa chamou jornalistas para conhecerem a planta fabril, agora responsável por dois modelos recém-lançados e especificamente voltados para o mercado corporativo: o desktop Thinkcentre Neo 50s e o já citado P348.
Segundo Rosa, parte considerável dos canais da Lenovo no Brasil está “focada nesse público”, a saber profissionais liberais e microempreendedores que, entre outras coisas, “tira fotos e faz filmagem de eventos, formatura, aniversários”. Não por acaso há um esforço em conquistar contas de faculdades de design e engenharia, por exemplo. A ideia é formar público consumidor além, claro, de conquistar mercado.
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“Esse tipo de solução [o P348] atende cerca de 70% do mercado brasileiro, que gira em torno de 20 mil workstations [vendidas] ao ano”, disse Leandro Lofrano, diretor de produtos do segmento corporativo da Lenovo, durante a coletiva. “Existe uma fatia que pode ser incremental e não conseguimos mapear, que são as máquinas montadas. Entram no IDC [contadas] como desktop, não workstation. A gente sabe da existência delas por conhecer os clientes e parceiros, mas não conseguimos mensurar o quanto desse mercado é workstation.”
Segundo Lofrano, a P348 é cerca de 20% mais barata do que a P340, outra workstation montada pela empresa no Brasil e busca um mercado mais high-end. Apesar de um pouco mais low-end, o produto recém-lançado promete atender parte considerável do mesmo público por conta da alegada capacidade de processamento com menor consumo de energia.
A máquina vem equipada com placas gráficas da Nvidia (T400 e T1000, além de RTX 3060 para aplicações mais específicas de simulação e desenvolvimento de games). Vem ainda com processadores Intel de atual geração, até 128 GB de memória RAM e um software para otimização de desempenho (chamado Performance Tuner).
“O objetivo é viabilizar negócios de pequenas empresas e microempreendedores, de modo a fazer esse público usar a máquina certa para o que precisa. A gente fica insatisfeito quando vemos clientes adotando produtos que atendem no começo e vão sofrer depois com falta de assistência técnica etc.”, pondera Lofrano, destacando que máquinas “fechadas” como as workstations são certificadas após extensos testes de resistência.
Mas… desktops?
Se talvez a maioria absoluta dos consumidores não veja mais sentido em adotar computadores que não sejam móveis, por que então a Lenovo convocou a imprensa para falar de desktops? A resposta obviamente vem dos números do mercado registrados pelo IDC desde o início da pandemia.
“A gente volta a falar de desktop porque tivemos uma evolução do nosso portfólio. A gente atualizou essas linhas”, disse Lofrano diante de um gráfico de crescimento projetado na tela. Desde o primeiro semestre de 2020, a venda de desktops no mercado brasileiro cresceu 91%. Quando se parte para as workstations o crescimento é ainda maio, superando 120%. “Já temos os números do primeiro trimestre [de 2022] e ele também foi maior do que o volume pré-pandemia”, adicionou o executivo.
No caso do Neo 50s, desktop corporativo também apresentado hoje, há ainda uma preocupação com o ESG. O equipamento é feito de 85% de material reciclado e sem pintura, menos agressivos ao meio ambiente. Conta com a próxima geração (a 12ª) de processadores Intel, com promessa de menor consumo e mais desempenho, além de tecnologia de refrigeração via software mais eficiente (a ICE 5.0).
“Esse produto visa atender boa parte do mercado brasileiro. Temos várias verticais mapeadas, indústria, engenharia civil, educação, financeiro. Todos contam com um back-office que precisa de processamento de básico a intermediário”, ressaltou Lofranio.
Ambos os produtos já estão à venda no site da empresa, e serão comercializados também por revendas, sejam de volume ou especializados em máquinas de trabalho – esses últimos contam com canais mais especializados.
“Qualquer produto do nosso portfólio está também na web, porque as empresas procuram na web”, disse Augusto Rosa. “O Neo 50s é muito voltado para o canal [de distribuição]. Mas estar no marketplace ajuda o canal a vender.”
Atualmente a Lenovo ocupa o segundo lugar no segmento de computadores corporativos no Brasil (embora seja líder globalmente, segundo o mesmo IDC). Com os novos equipamentos, o objetivo é “ter uma volumetria significativa para ter uma posição de liderança”, disse o diretor de produto. “Temos espaço significativo para crescer.”