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Inovação: a extinção das tecnologias em monólitos

Entender as necessidades do cliente, montar a estrutura analítica do projeto, definir interdependências, estabelecer responsáveis, programar, testar, fazer o deploy, recomeçar. Essa é a rotina de diversos profissionais que trabalham com desenvolvimento de programas, softwares e demais tecnologias em pequenas e grandes empresas. E essa rotina, que parece ser longa e extenuante, está caminhando para uma evolução inovadora: extinguir os monólitos e exaltar os microsserviços.

Uma aplicação monolítica, ou construída em monobloco, é aquela em que toda a base de código utilizada em sua programação fica contida em um só lugar, de modo que todas as funcionalidades operam como se fizessem parte de um único bloco. Isso, na prática, prejudica a operação das empresas quando precisam fazer alguma manutenção no software. Ao mexer em uma funcionalidade, por exemplo, corre-se o risco de alterar ou mesmo derrubar todo o sistema ou demais partes que antes não apresentavam problemas.

Por conta disso, processos de modernização de aplicações vêm sendo implementados em diversas empresas de tecnologia, trazendo praticidade, agilidade, escalabilidade e velocidade para essa rotina. São os chamados microsserviços, oferecidos por meio de um estilo de arquitetura mais simplificado que permite maior flexibilidade, rapidez no desenvolvimento e facilidade de manutenção do que os sistemas monolíticos, mais amplamente utilizados. A migração para este formato constitui-se em uma tendência, não somente para grandes empresas, mas também para aquelas de menor porte, desde que atente-se ao tipo de serviço oferecido.

Vantagens dos microserviços

Como já citei anteriormente, existem diversas vantagens para as empresas na migração para uma arquitetura de microsserviços. Começando pela possibilidade de gerar maior isolamento de cada parte — módulo — da aplicação. Esse benefício permite que eventuais bugs ou erros no sistema seja corrigidos separadamente, sem ocasionar perdas para os demais módulos o que, consequentemente, gera maior eficiência, tanto para a equipe técnica quanto para o usuário final da tecnologia.

Outra vantagem que pode ser percebida é o aumento da produtividade e a redução de custos na manutenção dos softwares, visto que é necessário envolver menos pessoas em correções no sistema, pois torna-se possível organizar times diferentes para cuidarem de cada módulo, o que traz escala e velocidade para o negócio. Empresas como Netflix, Amazon, Google, Microsoft, Uber, Waze e diversas outras já perceberam esta vantagem e utilizam o modelo de arquitetura em microsserviços.

A arquitetura de microsserviços permite oferecer uma excelente experiência de usuários se definida em processos de ‘UX (User eXpirience)’, criar e implementar novos serviços sem impactar nos já existentes e, do ponto de vista técnico, otimizar a utilização da infraestrutura de sistemas em nuvem. Por meio da utilização de contêineres de isolamento das aplicações, é possível virtualizar os serviços e torná-los mais ágeis, reduzindo o tempo de deploy — implementação de softwares em servidor de aplicação Aliando isso à automatização de processos por meio de práticas de DevOps dentro das empresas, é possível melhorar o alinhamento entre as equipes de desenvolvimento e de operações estratégicas e obter resultados ainda melhores.

O dia certo para empresas que buscam excelência em sua prestação de serviços começarem a pensar em uma jornada de modernização de aplicações é hoje. O processo de migração não acontece de um dia para o outro: requer planejamento e organização por parte da gestão, mas traz resultados diretos na redução de custos e na velocidade de entrega de resultados.

*Rodrigo Werlang é diretor de Tecnologia da Paradigma Business Solutions*

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