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IoT segue em construção

O último painel do IT Forum Expo, no palco Coisas, no final da tarde de ontem (09/11), deixou claro que muito ainda temos de caminhar para que o conceito de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) decole por aqui. Esse tema foi debatido ao longo de todo o evento, sob diversos aspectos, com especialistas e profissionais de variadas esferas.

Mediado por Gabriel Marão, ex-CEO da Itautec e atual coordenador do Comitê Gestor IoT, o debate sob o tema Oportunidades e desafios da Internet das Coisas reiterou a preocupação que se estende no mercado de que é necessária a revisão de variadas questões para que esse avanço ganhe esteira.

Entre elas, a alta tributação de produtos e serviços do setor, que impede ou adia projetos; a segurança, sobretudo em razão dos bilhões de dispositivos e coisas que estarão pendurados na rede; a necessidade premente da modernização das redes de telecomunicações, que impacta o coração da IoT (a conectividade) e a capacitação profissional da nova era.

A segurança é fundamental em IoT e por essa razão é também motivo de preocupação para a Intel, destacou Max Leite, diretor de Inovação da empresa. “Coisas e Internet estarão conectadas para que variadas aplicações sejam realizadas. Essa ponte que as interliga (gateway) é o ponto mais vulnerável e alvo potencial de ataque”, disse o executivo.

Ele acrescenta que a Intel está trabalhando justo nesse ponto, tentando expandir a segurança para além do software e trazer a transação para o nível de hardware. Especialmente nos casos de transações que já estão sendo realizadas fora do País como máquinas de lavar comprando sozinhas sabão diretamente no site da Amazon. “Processador conversando com processador.”

A segurança dessas transações e de todas as outras que são realizadas no segmento de e-commerce é o que cuida a Braspag, acenou Gastão Mattos, CEO da empresa no debate. “O que pode mudar no e-commerce com a IoT? Certamente é um processo evolutivo de valor que todas as lojas do segmento no Brasil irão experimentar”, ressaltou o executivo. Ele afirmou ainda que a tecnologia hoje não é maior custo nas lojas virtuais e sim a estratégia de aquisição de novos consumidores. E, depois disso, todo o esforço para o cliente novo recompre.

Mattos destacou que tecnologias digitais que aprimoram a experiência do usuário são vitais nesse processo, considerando que a tolerância do consumidor online está a cada dia mais baixa. “Quando compra em uma loja física, aceita ficar até dez minutos em uma fila. Na internet, não tolera dez segundos e abandona a compra e parte para outro site”, disse e acrescentou que a IoT irá agregar valor para que o cliente faça uma compra recorrente e simplificada.

Outro motivo de preocupação para o avanço da IoT no Brasil é a capacitação profissional. Osvaldo Gogliano Sobrinho, professor da USP e diretor técnico da Abili Tecnologia da Informação, disse que a evolução tecnológica é interessante, mas cria desafios e alertou para a formação profissional com habilidades para esse novo mundo.

“Nas universidades e em eventos científicos o termo IoT não é desconhecido. E tentamos disseminar essa cultura agora com a criação do MBA em Internet das Coisas da Escola Politécnica da USP (MBA-IoT).

O curso, segundo ele, aborda conceitos desse novo mundo tecnológico, explora tecnologias fundamentais para soluções eficientes com IoT e discute aplicações que podem evoluir com esses novos recursos. “Mas ainda há muito desconhecimento e é preciso formá-los para que os projetos sejam viabilizados com assertividade”, alertou o professor da USP, para quem a Internet das Coisas segue seu curso ainda em construção.

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